Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 25

As palavras de Alex pairavam no ar entre nós, carregadas de insinuação. Meu corpo reagiu de maneira contraditória – um arrepio com a lembrança traiçoeira de sensações que meu eu não tinha esquecido completamente.

Antes que eu pudesse formular uma resposta, uma voz fria e controlada cortou o momento.

— Interrompendo algo?

Christian estava parado na base da escada, olhando para nós com uma expressão que nunca tinha visto antes. Seus olhos, geralmente calorosos quando direcionados a mim, estavam duros como pedras. Seu maxilar estava tenso, a postura rígida.

Alex sorriu, recuando um passo, mas não parecendo nem um pouco constrangido.

— Apenas relembrando os velhos tempos com sua noiva — ele respondeu com uma casualidade estudada. — Zoey e eu temos... muita história.

Christian atravessou o espaço entre nós com passos medidos, colocando-se ao meu lado. Seu braço deslizou ao redor da minha cintura de forma possessiva, os dedos pressionando levemente contra o tecido fino do vestido.

— História. Exatamente isso — Christian respondeu, seu tom gelado. — Algo que ficou no passado.

Ele me lançou um olhar breve, mas intenso, antes de voltar sua atenção para Alex.

— Os convidados estão se reunindo na sala de jantar. Sugiro que se junte a eles, senhor Pereira.

O uso do sobrenome era um lembrete sutil de que Alex não era bem-vindo no círculo íntimo. Alex pareceu notar, seu sorriso vacilando por um instante antes de recuperar a compostura.

— Claro. — Ele levantou o copo em um brinde silencioso. — Nos vemos lá dentro.

Quando ele se afastou, Christian não relaxou. Seus dedos permaneceram firmemente na minha cintura, como se temesse que eu pudesse correr atrás de Alex se ele me soltasse.

— Você está bem? — ele perguntou, a voz ainda tensa.

— Sim, eu...

— Vamos. — Ele me interrompeu, guiando-me em direção à sala de jantar. — Não devemos fazer os convidados esperarem.

O jantar foi uma tortura elegante. Sentada entre Christian e Marco, eu podia sentir a frieza de Christian ao meu lado. Ele conversava animadamente com todos à mesa – seu avô, os investidores, até mesmo Elise, que parecia particularmente satisfeita esta noite. Mas comigo, trocou apenas palavras necessárias, breves e educadas.

Do outro lado da mesa, Alex não disfarçava seus olhares. Quando ninguém estava prestando atenção ele me observava por cima da taça de vinho, ocasionalmente deixando seu olhar deslizar pelo meu decote ou oferecendo um sorriso que carregava lembranças íntimas demais.

Francesca também estava presente, sentada do outro lado da mesa, o mais longe possível de Giuseppe, cuja expressão endurecia visivelmente sempre que ela falava. Era claro que o patriarca não havia esquecido nem perdoado a traição aos Bellucci. Mesmo assim, ela mantinha uma elegância calculada, ocasionalmente lançando olhares em nossa direção, observando a dinâmica com interesse clínico.

— Então, Zoey — Giuseppe quebrou minha observação silenciosa. — Christian me contou que você tem bom olho para detalhes. O que acha da nossa coleção de arte?

Foi a deixa para uma conversa sobre as peças que decoravam a mansão, um tópico seguro que me permitiu respirar por alguns minutos, longe da tensão evidente entre mim e Christian.

Durante a sobremesa, senti algo tocar minha perna sob a mesa. Um pé deslizando suavemente contra minha panturrilha. Engasguei com o sorbet de limão, meus olhos instintivamente buscando o responsável. Alex sorriu de seu lugar, um sorriso que dizia claramente que não era acidental.

Afastei minha perna bruscamente, quase derrubando minha taça. Christian me olhou, uma pergunta silenciosa em seus olhos, mas rapidamente desviou o olhar, voltando à sua conversa com um investidor chinês.

A noite pareceu se arrastar infinitamente até que, finalmente, os convidados começaram a se despedir. Christian permaneceu o perfeito anfitrião até o último deles sair – com exceção de Alex e Elise, que estavam hospedados em uma das casas de hóspedes da propriedade.

Quando finalmente subimos para o quarto, o silêncio entre nós era quase ensurdecedor. Fechei a porta atrás de mim, observando Christian enquanto ele afrouxava a gravata com movimentos bruscos.

— Vai me dizer o que está acontecendo? — perguntei finalmente.

Ele me olhou como se tivesse esquecido que eu estava ali.

— O que você quer dizer?

— Você sabe muito bem. — Cruzei os braços. — Você passou a noite inteira me tratando como se eu fosse invisível. O que eu fiz?

Christian soltou uma risada amarga, jogando a gravata sobre uma cadeira.

— Esquecer? — Segui-o com o olhar. — Você passou a noite inteira agindo como um idiota ciumento e agora quer apenas 'esquecer'?

Ele parou, virando-se para mim com um olhar de descrença.

— Ciumento? Não seja ridícula, Zoey. Isso não tem nada a ver com ciúmes.

— Não? — desafiei, uma sensação estranha de satisfação crescendo dentro de mim. — Então por que está tão incomodado? Por que se importa se estou ou não próxima demais do Alex?

— Porque você está aqui para representar um papel! — ele respondeu bruscamente. — O papel da minha noiva apaixonada! Não de uma mulher dividida entre dois homens!

Suas palavras me atingiram como um tapa. Claro. Era apenas o papel. A farsa. O negócio.

— Entendi — respondi friamente. — Desculpe se minha atuação não está convincente o suficiente para você.

Um silêncio pesado se instalou entre nós. Christian parecia ter percebido o impacto de suas palavras, mas não se retratou.

— Zoey, não é isso que...

— Não importa — cortei. — Você tem razão. Isso é apenas negócios. — Fiz uma pausa, reunindo coragem para o que diria a seguir. — O que me lembra... você ainda não respondeu minha pergunta de ontem.

Ele franziu o cenho.

— Que pergunta?

Sustentei seu olhar, recusando-me a recuar agora.

— Você ainda tem sentimentos por Francesca?