O sábado chegou como um alívio bem-vindo depois da intensidade emocional da festa. Acordei ainda com um leve vestígio de ressaca, mas determinada a aproveitar os últimos dias com Zoey e Christian antes deles retornarem ao Brasil. Era estranho pensar que logo estariam do outro lado do oceano novamente, reduzidos a chamadas de vídeo e mensagens de W******p.
Matheus apareceu no meu apartamento por volta das dez da manhã, carregando cafés e croissants de uma padaria francesa próxima.
— Programa família Aguilar — anunciou quando abri a porta. — Zoey já confirmou: hoje somos turistas na sua cidade.
Passamos o dia inteiro percorrendo alguns pontos icônicos de Londres que, ironicamente, eu nunca havia visitado adequadamente desde que me mudei para cá. Começamos por Regent's Park e Zoey tirou dezenas de fotos de Matteo no carrinho, rindo a cada expressão engraçada que ele fazia para a câmera.
— Ele é uma versão miniatura do papai — comentei, observando como Matteo franzia a testa da mesma forma que nosso pai fazia quando estava concentrado. — Mas tem algo da nossa teimosia.
— Deus me livre — Zoey riu. — Uma personalidade teimosa de Aguilar já basta na família.
— Uma? — Matheus arqueou a sobrancelha. — Somos pelo menos três aqui.
Seguimos para uma cafeteria charmosa em Notting Hill, onde nos esprememos numa mesa pequena e passamos mais de uma hora conversando sobre tudo e nada. Matheus contou histórias absurdas dos seus últimos projetos na Ásia. Zoey falou sobre como estava sendo adaptar a maternidade com a carreira, e eu me peguei genuinamente relaxada pela primeira vez em semanas.
— Sabe o que eu mais vou sentir saudade? — disse Zoey, mexendo o café com uma colher pequena demais. — Desses momentos bobos. De poder te ligar e dizer 'vamos tomar um café' sem ter que calcular fusos horários.
— Eu também — admiti, sentindo um aperto no peito. — Vai ser estranho voltar a fazer tudo sozinha.
— Você não está sozinha — Matheus disse, puxando uma das minhas mechas de cabelo de forma irritante como fazia quando éramos crianças. — Mesmo quando eu voltar para Ásia, sempre vai ter sempre alguém da família torcendo por você.
— E quando você vier para Londres a trabalho, vai poder me visitar — completei.
— E vou poder fiscalizar se você está se comportando — ele sorriu maliciosamente.
Nossa última parada foi no mercado de flores de Columbia Road, onde Zoey insistiu em comprar um buquê imenso de peônias cor-de-rosa.
— Para o seu apartamento — explicou. — Algo para lembrar que sempre tem alguém torcendo por você, mesmo de longe.
O domingo chegou com aquela melancolia típica de despedidas, mas decidimos transformá-la em celebração. Christian e Zoey nos receberam no apartamento luxuoso deles, que tinha uma vista deslumbrante do horizonte londrino. As janelas de vidro que iam do chão ao teto criavam uma sensação de estar flutuando sobre a cidade.
Zoey havia preparado um brunch que misturava sofisticação londrina com nostalgia brasileira. A mesa estava posta com louça elegante, mas o cardápio incluía coxinhas e pão de queijo que ela havia encomendado especialmente de uma padaria brasileira.
— Porque despedida sem comida de conforto não é despedida — ela explicou.
Christian estava no seu elemento, contando histórias de viagens de negócios que pareciam mais aventuras cômicas do que reuniões corporativas, enquanto Nate adicionava comentário engraçados. Bianca, Matheus e Marco se revezavam fazendo Matteo rir, criando uma competição informal de quem conseguia arrancar as gargalhadas mais altas do bebê.
— Vocês têm certeza de que não querem vir no voo com a gente pro Brasil? Definitivamente eu adoraria essa competição quando ele começar a chorar — Zoey provocou, mas estava sorrindo enquanto observava-os competindo pela atenção do filho.
Depois do brunch, enquanto Christian mostrava para Matheus e Marco algo na varanda e Bianca tentava ensinar Matteo a bater palmas, Zoey me puxou para um canto mais reservado do apartamento.
— Então — disse, se acomodando no sofá imenso que tinha vista para toda Londres —, como você está se sentindo sobre tudo? A festa, Henri, Nate... essa noite inteira foi uma montanha-russa.
Respirei fundo, sabendo que não conseguiria esconder nada da minha irmã mesmo se quisesse.
— Na verdade — comecei, sentindo meu rosto esquentar —, eu preciso confessar uma coisa meio... embaraçosa.
— Ah não — Zoey riu. — O que você fez?
Franzi a testa, tentando imaginar sobre o que poderiam estar falando. Negócios? A festa de ontem? Ou talvez...
— Eles estão falando sobre você — Zoey disse baixinho, seguindo meu olhar.
— Como você sabe?
— Porque conheço meu marido. E pelo jeito como Nate está parado - aquela postura de quem está ouvindo um conselho sério -, eu diria que Christian está dando a famosa palestra sobre 'como tratar direito a irmã da minha esposa'.
Senti uma mistura estranha de curiosidade e nervosismo.
— Você acha que é uma coisa boa ou ruim?
— Conhecendo Christian? Provavelmente está dizendo para Nate parar de enrolar e fazer alguma coisa decisiva — Zoey sorriu.
Observei os dois homens por mais alguns segundos antes de Christian dar um tapinha no ombro de Nate e ambos se dirigirem de volta para a sala.
— Bem — suspirei —, independentemente do que eles estavam falando, logo tudo volta ao normal.
— Normal? — Zoey repetiu com uma risada. — Anne, quando sua vida foi normal pela última vez?
Pensei na pergunta dela enquanto voltávamos para a sala, onde Matteo agora estava sendo passado de colo em colo como um troféu muito fofo. Em breve, Zoey e Christian estariam no avião de volta ao Brasil. Christian voltaria às suas responsabilidades como CEO internacional, Zoey retomaria sua rotina de mãe e esposa na Serra Gaúcha, e eu ficaria aqui em Londres, navegando pelas águas complicadas do meu trabalho na Bellucci, meus sentimentos confusos por Nate, e agora essa nova conexão reinstaurada com Wanderer.
Normal talvez fosse uma palavra otimista demais para descrever o que me esperava.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Cadê o restante do livro? Parou no capítulo 449....
Estava lendo sem pedir para comprar com moedas, e desde o capítulo 430 já não consigo mais. Fiquei bem chateada!...
A melhor foi a história da Zoey e Christian mesmo. Foi a mais emocionante....
Site tá uma porcaria cheio de propagandas que não tinha antes, atrapalhando a leitura....
21984019417...
Alguém mais está dando erro nos capitulos 426, 427 e 428?...
Cadê o capítulo 85 🥲...
Queria o final. Como faço?...
O meu travou no 406, mais as moedas estão sumindo...
O meu travou no 325...