Meu apartamento nunca havia parecido tão pequeno e silencioso quanto quando entrei pela porta. Joguei as chaves sobre o balcão da cozinha com mais força do que necessário, o barulho metálico ecoando pelo espaço vazio de uma forma que parecia amplificar minha solidão. A viagem de Uber de volta para casa havia sido torturante - cada semáforo, cada curva me dava mais tempo para pensar, para reviver a descoberta.
Caminhei até a janela da sala, observando Londres se estender diante de mim. As luzes da cidade piscavam como sempre, indiferentes ao caos emocional que estava vivendo. Pessoas seguiam suas vidas normalmente enquanto a minha havia sido virada do avesso em questão de minutos.
Precisava falar com alguém. Mas conhecia Zoey bem o suficiente para saber que se ligasse para ela naquele estado, era bem capaz da minha irmã pegar o primeiro voo cruzando o oceano para vir conferir pessoalmente como eu estava. Por outro lado, a outra pessoa para quem eu podia ligar, eu não teria uma conversa amigável. Ainda assim, era melhor que guardar tudo dentro de mim.
A raiva estava crescendo como uma tempestade, e eu sabia exatamente com quem mais precisava acertar as contas. Havia uma pessoa que conhecia toda a situação - que sabia sobre Nate, sobre Wanderer, sobre tudo - e que havia me deixado completamente no escuro.
Peguei meu celular e disquei para Bianca, minha irritação aumentando a cada toque de espera.
A chamada de vídeo conectou após alguns toques, revelando o rosto sorridente de Bianca contra um fundo de paisagem italiana deslumbrante. Ela estava claramente relaxada, os cabelos soltos ao vento, usando um suéter elegante que gritava "férias na Toscana"
— Anne! Que surpresa boa! — disse animadamente, ajustando o celular para uma posição melhor. — Como foi o Natal? Ainda está com o Nate? A paisagem aqui está absolutamente...
— Você sabia — a interrompi abruptamente, minha voz cortando através de sua alegria como uma lâmina. — Você sabia e mentiu para mim!
O sorriso de Bianca desapareceu instantaneamente, sendo substituído por uma expressão de confusão genuína. Pude ver suas sobrancelhas se franzindo enquanto tentava processar minha acusação.
— Anne, do que você está falando? — perguntou cautelosamente, seu tom mudando completamente para algo mais sério e preocupado.
— Wanderer! — praticamente gritei. — Você sabia que era o Nate o tempo todo!
Assisti o rosto de Bianca mudar gradualmente conforme a compreensão chegava. Suas feições se contraíram ligeiramente, e pude ver o exato momento em que ela entendeu do que eu estava falando. A culpa se espalhou por sua expressão como tinta na água.
— Nate te contou? — perguntou baixinho, sua voz carregada de apreensão.
— Me contou? Me contou? — repeti, minha voz subindo uma oitava. — Ninguém me contou! Eu precisei descobrir sozinha! Como uma idiota que finalmente juntou os pedaços de um quebra-cabeças que todos ao meu redor já conheciam!
Bianca fechou os olhos por um momento, respirando fundo como se estivesse se preparando para uma conversa difícil.
— Anne, eu...
— Eu deveria ter percebido quando você parou de falar sobre Wanderer como se ele fosse um psicopata assassino em potencial — continuei, sem dar espaço para ela se explicar. — Lembro perfeitamente de você me alertando sobre os perigos de conversar com estranhos na internet, sobre como eu não sabia quem realmente era essa pessoa. E então, de repente, você simplesmente parou com os avisos. Achei estranho, mas pensei que talvez tivesse aceitado que eu era adulta o suficiente para tomar minhas próprias decisões! E quando você nem sequer questionou ele saber meu nome do meio...
— Anne, por favor, me deixa explicar...
— Achei que éramos amigas! — a cortei novamente. — Amigas de verdade! O tipo de amizade onde você não esconde segredos enormes que afetam diretamente a vida da outra pessoa!
Fiquei em silêncio por alguns momentos, observando sua expressão genuinamente arrependida através da tela. Eu não podia colocar tudo nas costas de Bianca - afinal, ela não havia criado essa situação. Havia apenas tentado navegar por ela da melhor forma que conseguiu.
— Tudo bem — suspirei, sentindo parte da tensão deixar meus ombros. — Você não foi quem criou toda essa confusão com o Nate, afinal.
— Obrigada por entender — disse Bianca, alívio claro em sua voz. — Eu realmente estava numa posição difícil.
Ficamos em silêncio por um momento, cada uma perdida em nossos próprios pensamentos. Finalmente, Bianca quebrou o silêncio com a pergunta que eu sabia que estava vindo.
— Vocês terminaram? — perguntou cuidadosamente.
— Não — respondi automaticamente, depois pausei para pensar melhor. — Ainda não, pelo menos.
— E você vai perdoá-lo?
A pergunta pairou no ar entre nós. Era a questão central, a que eu havia estado evitando enfrentar diretamente.
— Estou confusa — admiti finalmente. — Preciso pensar.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Pelo amor de Deus, disponibiliza mais de 10 capítulos por vez. Que inferno ler 2/3 capítulos por dia apenas....
Poxa,que dificuldade pra liberar os capítulos. Vc perde até o interesse de ler 🤨...
Comprei os últimos capítulos e não consigo acessar....
Cansativo liberar somente 2 capítulos por noite.... Poderia liberar pelo menos 5, né?...
Bianca e Nico ... tão bons ou melhores que Christian e Zoeh!!! Tão lindos! Mas vamos garantir pelo menos 3 capitulos por noite para deixar as leitoras felizes?...
Quando terá novos capítulos? Ansiosa...
Já tem uns 3 dias que não disponibiliza os capítulos. Parou no capítulo 557. PS. Esse livro que não acaba.... 🤔...
Queria saber o que está acontecendo, que os capítulos não estão mais disponíveis....
Poxa vida, ja era ruim liberar 2 ou 3 capitulos por noite a conta gotas, agora falhar na liberacao diaria é pèssimo ... oq tem acontecidoncom frequencia. Desanimador....
Alguém sabe me dizer, quando sai mais capítulos?...