Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 329

As semanas que se seguiram à nossa mudança para a casa em Notting Hill trouxeram uma rotina doméstica que eu jamais imaginei que poderia ser tão gratificante. Claro, também trouxeram as pequenas irritações inevitáveis de duas pessoas aprendendo a dividir o mesmo espaço - como descobrir que Nate tinha o hábito profundamente irritante de deixar toalhas molhadas em cima da cama depois do banho, ou que ele considerava "lavar a louça" apenas enxaguar os pratos e deixá-los no escorredor para que "secassem naturalmente".

— Nathaniel Carter — disse numa manhã de fevereiro, segurando uma toalha encharcada que havia encontrado sobre nosso edredom. — Se você continuar fazendo isso, vou começar a dormir no quarto de hóspedes.

Ele apareceu na porta do banheiro com o rosto coberto de espuma de barbear, me olhando com uma expressão de inocência fingida que não conseguia esconder o sorriso travesso.

— Foi só uma vez — protestou, passando a lâmina cuidadosamente pelo queixo.

— Foi a quarta vez esta semana! — retruquei, balançando a toalha molhada como evidência. — E é quinta-feira!

— Tecnicamente, são dois banhos por dia — ele disse, tentando usar lógica para escapar da bronca. — Então isso são duas toalhas molhadas por dia, vezes cinco dias... na verdade, estou sendo muito eficiente.

Não consegui manter a cara séria e acabei rindo, o que fez seus olhos brilharem com aquela satisfação masculina de ter me feito ceder na discussão.

Mas também descobri que havia coisas adoráveis sobre viver com ele. Como o fato de ele sempre fazer café forte demais para ele, mas perfeito para mim. Ou como ele cantarolava inconscientemente enquanto cozinhava, sempre melodias clássicas que transformavam nossa cozinha numa espécie de sala de concerto improvisada.

— Você precisa aprender a fazer um sunday roast decente — declarou numa tarde de domingo, me encontrando na cozinha tentando decifrar uma receita de cordeiro que Elizabeth havia me enviado. — É praticamente obrigatório para quem mora na Inglaterra.

— Estou tentando! — protestei, olhando para os ingredientes espalhados pela bancada. — Mas sua mãe escreve receitas como se fossem poemas. Olha só: "tempere com amor e deixe o tempo fazer sua magia". Que quantidade de sal isso significa?

Nate riu e veio ficar atrás de mim, seus braços envolvendo minha cintura enquanto lia a receita por cima do meu ombro.

— Mamãe nunca foi muito precisa com medidas — admitiu, beijando levemente meu pescoço. — Ela cozinha mais por instinto do que por receita.

— Bom, eu sou brasileira. Preciso de pelo menos algumas referências quantitativas — disse, me apoiando contra seu peito. — Não posso simplesmente "sentir" quando o cordeiro está pronto.

— Posso ensinar — ofereceu, suas mãos cobrindo as minhas enquanto me guiava para temperar a carne. — É mais sobre a textura da carne quando você toca, a cor que ela desenvolve...

O que começou como uma aula de culinária se transformou rapidamente em algo completamente diferente quando percebi que estava mais interessada na sensação dos dedos dele guiando os meus do que na preparação do jantar. Nate deve ter percebido a mudança no meu foco porque suas mãos pararam de se mover, e senti sua respiração mudar contra meu ouvido.

— Anne — murmurou, sua voz ficando mais baixa e rouca.

— Hmm? — respondi distraidamente, me virando nos braços dele.

— O cordeiro — disse, mas seus olhos estavam fixos nos meus lábios, não na carne sobre a bancada.

— Que cordeiro? — perguntei inocentemente, passando os braços ao redor do seu pescoço.

Ele riu baixinho antes de me beijar, um beijo que começou suave mas rapidamente se aprofundou, fazendo-me esquecer completamente da culinária inglesa. Foi só quando o timer do forno disparou que nos separamos, ambos ligeiramente ofegantes e rindo da nossa facilidade em nos distrair.

— Vamos terminar de cozinhar — disse Nate, embora seus olhos sugerissem que preferia continuar o que havíamos começado.

— Depois a gente termina... outras coisas — prometi, voltando para o cordeiro com as bochechas coradas.

O trabalho na Bellucci havia se estabelecido numa rotina confortável também. Os funcionários continuavam demonstrando apoio, e até mesmo os olhares curiosos sobre meu relacionamento com Nate haviam diminuído para um nível tolerável. Bianca e eu desenvolvemos uma parceria ainda mais próxima nos projetos, e eu me sentia genuinamente realizada profissionalmente pela primeira vez desde que havia chegado a Londres.

As únicas nuvens no nosso céu eram os fins de semana ocasionais em que Nate visitava a família em Bath e eu não podia acompanhá-lo por conta de compromissos ou, como naquele fim de semana em meados de fevereiro, uma virose que me deixou de cama com febre e dor de cabeça terrível.

— Não vou deixar você sozinha doente — disse Nate na sexta-feira à noite, me encontrando embrulhada em cobertores no sofá com uma xícara de chá quente.

— Vai sim — insisti, embora secretamente adorasse como ele se tornava protetor quando eu não me sentia bem. — É aniversário do seu pai, e eu só vou dormir mesmo. Além disso, não quero contaminar toda a família Carter.

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