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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 205

Consegui me manter ocupada por algumas horas, fingindo revisar relatórios e responder e-mails, mas minha mente estava completamente em outro lugar. Cada vez que alguém passava pela minha mesa, eu tinha a paranoia de que estavam me olhando de forma estranha.

Até eu me dar conta de que não era paranoia. Realmente estavam.

Notei os sussurros que paravam abruptamente quando eu passava, os olhares de relance seguidos de conversas baixas. Margaret, a secretária de Nathaniel, havia me cumprimentado com um sorriso que parecia forçado demais. James, do departamento financeiro, me olhou de cima a baixo de uma forma que nunca havia feito antes.

Quando Bianca finalmente voltou do almoço, às duas e meia, ela veio direto para a minha mesa com uma expressão que misturava curiosidade e preocupação.

— Ok — ela disse, puxando uma cadeira para perto da minha mesa —, por que a rádio corredor está toda agitada comentando sobre a brasileira que estava prestando... — ela fez aspas com os dedos — "favores sexuais" para o COO no elevador?

Senti toda a cor sumir do meu rosto. Era pior do que eu imaginava.

— Como assim "rádio corredor"? — perguntei, embora já soubesse que não ia gostar da resposta.

— Anne, desde que cheguei do almoço já ouvi pelo menos três versões diferentes da história. Uma delas envolve você de joelhos, outra menciona roupas sendo tiradas, e a mais criativa sugere que vocês foram pegos no ato. O que aconteceu?

Senti náusea subindo pela garganta.

Ao invés de responder, fiz a pergunta que estava me corroendo por dentro.

— Quem é Alessandra Bellucci?

Bianca suspirou profundamente e se recostou na cadeira.

— Ah — ela disse, como se tudo tivesse se esclarecido de repente. — Agora está tudo explicado.

— Explicado como?

— Alessandra é irmã do Antônio. Sempre teve uma quedinha pelo Nate. Mas até onde eu sei, nunca rolou nada entre eles.

Meu estômago deu um nó. Uma quedinha. É claro.

— Na verdade — Bianca continuou —, Christian, que sempre foi muito amigo do Nate, especialmente quando ficava mais tempo em Londres, até incentivava uma união Carter-Bellucci. Mas venhamos e convenhamos, depois de toda a história com Antônio, aquela nem é mais uma parte bem-vista da família. E olha que eu sou a bastarda falando.

— Então foi ela que espalhou isso? — perguntei, já sabendo a resposta.

— Provavelmente. Alessandra sempre foi... estratégica nas informações que compartilha. E se ela viu vocês numa situação comprometedora...

— Mas não foi isso que ela viu! — interrompi, frustrada. — Foi um mal-entendido completo.

— Então me conta qual exatamente é a história — Bianca se inclinou para frente. — Porque pelo que ouvi nos corredores, você estava numa posição bem... sugestiva.

Suspirei e contei tudo. O café derramado, Nathaniel tirando a camisa, nossa conversa sobre ele estar me provocando, eu me ajoelhando para pegar os papéis, o tranco do elevador me jogando contra ele, e Alessandra aparecendo no momento mais inoportuno possível.

— Então foi realmente só um mal-entendido? — Bianca perguntou quando terminei.

— Sim! Mas agora o escritório inteiro acha que eu sou uma oportunista que conseguiu o cargo transando com o chefe.

— Anne...

— Não, Bianca. Você não entende. — Senti minha voz começar a tremer de frustração. — Eu já sou a cunhada do CEO. E trabalhei tanto para ser levada a sério aqui. Fiz relatórios impecáveis, dei insights valiosos, me dediquei completamente aos projetos. E agora? Agora sempre que alguém olhar para mim vai pensar que eu só estou aqui porque abro as pernas para o COO.

— Isso não é verdade e você sabe disso.

— Não importa o que é verdade! — exclamei, depois abaixei a voz ao perceber que podia estar sendo ouvida. — Importa o que as pessoas acreditam. E aparentemente todo mundo acredita que eu sou uma mulher que usa sexo para conseguir vantagens profissionais.

Bianca ficou em silêncio por alguns momentos, processando minha frustração.

— Ok — ela disse finalmente. — Então o que você vai fazer? Vai deixar essa fofoca destruir tudo que você vem construindo aqui?

— Não sei o que fazer! — Passei as mãos pelo cabelo, exasperada.

— Annelise, para de se depreciar! Vai lá, seja profissional, e resolve essa situação como a mulher inteligente que você é.

Olhei para a mensagem novamente, tentando decifrar as intenções por trás das palavras formais.

— E se ele realmente achar que eu quero alguma coisa com ele? E se toda essa situação deu a impressão errada?

— Então você deixa claro que sua prioridade é o trabalho. Que você está aqui para construir uma carreira, não para ter caso com o chefe.

— Mas e se...

— Chega de "e se"! — Bianca interrompeu. — Você vai lá hoje à noite, vai ser impecavelmente profissional, vai mostrar por que merece estar naquela mesa discutindo negócios, e vai deixar claro que os rumores são infundados.

— Você acha que isso vai resolver? Que as pessoas vão parar de falar?

— Eventualmente, sim. Fofoca de escritório sempre passa quando surge algo mais interessante para comentar. Mas só se você não der mais munição para elas.

— O que significa que eu preciso manter distância do Nathaniel.

— Significa que você precisa ser profissional. Existe diferença.

Olhei para o relógio. Eram três horas da tarde. Em quatro horas e meia, eu estaria sentada na frente de Nathaniel Carter, tentando salvar minha reputação profissional e provar que não era o que todos estavam pensando.

Respirei fundo, tentando reunir a confiança que parecia ter me abandonado completamente.

— Está bem. Vou resolver isso hoje à noite.

— Vai sim. E amanhã, toda essa história vai parecer muito menor do que parece agora.

Torci para que ela estivesse certa. Porque se não estivesse, eu poderia ter acabado de destruir tudo que tinha trabalhado tanto para construir.

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