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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 328

O lobby da Bellucci nunca me pareceu tão imponente quanto naquela segunda-feira de manhã. As paredes de mármore polido e os lustres de cristal que um dia me impressionaram agora pareciam testemunhas silenciosas da minha volta ao ambiente corporativo após semanas de turbulência. Senti meus dedos se apertarem automaticamente ao redor da mão de Nate enquanto caminhávamos pela entrada principal, exatamente como ele havia prometido - juntos, de mãos dadas, pela porta da frente.

O burburinho começou quase imediatamente. Pude sentir os olhares se voltando para nós, ouvir o murmúrio baixo de conversas que paravam abruptamente quando passávamos, e depois recomeçavam em tons ainda mais baixos assim que nos afastávamos. Alguns funcionários tentavam disfarçar a curiosidade fingindo consultar telefones ou documentos, mas a tensão no ar era palpável. Todos sabiam quem éramos, todos sabiam nossa história, e todos tinham opinião sobre nossa presença ali, caminhando juntos como um casal oficialmente assumido.

Me sentia mais forte com Nate ao meu lado, é claro. Sua presença era como uma âncora que me mantinha firme quando a ansiedade ameaçava me dominar. Mas eu sabia, com uma clareza quase dolorosa, que não podíamos ficar vinte e quatro horas grudados. Mais cedo ou mais tarde, eu teria que enfrentar o julgamento dos colegas sozinha, e essa realidade pesava sobre mim como uma nuvem escura no horizonte.

Quando entramos no elevador, finalmente tivemos um momento de privacidade relativa. Nate apertou minha mão com mais força e se virou para me encarar, seus olhos verdes cheios de preocupação genuína.

— Tudo bem? — perguntou baixinho, sua voz carregada de ternura que contrastava com o ambiente formal ao nosso redor.

— Tudo — respondi, e surpreendentemente, era verdade. Apesar da ansiedade, sentia uma determinação crescente. — É estranho estar de volta, mas... estou bem.

— Tem certeza? — insistiu, estudando minha expressão cuidadosamente. — Porque se em qualquer momento alguém disser qualquer coisa inadequada...

— Nate — interrompi gentilmente, tocando seu braço. — Eu consigo fazer isso. Preciso fazer isso.

Ele assentiu, mas pude ver que continuaria vigilante durante todo o dia, pronto para intervir ao menor sinal de problema.

O elevador parou, e Nate me acompanhou até a entrada do meu departamento. Alguns colegas que estavam na sala pararam suas atividades para nos observar, e senti as bochechas esquentarem ligeiramente sob a atenção. Nate cumprimentou educadamente alguns funcionários antes de se inclinar para depositar um beijo suave na minha testa - um gesto que era ao mesmo tempo íntimo e respeitoso, perfeito para o ambiente profissional.

— Te vejo no almoço — disse baixinho, apenas para mim.

— Até mais tarde — respondi, tentando soar casual apesar do meu coração estar acelerado.

Bianca já estava na sua mesa quando entrei na sala, e seu rosto se iluminou com um sorriso genuíno quando me viu.

— Romântico! — provocou com um brilho travesso nos olhos. — Como está sendo morar na casa nova?

— A mudança foi tão cansativa que até agora tudo que conseguimos aproveitar foi... a cama — respondi com honestidade, deixando escapar um suspiro exagerado.

Bianca explodiu numa risada, balançando a cabeça com diversão óbvia.

— Tenho certeza de que sei muito bem como vocês aproveitaram a cama — disse com um tom provocativo.

— Provavelmente do mesmo jeito que você e meu irmão aproveitaram as férias — rebati, cruzando os braços e encarando-a com uma expressão desafiadora.

Bianca imediatamente pegou um lápis da mesa e o atirou em mim, seu rosto corando ligeiramente enquanto tentava manter uma expressão indignada.

— Nenhuma mulher deveria passar pelo que você passou naquela festa — disse claramente, sua voz carregando uma convicção que me surpreendeu. — E não é só sobre o que quase aconteceu com aquele homem terrível. É sobre ter suas fotos íntimas expostas, sobre ter sua privacidade violada dessa forma.

Senti lágrimas começarem a se formar nos meus olhos, uma mistura de gratidão e alívio que não havia esperado sentir.

— Todos os funcionários estão do seu lado — continuou Margaret, olhando brevemente para o grupo ao nosso redor, que assentiu em concordância. — Inclusive fomos à delegacia depor e Rachel Williams foi demitida e está respondendo judicialmente por espalhar essas imagens. As fotos foram completamente apagadas de todos os nossos dispositivos. Não vão vazar mais.

— E queremos que você saiba — acrescentou uma voz feminina que reconheci como sendo de alguém do departamento de recursos humanos — que todos nós sabemos que você chegou onde chegou pela sua competência e dedicação. Nada mais.

As lágrimas finalmente transbordaram, descendo pelas minhas bochechas enquanto eu aceitava os presentes com mãos trêmulas. Me levantei e abracei Margaret com força, sentindo um alívio tão profundo que quase me derrubou.

— Obrigada — consegui murmurar contra seu ombro. — Obrigada a todos vocês.

— Você pode contar conosco para qualquer coisa — Margaret disse baixinho, retribuindo o abraço com carinho. — Somos uma família aqui, e ninguém mexe com nossa família.

À medida que o grupo se dispersava, cada pessoa parando para apertar minha mão ou dar uma palavra de apoio, senti uma transformação acontecendo dentro de mim. De tudo que eu poderia ter esperado para minha volta ao trabalho - hostilidade, julgamento, olhares de pena - aquele cenário de apoio e solidariedade certamente não estava na lista.

Eu finalmente estava sendo reconhecida pelo meu trabalho, pela minha competência e dedicação, não pelos meus relacionamentos, meu corpo, ou meus contatos. E isso era tudo que eu podia pedir.

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