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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 305

A manhã de 31 de dezembro chegou com uma clareza mental que não sentia há dias. Acordei mais cedo do que o normal, com uma sensação de determinação que havia estado ausente desde a descoberta sobre Wanderer. A conversa com Zoey no dia anterior havia removido um peso dos meus ombros que eu nem percebia que estava carregando - a pressão de sentir o que achava que deveria sentir, em vez de aceitar o que realmente sentia.

Por volta das nove da manhã, meu celular vibrou com a mensagem matinal habitual de Nate. Durante os últimos dias, eu havia lido cada uma delas sem responder, uma mistura de teimosia e confusão me impedindo de tomar qualquer ação. Mas hoje foi diferente.

"Bom dia, Anne. Espero que tenha uma noite maravilhosa hoje."

Peguei o telefone e, pela primeira vez em cinco dias, digitei uma resposta.

"Nos vemos à noite."

Era simples, direto, mas carregado de significado. Não era um perdão, nem uma declaração de que tudo estava bem entre nós. Era apenas um reconhecimento de que eu estava pronta para conversar, para nos vermos no mesmo ambiente e descobrir onde estávamos.

Enviei a mensagem antes que pudesse mudar de ideia e imediatamente coloquei o telefone de lado, resistindo à tentação de ficar esperando uma resposta.

O resto da manhã foi dedicado a uma missão que se revelou mais desafiadora do que esperava: encontrar o vestido perfeito para a noite. Revirei meu guarda-roupa três vezes, experimentei combinações que normalmente me deixariam satisfeita, mas nada parecia certo para essa ocasião específica.

Não queria algo que gritasse "estou tentando impressionar". Também não queria algo casual demais que sugerisse que não me importava com o evento ou com a possibilidade de ver Nate. Precisava de algo que comunicasse exatamente o que estava sentindo: determinada, elegante, mas ainda um pouco vulnerável. Confiante, mas não arrogante.

Depois de horas de indecisão, finalmente me decidi por um vestido branco que havia comprado meses atrás mas nunca tivera oportunidade de usar - elegante sem ser ostensivo, sofisticado sem ser excessivo. Era uma escolha automática, quase instintiva. Como brasileira, usar branco no Ano Novo era uma tradição que me conectava a todas as viradas de ano que havia passado nas ruas de Copacabana com minha família, cercada por milhões de pessoas vestidas de branco esperando os fogos de artifício sobre o mar. O tecido fluía de uma forma que me fazia sentir feminina e poderosa ao mesmo tempo, e a cor me dava uma sensação de renovação que parecia apropriada para a ocasião.

Passei o resto da tarde em rituais de preparação que me ajudaram a acalmar os nervos. Um banho longo com sais aromáticos, cuidados com os cabelos que deixei soltos em ondas naturais, cuidados com a pele, uma maquiagem mais elaborada do que o usual, mas ainda assim natural. Cada passo foi deliberado, uma forma de me preparar mentalmente para o que viria.

Às nove da noite, estava pronta. Olhei para meu reflexo no espelho e vi alguém que reconheci - não a mulher confusa e magoada dos últimos dias, mas a Anne que sabia o que queria e não tinha medo de ir atrás disso.

O uber que havia chamado chegou pontualmente às dez, e durante o trajeto até o Hotel Milani - onde a Bellucci havia decidido realizar o evento de Ano Novo - tentei controlar a ansiedade que começava a se instalar. Não era nervosismo sobre ver Nate, exatamente, mas sobre como seria essa primeira interação depois de tudo que havia acontecido.

Nate estava de pé próximo à balaustrada do terraço, impecável em um smoking preto que realçava sua altura e porte atlético. Estava conversando com três homens que reconheci como executivos de uma empresa alemã com quem a Bellucci tinha parcerias importantes. Mesmo à distância, pude ver que estava sendo o profissional charmoso e competente que sempre foi, mas havia algo diferente em sua postura - uma tensão sutil que sugeria que sua atenção não estava completamente na conversa.

Foi então que ele se virou, como se tivesse sentido que estava sendo observado.

Nossos olhos se encontraram através do salão lotado, e por um momento que pareceu se estender infinitamente, o resto do mundo simplesmente desapareceu. Não havia música, não havia outras pessoas, não havia conversas ou risos ou o tinido de taças de champagne. Havia apenas nós dois, nos olhando através de uma distância que era ao mesmo tempo física e emocional.

Lentamente, quase hesitantemente, um sorriso se espalhou pelo rosto de Nate. Não era o sorriso confiante e profissional que ele usava em eventos como este, nem o sorriso sedutor que eu havia aprendido a reconhecer. Era algo mais vulnerável, mais esperançoso. Era o sorriso de alguém que havia pensado que talvez nunca mais teria a chance de sorrir para mim dessa forma.

Senti meus próprios lábios se curvando em resposta, um sorriso que surgiu automaticamente, vindo de algum lugar profundo que aparentemente havia decidido que estava pronto para isso, independentemente do que minha mente racional pudesse estar pensando.

E ali, no meio da festa mais elegante de Londres, cercados por centenas de pessoas e todas as complicações que nossa situação carregava, sorrimos um para o outro como se fôssemos os únicos no mundo.

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