~ Nathaniel ~
Subi para o quarto carregando uma bandeja com sanduíches leves, uma garrafa de água fresca e suco natural. Havia preparado opções simples - pão integral com peito de peru, queijo suave, alguns biscoitos - nada que pudesse agravar o estômago de Anne, que ainda estava se recuperando dos efeitos da substância que havia sido colocada em sua bebida.
Encontrei-a sentada na cama, vestindo uma de minhas camisetas, grande demais para ela, e calças de pijama que havia emprestado. Seus cabelos estavam ainda úmidos do banho, e ela parecia visivelmente mais relaxada, embora eu pudesse notar a tensão residual em seus ombros e a forma como seus olhos ainda pareciam ligeiramente vidrados.
— Como se sente? — perguntei suavemente, colocando a bandeja na mesinha de cabeceira e me sentando cuidadosamente ao lado dela na cama.
— Melhor — respondeu Anne, pegando um dos sanduíches e dando uma pequena mordida. — Obrigada por isso.
Mantive minha voz deliberadamente baixa e meus movimentos lentos e previsíveis, como se estivesse lidando com um pássaro ferido que poderia se assustar com qualquer gesto brusco. Queria que ela se sentisse completamente segura, sem qualquer pressão ou urgência que pudesse relembrá-la do horror pelo qual havia passado. Após o trauma que havia sofrido, sabia que precisava de tempo e espaço para se readaptar a interações normais, mesmo comigo. Havia lido sobre isso em artigos sobre recuperação de trauma - como vítimas de agressão frequentemente precisavam reaprender a confiar no toque humano, como até mesmo gestos bem-intencionados podiam desencadear flashbacks ou ansiedade. Por isso, mantive distância física respeitosa, sempre esperando que ela iniciasse qualquer contato, sempre observando suas reações para garantir que ela estivesse confortável com minha presença.
— Quer assistir alguma coisa? — ofereci, pegando o controle remoto. — Algo leve, talvez?
Anne assentiu, recostando-se contra as almofadas enquanto eu navegava pelas opções. Escolhi um filme romântico clássico que costumávamos - algo previsível e reconfortante que não exigiria muito foco mental.
Ficamos em silêncio confortável por um tempo, Anne comendo pequenos pedaços do sanduíche enquanto assistíamos. Ocasionalmente, eu verificava discretamente como ela estava se sentindo, observando sua linguagem corporal em busca de sinais de desconforto ou ansiedade.
Mas conforme o filme progredia, a trama se direcionou para uma reviravolta onde a protagonista estava sendo manipulada por alguém em quem confiava. A tensão na tela cresceu conforme os esquemas se revelavam, mostrando como a vilã havia orquestrado cuidadosamente eventos para prejudicar a heroína.
— Achei que essas manipulações e armações fossem coisas de filme, sabe? — comentei, incapaz de ignorar os paralelos óbvios. — Quero dizer... sempre soube como Alessandra era, que fazia de tudo para conseguir o que queria. Mas achava que o "de tudo" dela não chegaria ao ponto de cometer crimes.
Pausei, sentindo uma onda de raiva renovada conforme processava totalmente a extensão do que Alessandra havia feito.
— Ela te deixou lá para ser abusada, só para conseguir umas fotos e me fazer pensar que você estava me traindo — disse, minha voz carregada de incredulidade e indignação. — O nível de crueldade necessário para fazer isso...
Anne se virou para me encarar, seus olhos mostrando uma sabedoria triste que me partiu o coração.
— Pessoas más não são coisas de filme, Nate — disse suavemente, seus olhos ganhando uma qualidade distante como se estivesse revisitando memórias dolorosas. — Eu presenciei muito disso com minha irmã sendo atacada de todas as formas por inveja quando começou a sair com o Christian. E que chegaram ao ponto de tentar prejudicar fisicamente tanto ela quanto o bebê durante a gravidez. Vi minha irmã, uma das pessoas mais fortes que conheço, chorar noites inteiras por causa da crueldade gratuita desse tipo de gente.
Ela suspirou, passando a mão pelos cabelos ainda úmidos.
— E parece que estar ao lado de Nathaniel Carter também chama atenção desse tipo de pessoa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário
Ameiiii, lindo , nunca pensei que choraria enquanto lia um livro, que historiA, poderia virar filme!!!...
A mais alguém acontece de comprar o capítulo e faltarem partes...?...
Gostaria de saber se tem um forma de comprar e ler tudo de uma vez só. pois td hora fica aparecendo pra comprar cada capitulo. quero comprar td. muito mais facil. Quero terminar de lerrrrrrrrrrrrr...
Cheguei no capítulo 164 e só lê comprando moedas... vou desistir...
Não abre a parte escrita em azul, já está em 5 moedas pra desbloquear e não presta....
Gente são quantos capítulos?...
A compra do capítulo não dura nem 24h? É isso mesmo. Vc sai e bloqueia de novo????...
Porque depois do capítulo 300 estão liberando só 3 capítulos por dia?...
Os capitolos acabam no 312 , mas o livro nao acaba , e agora faz o que ?...
Já estou no capítulo 279 e o 280 não abre de jeito nenhum, já estou desanimada...