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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 510

~ VIVIANNE ~

O nome dele na minha boca era como veneno.

— Ele andava obcecado por ela. Observava ela pela faculdade há meses. Deixava presentes. Mandava flores. Aparecia em lugares que ele sabia que ela estaria. Ela tinha dito não. Várias vezes. Educadamente no início. Depois firmemente. Depois com medo.

Minha voz ficou mais dura. Mais fria.

— E depois de tantas negativas, ele fez o que Dominic sempre faz quando não consegue algo que quer. Ele simplesmente pegou.

Vi Maitê levar ambas as mãos à boca agora, um som estrangulado escapando.

— Ele a sequestrou quando ela saía da faculdade — continuei, implacável. Ela precisava ouvir. Precisava entender. — Levou para uma casa que tinha. Manteve ela lá por dez dias. E o que ele fez com ela durante esses dez dias...

Minha voz falhou de novo, mas me forcei a continuar.

— O que ele fez com ela você pode imaginar, Maitê. Use sua imaginação. Pense no pior que conseguir. E será pior ainda.

— Meu Deus — Maitê sussurrou, sua voz quebrada. — Meu Deus, Vivianne...

— Nós tentamos, sabe? — disse, sentindo a raiva antiga, familiar, subir como bile. — Tentamos justiça. Pelos meios corretos. Pelos meios legais. Fomos à polícia. Prestamos queixa. Cecília deu depoimento por horas. Horas de reviver cada momento. Cada detalhe. Cada horror.

Levantei-me da cadeira, não conseguindo mais ficar sentada.

— E você sabe o que aconteceu? — perguntei, minha voz subindo. — Você sabe o que a justiça fez?

Caminhei até ficar bem na frente de Maitê.

— "Tem certeza de que você não quis ir para a casa dele?" — disse, cuspindo cada palavra. — "Que tipo de roupa você estava usando?" "Você tinha bebido?" "Não devia estar na rua à noite sozinha." "Você tinha falado com ele antes?" "Você tinha sorrido para ele?" "Você tinha dado algum tipo de... encorajamento?"

Minha voz estava gritando agora.

— "Tem certeza de que não foi consensual e agora você mudou de ideia?" "Jovens se arrependem. Acontece." "Vocês estão certas de que querem arruinar a vida de um rapaz com tanto futuro pela frente?"

Parei, respirando pesadamente, lágrimas e raiva se misturando.

— Dominic já tinha a justiça no bolso — disse, mais calma agora. Perigosamente calma. — Dinheiro. Conexões. Poder. A investigação foi arquivada. Falta de provas, disseram. Palavra contra palavra. E a palavra dele valia mais que a dela.

Virei-me, não conseguindo mais encarar Maitê.

— Desistimos — sussurrei. — Tivemos que desistir. Não havia como ganhar. O sistema não foi feito para meninas como Cecília. Foi feito para proteger homens como Dominic.

O silêncio que se seguiu foi absoluto. Apenas o som da nossa respiração pesada.

— Dois meses depois — disse, minha voz quase inaudível — minha mãe não acordou.

Ouvi Maitê inalar bruscamente.

— Uma dose alta de medicações para depressão. Todas de uma vez. Deixou um bilhete dizendo que não conseguia mais. Que se culpava. Que tinha falhado em proteger a filha. Que não merecia continuar vivendo quando Cecília tinha que viver com aquilo todos os dias.

Minhas pernas cederam e me sentei no chão ali mesmo, não me importando com o vestido ou a dignidade.

— Eu a encontrei — sussurrei. — Voltei do trabalho e encontrei minha mãe morta na cama. Ainda segurando uma foto minha e de Cecília quando erámos crianças.

Capítulo 510 1

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