~ Nathaniel ~
Cheguei em casa às seis da tarde, duas horas antes do habitual, com a cabeça fervendo desde que vi a foto de Anne pela manhã. O dia inteiro no escritório havia sido uma tortura — cada vez que fechava os olhos, via aquelas curvas, a forma como a luz matinal acariciava sua pele, o convite implícito naquela imagem que havia me deixado completamente incapaz de me concentrar em qualquer coisa.
Larguei a pasta na entrada e afrouxei a gravata, sentindo como se estivesse sufocando. A foto dela continuava queimando na minha mente, cada detalhe gravado com uma clareza que me deixava fisicamente desconfortável. Era como se ela soubesse exatamente onde tocar para me desarmar completamente, mesmo à distância.
Fui direto para o banheiro e abri o chuveiro no frio. A água gelada contra minha pele me fez dar um salto, mas era exatamente o que eu precisava. Tentei deixar que o frio lavasse a excitação que havia me perseguido o dia todo, que me acalmasse o suficiente para conseguir pensar com clareza sobre o que estava prestes a acontecer.
Mas era inútil. A imagem dela estava gravada na minha retina - cada curva, cada sombra, a forma como a lingerie preta contrastava com sua pele. Era impossível não comparar com o que havia acontecido no avião. Lá, tudo havia sido urgente, desesperado, carregado de uma tensão que explodiu antes que pudéssemos pensar. Mal havíamos tirado as roupas necessárias, tudo improvisado no espaço apertado, movidos por um desejo que não conseguimos controlar.
Mas a foto dela hoje... era diferente. Era deliberada, pensada, íntima de uma forma que me deixava completamente vulnerável. Ela havia escolhido cada ângulo, cada detalhe do enquadramento para me provocar. E havia funcionado de forma devastadora.
Depois do banho, passei um bom tempo sentado na cama com o laptop, baixando e testando aplicativos de modulação de voz. Era ridículo, eu sabia, mas a paranoia era necessária. Anne havia ouvido minha voz em dezenas de reuniões, em conversas casuais pelos corredores, em momentos de tensão e relaxamento. Mesmo com a distorção natural do telefone, mesmo com a excitação mudando meu tom, eu não podia arriscar que alguma inflexão familiar me entregasse.
Testei pelo menos cinco aplicativos diferentes, ajustando tonalidades, experimentando filtros, tentando encontrar algo que soasse natural mas diferente o suficiente para mascarar minha identidade. Cada opção que experimentava parecia inadequada - muito robótica, muito óbvia, ou simplesmente ridícula. O primeiro fazia minha voz soar como se eu estivesse falando através de um robô, o segundo criava um eco artificial que seria impossível de manter durante uma conversa íntima.
Finalmente encontrei um que apenas aprofundava ligeiramente meu registro, como se eu estivesse resfriado ou falando mais baixo por intimidade. Era sutil o suficiente para não soar artificial, mas diferente o bastante para criar dúvida. Era perfeito para o que eu precisava.
Às nove e meia, estava em meu quarto, tendo gasto quase uma hora arrumando tudo meticulosamente. A luz dimmer estava regulada no mínimo, criando uma atmosfera íntima mas não muito reveladora. Havia testado vários ângulos da câmera, ajustado a posição da cama, verificado que não havia nada no fundo que pudesse me identificar. O ambiente estava silencioso, apenas o som distante do trânsito londrino lá embaixo, criando um fundo urbano anônimo.
Às 21:59, estava sentado na borda da cama, celular na mão, o coração batendo como se eu fosse um adolescente prestes a fazer sua primeira ligação para uma garota. As mãos estavam suando, e tive que limpá-las na calça duas vezes. Era absurdo como Anne conseguia me deixar nervoso mesmo quando ela nem sabia que era eu.
Me perguntei se Anne realmente atenderia. Se ela não se arrependeria no último minuto, se não acharia tudo aquilo loucura demais. A possibilidade de ela simplesmente não atender me deixou mais nervoso do que eu esperava. E se ela tivesse mudado de ideia? E se a realidade da situação tivesse a assustado?
Às dez em ponto, respirei fundo e decidi que era agora ou nunca. Tirei uma foto cuidadosamente planejada: estava sentado na beira da cama, calça desabotoada mas ainda vestida, sem camisa, a luz baixa criando sombras que definiam os músculos do meu abdômen sem revelar demais. O enquadramento mostrava do peito para baixo, deixando claro o estado de excitação que Anne havia provocado desde a manhã. Era provocante sem ser vulgar, íntimo sem revelar demais da minha identidade física.
Enviei a foto e, antes que pudesse me arrepender ou questionar minha sanidade, disquei o número dela usando um chip que havia comprado especificamente para isso.
— Alô? — A voz de Anne soou um pouco nervosa, mas tentando disfarçar com aquele tom provocativo que eu já conhecia bem das nossas mensagens.
— O que você está vestindo? — perguntei, incapaz de resistir, minha voz já carregada de expectativa.
Ela riu baixinho, um som rouco e provocante que fez cada músculo do meu corpo se contrair.
— Menos do que estava na foto de hoje de manhã — respondeu, cada palavra saindo lenta, como se soubesse exatamente o efeito que teria em mim.
Senti minha respiração acelerar, e minha mão apertou involuntariamente o lençol ao lado.
— E você? — ela devolveu, a voz levemente arrastada.
— A calça que você viu na foto — respondi, minha voz ficando mais grave, mais rouca. — Que está ficando... desconfortável.
— Hmm... — ela murmurou, e o som foi como uma descarga elétrica direto para meu corpo. — Talvez devesse tirar, Wanderer. Ficar mais confortável.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...