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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 567

~ NICOLÒ ~

— Papai, olha!

Bella correu até mim segurando um desenho que tinha acabado de fazer, todo colorido com giz de cera, mostrando o que aparentemente eram três figuras: ela, eu, e uma terceira pessoa com cabelo comprido e o que parecia ser uma estrela no pescoço.

— Muito bonito, princesa — disse, pegando o desenho para examinar melhor. — Quem é essa aqui?

— A tia Bia! — respondeu Bella como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. — Desenhei nós três assistindo Miraculous, lembra?

Claro que lembrava. Lembrava perfeitamente daquela tarde no sofá, os três espremidos debaixo de um cobertor pequeno demais, Bella no paraíso, completamente alheia à tensão elétrica que existia entre mim e Bianca.

— Está perfeito — disse honestamente. — Vamos colocar na geladeira?

Bella concordou entusiasticamente e correu para a cozinha, provavelmente para mostrar primeiro para a avó antes de pendurá-lo com os ímãs ao lado de todos os outros desenhos que já decoravam o eletrodoméstico antigo.

Fiquei ali parado por um momento, observando minha filha desaparecer pelo corredor, seu riso ecoando pelas paredes da villa.

Tinha sido assim pelos últimos trinta e poucos dias. Bella mencionando Bianca constantemente. Perguntando quando ela voltaria. Se ela tinha esquecido de nós. Se ainda eram amigas de verdade ou se o colar que usava religiosamente tinha perdido o significado.

E cada vez que Bella perguntava, sentia aquele aperto familiar no peito. Aquela mistura de saudade e frustração e algo mais profundo que não queria nomear.

Bianca mandava mensagens. Não muitas, mas algumas. Fotos engraçadas que encontrava na internet e achava que eu ia gostar. Memes sobre vinhos ou sobre vida no campo que a faziam pensar em mim. Perguntava como estava Bella, como estavam as coisas na pousada, se a neve tinha finalmente derretido completamente.

Conversas superficiais. Amigáveis. Completamente inadequadas para depois do que tinha acontecido entre nós naquela última noite.

Porque eu ainda lembrava. Lembrava de cada detalhe com uma clareza que deveria ter diminuído com o tempo mas que teimosamente permanecia vívida. A forma como ela tinha se sentido nos meus braços. O som dos suspiros dela. O gosto da pele dela. A forma como tinha dito meu nome quando...

Balancei a cabeça, forçando esses pensamentos para longe. Não ajudava ficar relembrando. Não mudava o fato de que ela vivia em Florença, imersa em um mundo que eu nem conhecia. E eu estava aqui, preso nestas montanhas por escolha e por necessidade, cuidando de uma pousada que mal conseguia se manter à tona.

Não havia futuro entre nós. Não podia haver

Mesmo que eu quisesse — e como eu queria! — não havia como fazer funcionar. Ela não ia deixar sua vida para vir morar no meio do nada. E eu não podia abandonar minha mãe, minha filha, este lugar que era tudo que restava do legado da minha família.

Peguei meu celular, olhei para a última mensagem dela. De três dias atrás. Um meme sobre um cachorrinho bebendo vinho acidentalmente e fazendo careta. Tinha respondido com um emoji de coração e uma piada sobre como do nosso vinho artesanal provavelmente ele gostaria. Ela tinha rido — pelo menos, tinha mandado aqueles emojis de risada — e a conversa tinha morrido ali.

Sempre morria em algum ponto. Porque nenhum de nós estava disposto a ter a conversa de verdade. A conversa sobre o que aquela noite tinha significado. Sobre se significava algo além de dois adultos cedendo a uma atração física óbvia.

Guardei o celular no bolso e fui verificar as reservas da semana. Três quartos ocupados de segunda a quinta. Um final de semana quase completo graças a um grupo de ciclistas que tinham escolhido a região para um tour. Não era ruim, mas também não era suficiente.

Nunca era suficiente.

Estava no meio de revisar as contas do mês quando ouvi o som de um carro chegando no pátio. Motor caro. Não era o tipo de carro que nossos hóspedes normalmente dirigiam.

O nosso preço é apenas 1/4 do de outros fornecedores

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