Após finalizarmos a ceia, todos nos reunimos na sala de estar ao redor da lareira crepitante. O ambiente estava perfeito - luz suave das velas misturada com o brilho dourado do fogo, o som baixo de conversas íntimas pontuado por risadas ocasionais, e o aroma reconfortante de chocolate quente que Elizabeth havia preparado para todos. Os enfeites natalinos espalhados pela sala refletiam a luz de forma mágica, criando uma atmosfera de aconchego que me fazia sentir parte daquela família mesmo sendo ainda uma estranha.
Richard havia se acomodado próximo ao piano, os dedos percorrendo ocasionalmente algumas teclas em melodias suaves que serviam como trilha sonora perfeita para a noite. Oliver e Sarah estavam sentados no sofá, conversando baixo sobre os filhotes da golden retriever, que agora dormiam tranquilamente no consultório. Tori havia se acomodado numa poltrona elegante, segurando uma taça de vinho e observando toda a dinâmica familiar com aquela postura impecável que parecia ser sua marca registrada.
— Bem — Elizabeth disse, se levantando com aquele sorriso materno que havia me conquistado desde o primeiro momento. — Não podemos deixar o Natal passar sem a troca de presentes, não é mesmo?
Ela se dirigiu até uma pequena pilha de embrulhos que havia sido cuidadosamente organizada embaixo da árvore e voltou com um pacote embrulhado em papel dourado.
— Para você, Anne — disse, estendendo o presente com uma expressão de expectativa carinhosa. — Não é nada muito elaborado, mas...
Peguei o embrulho, sentindo imediatamente que havia algo macio dentro. Quando abri, encontrei um cachecol lindo, feito à mão, em tons de azul e cinza que complementavam perfeitamente meu tom de pele. O trabalho era impecável - cada ponto estava perfeito, e podia ver que havia levado horas para ser concluído.
— Elizabeth... — murmurei, passando os dedos pela textura macia da lã. — Você fez isso?
— Comecei assim que Nate me contou que você viria para o Natal — respondeu, claramente satisfeita com minha reação. — Pensei que seria útil para os invernos ingleses.
Senti os olhos marejarem. Não era apenas o presente em si, embora fosse lindo. Era o gesto, o carinho, o tempo dedicado a fazer algo especial para alguém que ela mal conhecia. Era a forma como ela me havia incluído em sua família desde o primeiro momento.
— Muito obrigada — disse sinceramente, me levantando para abraçá-la.
Elizabeth me abraçou de volta, um abraço maternal que eu não sabia que eu não me dei conta do quanto estava sentido falta.
— Bem-vinda à família, querida — sussurrou baixinho, só para mim.
— Eu também tenho algo para a Anne — Tori disse de repente, me pegando completamente desprevenida.
Todos se viraram para olhar para ela, claramente tão surpresos quanto eu. Tori se levantou graciosamente e caminhou até sua bolsa, de onde retirou um envelope elegante.
— Não é nada muito pessoal — disse, me entregando o envelope com aquela formalidade característica. — Mas pensei que poderia ser útil.
Abri o envelope e encontrei um vale-presente de uma loja que reconheci vagamente como uma das mais luxuosas de Londres. O valor impresso no papel me fez engolir em seco.
— Tori, eu... isso é muito generoso — consegui dizer, genuinamente surpresa e tocada pelo gesto, mesmo que inesperado.
— Recomendo que gaste com uma boa bota — disse ela casualmente, tomando um gole de vinho. — A namorada do meu irmão não pode ficar aí pra cima e pra baixo com uma bota da Primark.
Automaticamente olhei para baixo, para minhas botas de loja de departamento ridiculamente baratas. Senti o rosto esquentar ligeiramente, mas ao mesmo tempo não consegui evitar uma risada interna. Entendi finalmente que aquilo era tão Tori - tentando ser gentil e conseguindo ser ao mesmo tempo generosa e ligeiramente insultuosa.
— Obrigada — respondi, decidindo focar na intenção por trás do gesto ao invés das palavras. — Vou usar com carinho.
Nate voltou alguns minutos depois, seguido por Tori, que retomou sua posição na poltrona como se nada tivesse acontecido. Mas algo havia mudado na expressão de Nate. Sua mandíbula estava mais tensa, e havia uma linha preocupada entre suas sobrancelhas que ele estava claramente tentando disfarçar.
— Tudo bem? — perguntei baixinho quando ele se sentou ao meu lado no sofá.
— Tudo certo — respondeu rapidamente, mas seu sorriso não chegou aos olhos.
Tentei acreditar, mas conhecia Nate bem o suficiente para perceber quando algo o estava incomodando. Ele ficou conosco por mais alguns minutos, participando mecanicamente da conversa, mas eu podia sentir que sua mente estava em outro lugar.
Richard começou a tocar uma última música no piano - uma melodia natalina suave e melancólica que ecoou pela sala como uma despedida natural da noite.
— Acho que foi um dia longo — Nate disse quando a música terminou, se levantando e estendendo a mão para mim. — O que acha de irmos dormir?
— Claro — respondi, aceitando sua mão e me despedindo de todos.
No quarto, enquanto Nate fechava a porta atrás de nós, observei sua postura. Seus ombros estavam tensos, e ele evitava fazer contato visual direto comigo.
— Tem certeza de que está tudo bem? — perguntei novamente, me sentando na beirada da cama.
— Só cansaço — disse, mas havia algo em sua voz que não me convencia completamente. — Foi um dia intenso.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...