O celular de Nate estava ali, à vista de todos, no canto da mesa próximo ao seu cotovelo. Não havia apitado com a chegada de mensagem, não havia acendido a tela com nenhuma notificação. Nenhum sinal de que tivesse recebido qualquer tipo de comunicação nos últimos minutos desde que enviei minha pergunta devastadora.
Observei discretamente enquanto fingia prestar atenção na conversa animada. Cada segundo que passava sem resposta me dava uma falsa sensação de alívio, como se a ausência de reação pudesse de alguma forma negar a realidade que estava se cristalizando na minha mente.
— O seu telefone está no modo 'não perturbe'? — perguntei casualmente, interrompendo minha própria observação silenciosa.
Nate parou no meio de uma garfada e me olhou com surpresa genuína.
— Não — respondeu, franzindo ligeiramente a testa. — Por quê? Aconteceu alguma coisa?
Senti meu coração acelerar ao ter que improvisar uma resposta que soasse natural.
— É só para sabermos se Alessandra entrar em contato — expliquei rapidamente, tentando soar despreocupada. — Caso ela precise mudar os planos de novo ou algo assim.
Nate assentiu, parecendo aceitar a explicação, embora ainda houvesse uma pontada de curiosidade em seus olhos.
— Vamos torcer para que ela mude — riu-se.
Quase instantaneamente, como se o universo estivesse conspirando contra meu sistema nervoso, o barulho alto e súbito de uma notificação de mensagem preencheu o ambiente da pizzaria.
Pulei literalmente na cadeira, meu corpo reagindo involuntariamente ao som que havia estado esperando com tanta ansiedade. Nate imediatamente colocou a mão sobre a minha num gesto automático de calma, seus olhos me estudando com preocupação crescente.
— Ei — disse suavemente, seu polegar traçando pequenos círculos reconfortantes no dorso da minha mão. — Está tudo bem?
Mas o som não havia vindo do telefone dele. Era o celular de Sarah, que já estava pegando o aparelho e começando a digitar uma resposta com o sorriso de quem havia recebido uma mensagem agradável.
— Desculpem — disse ela, sem levantar os olhos da tela. — É minha irmã mandando fotos dos sobrinhos vestidos para o Natal.
O telefone de Nate continuava completamente silencioso e imóvel na mesa.
Respirei fundo, sentindo os músculos que nem sabia que estava tensionando finalmente relaxarem. Não era ele. Era só mais uma coincidência bizarra do universo. Talvez eu estivesse sendo paranoica, conectando pontos que não tinham conexão real, construindo uma teoria conspiratória elaborada baseada em casualidades estranhas mas explicáveis.
Talvez eu tivesse um tipo. Outras pessoas escolhiam parceiros baseadas em aparência física, personalidade, ou status social. Eu, aparentemente, me apaixonava por homens com... preferência pelo mesmo sabor exótico de pizza. Era quase cômico, se não fosse tão perturbador.
Foi quando o som de um telefone tocando novamente cortou meus pensamentos de alívio.
Dessa vez, reconheci instantaneamente o toque - era meu próprio celular, tocando com a música que havia programado especificamente para chamadas da família.
— Desculpem — disse rapidamente, pegando o telefone e vendo o rosto familiar da Zoey na tela de videochamada. — É minha família. Posso atender rapidinho?
— Claro — Nate disse imediatamente, e os outros assentiram com sorrisos compreensivos.
Aceitei a chamada e imediatamente fui recebida por um coro animado de "Feliz Natal!" vindos de várias vozes familiares. A tela mostrava minha família reunida na sala da mansão - minha mãe e meu pai sentados no sofá, Zoey segurando Matteo no colo, e Christian aparecendo parcialmente no canto da tela.
— Feliz Natal para vocês também! — respondi, sentindo uma onda de saudade e carinho ao ver todos juntos.
— Olha só quem está aqui — Zoey disse, virando a câmera para focar em Matteo, que estava usando um gorrinho natalino vermelho adorável e babando ligeiramente no próprio punho.
— Diga 'titia' para a Anne, Matteo. Titia!
Matteo olhou diretamente para a câmera com aqueles olhos grandes e curiosos, abriu a boca e emitiu uma série de sílabas completamente emboladas que não se pareciam nem remotamente com "titia", mas que fizeram meu coração derreter completamente.
— Bah-dah-gah — disse ele solenemente, como se tivesse acabado de pronunciar a coisa mais importante do mundo.
Todos riram, inclusive eu, e senti uma pontada de saudade tão forte que quase doeu fisicamente.
— Está sendo maravilhoso ter Anne aqui, Regina — Nate respondeu com naturalidade. — Embora eu esteja mais nervoso para conhecer vocês do que Anne ficou para conhecer minha família.
— Quando isso vai acontecer? — meu pai perguntou com interesse.
— Muito em breve, espero — prometeu Nate. — Estou ansioso para conhecer as pessoas que criaram uma mulher tão incrível.
— Ele é bom — Zoey murmurou para Christian, mas alto o suficiente para todos ouvirem e rissem.
Matteo escolheu aquele momento para gritar "Bah!" bem alto, como se estivesse dando sua própria opinião sobre a conversa, o que fez todos rirem novamente.
Conversamos por mais alguns minutos, com meus pais fazendo perguntas sobre Bath e sobre como estava sendo meu primeiro Natal longe de casa, enquanto Matteo ocasionalmente contribuía com mais sílabas incompreensíveis mas adoráveis. Zoey aproveitou para provocar tanto a mim quanto a Nate sobre "como estávamos românticos".
Era um daqueles momentos que pareciam suspensos no tempo - simples, caloroso, cheio do tipo de amor familiar que me fazia sentir ancorada no mundo, mesmo estando a quilômetros de distância.
Quando finalmente terminamos a chamada, com promessas de uma visita em breve e mais algumas tentativas fofas de fazer Matteo dizer "titia", coloquei o telefone de lado e respirei fundo.
— Sua família é maravilhosa — Nate disse suavemente, pegando minha mão novamente. — Seus pais parecem pessoas incríveis.
— Eles já adoram você — respondi, sorrindo genuinamente.
Por alguns minutos preciosos, senti como se talvez tudo pudesse realmente dar certo entre nós. A paranoia sobre Wanderer parecia distante e irracional, meus pais haviam aprovado Nate completamente, e estávamos ali, em uma pizzaria aconchegante em Bath, cercados por pessoas que se importavam conosco.
Era quase perfeito demais para durar.
— Pessoal — a voz de Tori cortou a atmosfera calorosa como uma lâmina fria. — Alessandra está chegando.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...