A festa continuou após o discurso de Christian e dos COOs internacionais, mas com uma energia ligeiramente diferente. As luzes voltaram à intensidade normal, as conversas retomaram seu tom mais descontraído, e o som das taças de champagne voltou a dominar o ambiente.
Tentei, em vários momentos durante a noite, encontrar uma brecha para falar com Nate. Mas era como se o universo tivesse conspirado contra qualquer possibilidade de conversa particular entre nós.
Sempre que eu achava que havia uma oportunidade, algo acontecia. Na primeira tentativa, quando vi Nate se afastando de um grupo próximo ao bar, um investidor alemão importante se aproximou dele com outros executivos a reboque, iniciando uma conversa aparentemente séria. Fiquei ali parada, segurando minha taça de vinho, observando Nate assumir aquela postura profissional que eu conhecia tão bem.
Na segunda vez, quando finalmente consegui vê-lo sozinho próximo à varanda principal, Zoey apareceu do nada me puxando pelo braço.
— Anne, vem cá! Tem umas pessoas que Christian quer te apresentar — disse, me arrastando na direção oposta antes que eu pudesse protestar.
E assim foi a noite inteira. Quando Nate parecia livre, Bianca surgia querendo falar sobre alguma coisa. Quando eu conseguia me libertar de uma conversa, Matheus aparecia contando alguma história engraçada que atraía a atenção de meio salão. Era como se estivéssemos numa dança estranha, sempre nos movendo em círculos, mas nunca conseguindo nos encontrar no centro.
A sensação de frustração crescia a cada hora que passava. Eu podia sentir a noite escorregando pelos meus dedos, cada minuto que passava sendo mais uma oportunidade perdida. Havia algo quase cruel na forma como as circunstâncias continuavam se alinhando contra nós.
Em alguns momentos, nossos olhares se cruzavam através do salão - durante uma conversa sobre exportações brasileiras, enquanto eu fingia prestar atenção a um comentário sobre tendências do mercado italiano, quando estava sendo apresentado a algum cliente importante. Cada olhar carregava uma promessa não cumprida, uma conversa que precisava acontecer mas que continuava sendo adiada pelas demandas sociais da festa.
Quando a festa começou a dar sinais de estar chegando ao fim, me rendi à inevitabilidade da situação. Alguns convidados já haviam começado a se despedir, e Christian estava claramente em modo "encerramento", fazendo os agradecimentos finais e garantindo que os contatos importantes estivessem satisfeitos.
— Pronta para ir? — Zoey apareceu ao meu lado, parecendo tão exausta quanto eu me sentia.
— Mais do que pronta — murmurei, sentindo o peso da noite inteira nos meus ombros.
O trajeto de volta para casa no carro de Christian foi silencioso. Zoey cochilou no banco da frente enquanto Christian dirigia através das ruas de Londres, as luzes da cidade passando pela janela num borrão dourado. Quando chegamos ao meu prédio, me despedi rapidamente dos dois e subi para o apartamento sentindo como se tivesse sido atropelada pela própria noite.
Assim que entrei, a primeira coisa que fiz foi tirar os saltos e jogá-los para o lado com um suspiro de alívio profundo. Meus pés estavam doloridos depois de horas em sapatos bonitos mas impiedosos, e o simples ato de pisar descalça no chão frio do apartamento foi quase libertador.
Suspirei fundo, passando as mãos pelo rosto e sentindo a maquiagem que havia começado a noite perfeita e agora estava provavelmente borrada e cansada como eu me sentia.
Sem pensar muito no que estava fazendo, fui até a cozinha e peguei uma taça de vinho. Mesmo já tendo bebido durante a festa, sentia que precisava de algo para ajudar minha mente a relaxar, para processar tudo que havia acontecido. O vinho tinto desceu suave, aquecendo meu peito numa forma que as bebidas da festa não haviam conseguido.
Depois, fui direto para o banheiro, ligando o chuveiro na temperatura mais quente que conseguia suportar. A água quente batendo nos meus ombros tensos foi como uma benção, lavando não apenas a maquiagem e o perfume da festa, mas também o peso emocional de tudo que havia acontecido.
Sentei na cama bruscamente, ignorando a tontura que a mudança de posição causou. Olhei para a mensagem como se ela fosse uma cobra venenosa, tentando processar o que havia feito.
Não só havia reinstalado o aplicativo durante uma madrugada confusa, como havia respondido a Wanderer de forma completamente honesta e vulnerável. Havia praticamente admitido que ele mexia comigo, que suas perguntas me afetavam de uma forma que eu não conseguia controlar.
E o pior: não me lembrava de ter feito isso.
— Merda — murmurei para o quarto vazio, minha voz rouca da ressaca e do pânico.
Olhei para o horário da mensagem: 3:17 da madrugada. Eu aparentemente havia passado horas acordada, lutando contra pensamentos confusos sobre a festa, sobre Nate, sobre tudo, e em algum momento havia decidido reinstalar o aplicativo e responder a única pessoa que conseguia tirar minha mente de todas essas complicações.
Agora estava ali, exposta e vulnerável, esperando para ver se Wanderer responderia. E a parte mais assustadora era que, mesmo através da ressaca e do pânico, uma pequena parte de mim estava ansiosa para ver o que ele diria.
Porque mesmo depois de tudo que havia acontecido na festa, mesmo depois de ter tomado a decisão de ser honesta sobre meus sentimentos confusos, Wanderer continuava sendo a única pessoa que conseguia fazer minha mente focar completamente em outra coisa.
E talvez, na confusão da madrugada, eu finalmente havia admitido isso para ele.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...