~ Nathaniel ~
A luz suave das velas que Anne havia espalhado pela sala criava uma atmosfera de aconchego que contrastava perfeitamente com o frio de dezembro lá fora. Estávamos afundados no sofá dela, cada um com uma xícara de chocolate quente nas mãos, assistindo a um desses filmes de Natal completamente previsíveis que passam direto na televisão durante toda a temporada natalina.
Na tela, o protagonista estava correndo desesperadamente pelo aeroporto para alcançar a mulher por quem havia se apaixonado em exatas duas semanas de convivência, enquanto uma trilha sonora dramática tocava ao fundo. Anne riu, quase engasgando com o chocolate.
— Já percebeu como todos esses casais se apaixonam em tempo recorde nesse tipo de filme? — comentei, passando o braço ao redor dos ombros dela e a puxando para mais perto. — Duas semanas e eles já estão dispostos a mudar de país um pelo outro.
Anne se acomodou contra meu peito, ainda sorrindo.
— Talvez porque eles saibam que o tempo é curto — respondeu, traçando pequenos círculos distraídos na minha camisa. — Quando você sente que algo é especial, não faz sentido fingir que não é ou ficar enrolando.
Suas palavras me atingiram de uma forma que ela provavelmente não pretendia. Havia uma verdade ali que ecoava exatamente com minha situação atual - o medo de que estivesse perdendo tempo precioso ao adiar uma conversa que sabia ser inevitável.
— E como era o Natal na sua família? — perguntei, mudando de assunto antes que meus pensamentos me traíssem. — Você nunca me contou muito sobre as tradições de vocês.
Anne se afastou ligeiramente para me encarar, um sorriso nostálgico aparecendo em seu rosto.
— Era bem simples, na verdade — disse, mexendo distraidamente com a alça da xícara. — Minha mãe sempre fazia questão de reunir a gente na véspera e meu pai se fantasiava de Papai Noel com uma barriga postiça ridícula que ele comprou numa loja de fantasias barata.
Ela riu suavemente, mas pude perceber uma ponta de melancolia em sua voz.
— A Zoey sempre ficava responsável pela sobremesa e fazia gelatina coloria, porque era a única que ela sabia cozinhar sem queimar a casa. O Matheus montava uma playlist com todas as músicas natalinas mais bregas que conseguia encontrar, e eu... eu sempre era encarregada de embrulhar os presentes, porque tinha mais paciência.
— E depois que vocês cresceram?
— Mantivemos a tradição até eu me mudar para cá — respondeu, se aconchegando novamente contra mim. — Era nosso momento. Não importava o que estivesse acontecendo na vida de cada um, naquela noite éramos nós cinco, conversando, rindo, lembrando de histórias antigas.
A forma carinhosa como ela descrevia essas memórias familiares me fazia entender melhor quem Anne realmente era. Ela valorizava profundamente essas conexões genuínas, esses momentos de intimidade real entre pessoas que se importavam umas com as outras.
— E na sua família? — ela perguntou, virando ligeiramente a cabeça para me olhar. — Como é o Natal dos Carter?
— Meus pais sempre fazem questão de reunir todos os filhos em Bath — contei, beijando suavemente o topo da cabeça dela. — Minha mãe começa os preparativos em novembro, planejando cada detalhe como se fosse a primeira vez. Meu pai toca piano depois da ceia, sempre as mesmas canções clássicas natalinas que aprendeu quando era jovem.
Fiz uma pausa, lembrando das últimas celebrações.
— Oliver sempre chega com alguma história maluca sobre os animais que atendeu durante o mês, e Tori... bem, Tori geralmente chega com algum drama sobre trabalho ou sobre como nossa família deveria estar frequentando eventos mais sofisticados durante as festas.
Anne riu, e pude sentir a vibração do som contra meu peito.
— Ela parece... interessante.
— Ela é uma boa pessoa — disse rapidamente, percebendo que talvez tivesse soado muito crítico. — Só tem umas ideias fixas sobre como as coisas deveriam ser.
Anne ficou em silêncio por alguns segundos, como se estivesse processando algo.
— E você acha mesmo que sua família está pronta pra mim? — perguntou, sua voz carregando uma vulnerabilidade que me fez querer protegê-la de qualquer possível rejeição.
Me ajeitei no sofá para encará-la diretamente, segurando seu rosto com as duas mãos.
Ela levantou os olhos para me encarar, e vi lágrimas se formando.
— É perfeito — disse, se inclinando para me beijar. — Obrigada. — Ela fez uma pausa, rindo baixinho. — Agora me sinto péssima por ter comprado aquelas abotoaduras simples pra você. Ao lado disso, parece que peguei na primeira loja que encontrei.
Nós rimos, e ela escondeu o rosto no meu ombro, claramente envergonhada.
— Anne — disse suavemente, afastando-a para poder encará-la. — Você poderia me dar um clipe de papel e eu guardaria como tesouro, desde que viesse de você. Além disso, eu adorei as abotoaduras e vou usá-las no Natal.
Me inclinei para beijá-la, e o que começou como um beijo suave rapidamente se transformou em algo mais intenso quando ela me puxou para mais perto. Havia algo diferente naquele momento - uma intimidade nova, mais profunda. Quando nos separamos, ela sorriu contra meus lábios, ainda me segurando pelo pescoço
— Vem — sussurrei contra seus lábios, me levantando e estendendo a mão para ela.
Anne me olhou por alguns segundos antes de aceitar minha mão, me deixando conduzi-la até seu quarto.
Na manhã seguinte, acordei antes de Anne. A luz suave do amanhecer filtrava através das cortinas, criando padrões dourados em seu rosto adormecido. Ela estava deitada de lado, uma das mãos descansando sobre meu peito, respirando suavemente.
Observei-a por vários minutos, memorizando cada detalhe - a forma como seus cílios faziam sombra em suas bochechas, o jeito como seus lábios estavam ligeiramente entreabertos, a paz absoluta em sua expressão.
Foi naquele momento que senti o peso total da situação em que havia me colocado. Ali estava a mulher por quem estava completamente apaixonado, dormindo confiante em meus braços, sem saber que eu havia estado mentindo para ela desde o início.
Me inclinei para beijar suavemente sua testa, sussurrando tão baixo que mal consegui ouvir minha própria voz:
— Eu vou te contar. Só preciso que você não fuja quando souber.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...