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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 292

— Alcachofra com limão siciliano? — repeti, tentando soar casual enquanto minha mente corria para processar a informação. — É um sabor bem... exótico.

Antes que pudesse elaborar mais sobre a coincidência perturbadora, a garçonete sorriu e se inclinou ligeiramente em nossa direção.

— Ah, é uma das nossas especialidades da casa há anos — explicou com orgulho evidente. — Quando as pessoas experimentam pela primeira vez, ficam céticas, mas qualquer pessoa que já tenha provado nunca esquece. É um sabor único que marca mesmo.

— É verdade — Sarah concordou, assentindo enfaticamente. — É daqueles sabores que ou você ama completamente ou odeia com todas as forças. Não tem meio termo. Já vi pessoas fazerem careta só de ouvir a descrição.

— Só o Nate ama — Tori comentou com aquele tom ligeiramente provocativo que eu estava aprendendo a reconhecer, tomando um gole de sua água com gás.

Nate riu, mas pude perceber algo ligeiramente nervoso em sua expressão, como se o foco na sua preferência peculiar o deixasse desconfortável. Havia uma rigidez em seus ombros que não estava ali minutos antes.

— Se fosse só eu, não seria uma especialidade da casa — respondeu, tentando desviar a atenção. — Claramente outras pessoas também apreciam combinações mais ousadas na culinária.

Enquanto discutíamos as opções do cardápio - eu optei por uma margherita clássica, tentando manter as coisas simples enquanto minha mente estava em completa turbulência - Oliver continuou com as provocações, claramente se divertindo com a situação.

— Alcachofra nem parece o nome de uma comida de verdade — disse, rindo enquanto fazia uma careta exagerada. — Parece tipo... uma palavra secreta para pedir socorro. "Houston, nós temos uma alcachofra!"

Nate riu genuinamente dessa vez, se virando para mim com aquele sorriso que sempre fazia meu estômago dar voltas, mas que agora carregava um peso diferente.

— Então será a palavra nossa — disse, pegando minha mão por cima da mesa com aquela ternura natural que sempre me desarma.

— Eca — Tori interrompeu com humor característico. — O que vocês andam fazendo para precisar de palavra de segurança?

A mesa inteira explodiu em risadas, e a conversa seguiu para territórios mais leves e provocativos, com Oliver inventando cenários cada vez mais absurdos onde precisaríamos usar nossa "palavra de segurança alcachofra". Sarah acrescentou suas próprias sugestões cômicas, e até mesmo Tori participou da brincadeira com comentários sarcásticos que faziam todos rirem ainda mais.

Mas eu mal conseguia acompanhar as risadas e brincadeiras que ecoavam ao meu redor.

Minha mente estava completamente focada em uma memória muito específica - uma das últimas conversas que havia tido com Wanderer.

"E quem sabe… um dia a gente se encontre por aí. Te convido para uma pizza de alcachofra com limão siciliano — minha favorita."

— Nossa — admiti com genuína surpresa. — É realmente muito gostosa. Muito melhor do que eu imaginava.

— Viu só? — Nate sorriu com uma satisfação orgulhosa, como se minha aprovação validasse todos os anos que havia passado defendendo sua escolha culinária peculiar contra céticos.

— Vocês dois realmente se completam — Tori comentou, observando nossa interação com uma expressão que não consegui decifrar completamente. — Até no gosto aparentemente exótico para comida.

Forcei uma risada que soou artificial até para meus próprios ouvidos, mas a inquietação no meu peito só crescia exponencialmente. Cada coincidência, cada detalhe específico que se encaixava com precisão cirúrgica, estava construindo um quadro que eu desesperadamente não queria aceitar, mas que estava se tornando impossível de negar racionalmente.

Peguei meu celular discretamente embaixo da mesa, meus dedos tremendo quase imperceptivelmente enquanto navegava pelos contatos salvos. O nome estava lá: Wanderer.

Nunca havia conseguido me forçar a deletar nossa conversa completa. Sempre criava desculpas para mim mesma - que mantinha por nostalgia, por curiosidade intelectual, por uma conexão emocional inexplicável que não conseguia racionalizar completamente. Mas agora, olhando fixamente para aquele nome familiar na tela iluminada, sentia como se estivesse prestes a abrir definitivamente a caixa de Pandora.

Cliquei no contato com o coração batendo descompassadamente e digitei muito lentamente, cada letra representando uma pequena traição à inocência e negação que ainda desesperadamente queria preservar:

"Décima pergunta: seu nome é Nathaniel Carter?"

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