Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 331

O interior do jatinho era ainda mais impressionante do que eu havia imaginado. O espaço da cabine principal parecia mais um apartamento luxuoso voando a quarenta mil pés de altitude do que um meio de transporte. Poltronas de couro creme se transformavam em camas com o toque de um botão, mesas de mogno polido surgiam das paredes quando necessário, e as janelas eram grandes o suficiente para proporcionar vistas espetaculares das nuvens que passavam lá fora.

Ginger estava agitada e feliz, explorando cada centímetro do espaço disponível com a curiosidade natural de um filhote. Seus passos pequenos e desajeitados sobre o carpete espesso criavam um som adorável enquanto ela caminhava de uma ponta à outra da cabine, ocasionalmente parando para cheirar algo interessante ou tentar mastigar um cabo que definitivamente não deveria estar ao alcance de cachorros.

— Alguém quer jogar cartas? — sugeriu Bianca, tirando um baralho de sua bolsa com o sorriso travesso que eu havia aprendido a reconhecer como sinal de que ela estava planejando nos derrotar em qualquer jogo que propusesse.

— Só se não for pôquer — disse Matheus imediatamente, se jogando numa das poltronas mais confortáveis. — Já perdi dinheiro suficiente para você esse ano.

— Como se em pôquer você fosse bom... — Bianca ri.

— Que tal UNO? — propôs Nate, se acomodando ao meu lado e puxando uma mesa pequena para o meio do grupo. — É democrático, qualquer um pode ganhar.

— Famosas últimas palavras — Marco comentou com diversão, se juntando ao nosso círculo improvisado.

Bianca distribuiu as cartas com a eficiência de um crupiê profissional, e logo estávamos todos concentrados em nossas mãos, tentando elaborar estratégias para derrotar uns aos outros. Ginger, aparentemente sentindo que estava sendo ignorada, decidiu que a mesa de cartas seria o lugar perfeito para uma soneca e se esticou bem no meio do nosso jogo.

— Ginger, sai daí, princesa — disse Nate, tentando soar firme ao educar a cachorrinha.

— Deixa ela — eu disse, passando a mão carinhosamente por suas costas. — Podemos jogar ao redor dela.

— Você está mimando demais a Ginger — acusou Nate, mas seu tom era de pura diversão.

— Eu? — rebati, me virando para encará-lo com uma expressão de falsa incredulidade. — Quem foi que mandou fazer uma caminha personalizada com o nome dela bordado a ouro? Quem comprou brinquedos suficientes para abrir um pet shop? E quem comprou três tipos diferentes de ração "gourmet" porque queria que ela tivesse opções?

— Tá, tá, eles já entenderam — Nate disse, levantando as mãos em rendição enquanto todo mundo explodia em gargalhadas.

O que se seguiu foi possivelmente o jogo de UNO mais caótico da história, com todos nós tentando jogar cartas sem acordar Ginger, sussurrando nossas vitórias e derrotas como se estivéssemos numa biblioteca. Quando Bianca finalmente ganhou com uma combinação devastadora de cartas especiais, tivemos que comemorar em silêncio para não perturbar nossa pequena árbitra canina.

— Vou buscar algo para beber — anunciei, me levantando cuidadosamente para não interromper Ginger, que havia mudado de posição mas continuava dormindo profundamente.

Marco se levantou também. — Eu te acompanho. Quero ver o que tem nessa cozinha impressionante.

Caminhamos juntos até a área de serviço do jato, onde uma seleção impressionante de bebidas e lanches havia sido preparada para nossa viagem. Enquanto eu escolhia uma água com gás, Marco se serviu de café e ficamos alguns momentos em silêncio confortável.

— Anne — disse finalmente, sua voz mais séria do que havia estado durante o jogo. — Soube do que aconteceu na festa de Ano Novo.

Senti meu estômago se contrair ligeiramente. Mesmo depois de semanas, ainda era difícil falar sobre aquela noite sem sentir uma pontada de ansiedade.

— Eu queria aparecer, oferecer apoio — continuou Marco, olhando para o café em suas mãos. — Mas não sabia como Nate lidaria com minha presença. Não queria complicar uma situação que já estava difícil o suficiente.

— Nate está tranquilo com você agora — assegurei, tocando seu braço brevemente. — Ele entende que somos amigos, nada mais.

Marco assentiu, seus olhos me estudando com a preocupação genuína.

— Como você está lidando com tudo isso? — perguntou gentilmente.

Respirei fundo, considerando sua pergunta. Era uma das poucas pessoas que me conhecia bem o suficiente para entender que respostas superficiais não funcionariam.

— Ainda é horrível pensar no que quase aconteceu — admiti honestamente. — Especialmente sabendo que a pessoa que arquitetou tudo isso está sentada em uma cadeira do conselho da Bellucci, continuando sua vida como se nada tivesse acontecido. Mas estou lidando com isso, um dia de cada vez.

— Eu sei que está — Marco disse com convicção. — Sei que você é forte.

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