Caminhei de volta para a mesa com passos firmes, minha irritação fervendo. Como Nate se atrevia a me julgar? Como se o relacionamento dele com Alessandra fosse algum exemplo de perfeição romântica.
Quando cheguei à mesa, Charles estava contando alguma história obviamente fabricada sobre suas "aventuras acadêmicas" para Margaret, que parecia educadamente entediada.
— Desculpem a demora — disse, me sentando novamente.
— Charles estava nos contando sobre a vez que ele descobriu um manuscrito raro numa biblioteca em Oxford — Bianca disse, seus olhos brilhando com uma diversão mal disfarçada.
— É — Charles confirmou entusiasticamente. — Um manuscrito do século... er... dezesseis. Muito raro. Sobre... cavaleiros.
Século dezesseis? Cavaleiros? Até eu sabia que os cavaleiros medievais eram dos séculos anteriores.
— Que interessante — consegui dizer, tomando um gole grande da minha bebida.
Bianca me olhou com uma expressão que claramente dizia "que merda você trouxe aqui?", e eu não pude discordar dela.
Charles continuou falando, inventando mais detalhes sobre sua carreira acadêmica fictícia, e de alguma forma conseguiu divertir a mesa toda. O problema era que ninguém estava rindo com ele - estavam rindo dele. Cada nova invenção sobre dragões medievais e "espadas mágicas encontradas em escavações" fazia James esconder um sorriso atrás da taça de vinho, enquanto Margaret fingia tossir para disfarçar uma risada.
A vergonha que senti foi física, como se alguém tivesse jogado água gelada sobre mim. Ali estava eu, a mulher que se achava inteligente e perspicaz, que havia trazido um completo charlatão para impressionar um grupo de colegas sofisticados. E pior: todos estavam se divertindo às custas do meu péssimo julgamento.
— Charles — interrompi, não aguentando mais ouvir sobre suas "descobertas arqueológicas imaginárias". — Que tal dançarmos um pouco?
— Ótima ideia! — ele se levantou imediatamente, claramente aliviado por sair do interrogatório informal.
Guiei-o até a pequena pista de dança, onde algumas outras pessoas balançavam ao som de uma música suave. Pelo menos longe da mesa, ele não poderia continuar envergonhando a nós dois com suas histórias ridículas.
— Você é linda, Annelise — Charles disse assim que chegamos à pista, colocando as mãos na minha cintura. — Ainda mais bonita do que nas fotos.
— Obrigada — murmurei, tentando sorrir.
Infelizmente, eu não podia dizer o mesmo. As fotos dele claramente eram antigas ou muito bem editadas, porque o homem na minha frente estava longe do professor charmoso do perfil.
— Sério — ele continuou, me puxando um pouco mais perto. — Quando te vi na entrada, pensei "nossa, que sorte a minha".
— Que gentil — respondi automaticamente, tentando me concentrar na música e esquecer o desastre da mesa.
— Você tem olhos lindos — ele disse, se inclinando mais perto. — E essa boca...
Comecei a me sentir desconfortável com a intensidade do olhar dele, mas tentei manter a educação.
— Charles, que tal conversarmos sobre outra coisa?
— Por que conversar quando podemos aproveitar o momento? — ele sussurrou, suas mãos começando a deslizar para baixo da minha cintura.
— Você é tão diferente das outras mulheres que conheci no app — ele continuou, uma das mãos descendo para minha lombar inferior. — Mais... sofisticada.
— Charles — disse suavemente, tentando reposicionar suas mãos de volta ao lugar apropriado. — Está um pouco próximo demais.
— Relaxa — ele sussurrou no meu ouvido, sua respiração carregada de álcool. — Somos adultos, não somos?
Suas mãos se tornaram ainda mais ousadas, uma deslizando para o meu quadril enquanto ele me puxava contra seu corpo.
— Para, Charles — disse mais firmemente, colocando as mãos no peito dele para criar espaço.
— Quando você força uma mulher na minha presença, vira da minha conta.
Charles olhou ao redor e percebeu que várias pessoas estavam olhando na nossa direção. A música havia parado, e um círculo estava se formando ao nosso redor.
— Isso é um mal-entendido — ele murmurou, claramente percebendo que estava em desvantagem.
— O único mal-entendido aqui — Nate disse, ajeitando o punho da camisa — é você achar que pode tratar uma mulher dessa forma.
Charles me olhou como se esperasse que eu o defendesse, mas eu estava tremendo demais para falar. Não de medo, mas de uma mistura de raiva, humilhação e, estranhamente, alívio.
— Eu... eu vou embora — Charles murmurou finalmente, percebendo que não havia saída digna daquela situação.
— Boa ideia — Nate concordou friamente.
Assisti Charles sair apressadamente da pista de dança, empurrando pessoas pelo caminho, e desaparecer na direção da saída.
Só então percebi que ainda estava tremendo.
— Você está bem? — Nate perguntou, sua voz muito mais suave agora, preocupada.
— Estou — consegui dizer, embora não tivesse certeza se era verdade.
— Vamos sair daqui — ele disse gentilmente, colocando uma mão protetora nas minhas costas e me guiando para longe dos olhares curiosos.
E pela primeira vez na noite, eu me senti segura.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...