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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 266

O e-mail chegou às nove da manhã, formal e direto ao ponto: "Assunto: Reintegração ao Cargo - Anne Aguilar". Abri com o coração acelerado, mesmo já sabendo que a reunião de ontem havia resultado na minha volta ao trabalho segundo Bianca.

"Prezada Srta. Aguilar, informamos que o Conselho Administrativo da Bellucci Internacional decidiu por sua reintegração ao cargo. Solicitamos sua presença no Departamento de Recursos Humanos às 10h30 para assinatura dos documentos pertinentes e briefing sobre os procedimentos do período de supervisão temporária."

Supervisão temporária. As palavras soaram como uma lembrança constante de que, mesmo inocentada, eu ainda estava sendo observada, julgada, avaliada. Era melhor do que o afastamento, mas longe de ser uma vitória completa.

Cheguei ao RH no horário marcado, tentando manter uma postura profissional apesar do turbilhão de emoções. Clara, a funcionária de RH, me recebeu com um sorriso que não chegava aos olhos e uma pilha de documentos para assinar.

— Bem-vinda de volta, Annelise — disse, indicando a cadeira em frente à sua mesa. — Tenho certeza de que está aliviada por tudo ter se resolvido.

— Estou sim — respondi, pegando a caneta que ela me ofereceu. — Foi uma situação... complicada.

— Realmente foi — Clara concordou, organizando os papéis enquanto eu assinava. — Felizmente, você teve alguém no Conselho que interveio muito fortemente em seu favor.

Algo no tom dela me fez levantar o olhar dos documentos.

— Como assim?

— Oh, nada demais — ela respondeu rapidamente, mas pude ver que havia mais por trás daquele comentário. — É que raramente vemos apresentações tão completas e bem preparadas. Quem quer que tenha montado sua defesa realmente se empenhou.

Terminei de assinar os documentos e saí do RH com mais perguntas do que respostas. Precisava entender o que realmente havia acontecido naquela reunião, e sabia exatamente quem poderia me dar essas informações.

Encontrei Bianca na nossa sala, revisando documentos com aquela concentração característica que sempre me impressionava. Bati na porta e ela levantou o olhar, sorrindo imediatamente.

— Anne! — ela se levantou para me abraçar. — Como se sente por estar de volta?

— Confusa — admiti, fechando a porta atrás de mim. — Preciso entender o que realmente aconteceu ontem. Clara do RH fez alguns comentários que me deixaram inquieta.

Bianca voltou para sua cadeira, gesticulando para que eu me sentasse também. Havia algo em sua expressão que sugeria que ela estava esperando essa conversa.

— O que você quer saber?

— Tudo — respondi diretamente. — Quem me defendeu? Como conseguiram provar minha inocência?

Bianca suspirou, parecendo pesar suas palavras cuidadosamente.

— Marco apresentou sua defesa durante a reunião. Foi muito convincente, muito bem preparado. As evidências que ele apresentou eram irrefutáveis — logs de sistema, imagens de câmeras de segurança, comprovantes de que você não estava no prédio quando os acessos foram feitos.

— Marco conseguiu tudo isso sozinho? — perguntei, sentindo que havia algo mais.

— Bem... — Bianca hesitou. — Ele só teve todas essas provas porque Nate entregou um dossiê completo para ele. O trabalho de investigação foi todo do Nate.

A informação me atingiu como um soco. Nate havia me ajudado, como prometera fazer, mas por que deixar Marco apresentar as provas?

— Marco... — comecei, mas ele me interrompeu.

— Pense nisso, Anne. Você provou seu valor aqui, superou todos os obstáculos que colocaram no seu caminho. Agora é hora de ir para onde realmente pode brilhar.

Ele se afastou antes que eu pudesse responder, deixando-me ali parada no corredor com uma sensação crescente de que minha vida estava sendo decidida por outras pessoas.

A tensão interna que vinha crescendo desde a manhã finalmente explodiu em questionamentos diretos: Nate realmente queria que eu ficasse? Ou havia decidido que seria melhor me afastar elegantemente? A ajuda que ele havia me dado era genuína preocupação ou uma forma de limpar sua própria consciência antes de me ver partir?

Saí da Bellucci ainda no meio da tarde, já que só voltaria a trabalhar oficialmente na segunda-feira. A conversa com Marco ficou ecoando na minha mente durante todo o caminho para casa.

Quando cheguei no apartamento, a necessidade de respostas havia se tornado insuportável. Fiquei por quase uma hora andando de um lado para o outro, tentando juntar as peças de tudo que havia descoberto.

A situação estava clara demais para ignorar: havia negociações acontecendo sobre meu futuro sem que eu soubesse. Marco não estava simplesmente oferecendo uma oportunidade - ele estava executando um plano. E a pergunta que me atormentava era: Nate fazia parte desse plano?

Olhei para o relógio: oito da noite. Nate provavelmente já estava em casa, talvez se preparando para jantar, talvez trabalhando mais como sempre fazia. A imagem dele respondendo à minha campainha, surpreso de me ver ali, fez meu coração acelerar.

Mas eu precisava de respostas. Precisava olhar nos olhos dele e saber a verdade sobre o que ele realmente queria para nós, sobre o que havia negociado com Marco, sobre se eu era alguém que ele queria proteger ou alguém de quem ele queria se livrar elegantemente.

Peguei as chaves e o casaco, determinada a ir até a casa dele. Não importava o quão desconfortável a conversa pudesse ser, não importava quantas certezas pudesse quebrar no processo. Eu precisava saber onde realmente estava parada na vida dele.

A porta do meu apartamento se fechou atrás de mim com um clique final, ecoando minha determinação. Hoje à noite, Nathaniel Carter teria que me dar as respostas que eu merecia.

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