Entrar Via

Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 333

A sala de estar da mansão havia se transformado no coração da nossa reunião familiar. Todos estávamos espalhados pelos sofás confortáveis e poltronas de couro, com Ginger circulando entre nós como uma pequena embaixadora peluda, coletando carinho de cada pessoa antes de passar para a próxima. A brisa suave das serras gaúchas entrava pelas janelas abertas, trazendo o aroma das parreiras e o som distante de grilos, criando uma atmosfera perfeita para conversas que se estendiam naturalmente pela noite.

— E o nonno? — perguntei, me acomodando melhor ao lado de Anne no sofá. — Como ele está? Faz tempo que não conversamos pessoalmente.

Christian sorriu, claramente satisfeito ao falar sobre seu avô.

— Ele está ótimo, na verdade melhor do que esteve em anos — respondeu, tomando um gole de vinho. — Tem passado bastante tempo na villa na Itália com Lucia. Lá ele fica mais calmo, sem se envolver tanto nos negócios do dia a dia.

— Isso é bom para o coração dele — observei, lembrando das preocupações que todos tínhamos tido com a saúde de Giuseppe nos últimos anos.

— Exatamente — Christian concordou. — O médico disse que a redução do estresse tem feito maravilhas para ele. E Lucia... bem, ela tem um efeito muito positivo no humor dele. Nunca o vi tão relaxado.

— Eles chegam amanhã para a festa do Matteo? — Anne perguntou, acariciando Ginger que havia decidido que o colo dela era o lugar perfeito para uma soneca.

— Sim, devem chegar na hora do almoço — Zoey confirmou. — Giuseppe está ansioso para a festa. E Lucia está empolgada para ver vocês.

A conversa fluiu naturalmente pelos próximos minutos, passando pelos preparativos da festa, histórias engraçadas sobre Matteo, atualizações sobre o trabalho de todos. Matheus contava sobre seus projetos na Ásia, Bianca compartilhava fofocas das férias na Itália, e Marco contribuía com observações sobre as diferenças culturais que havia notado em suas viagens de trabalho.

Quando o relógio na parede marcou quase meia-noite, Anne bocejou discretamente ao meu lado, tentando esconder o cansaço da viagem longa.

— Acho que é hora de irmos descansar — sugeri, me levantando e estendendo a mão para ajudá-la. — Amanhã vai ser um dia longo.

— Boa ideia — concordou Anne, cuidadosamente transferindo Ginger adormecida para meus braços.

Nos despedimos de todos, prometendo continuar as conversas no dia seguinte. Subimos a escada de mármore até o quarto que haviam preparado para nós - uma suíte espaçosa com vista para os vinhedos, decorada em tons de azul e branco que criavam uma atmosfera serena e acolhedora.

— Nossa, que calor — Anne comentou, se dirigindo diretamente para a varanda. — Esqueci como o clima brasileiro pode ser intenso, mesmo à noite.

As portas da varanda estavam abertas, permitindo que a brisa noturna circulasse pelo quarto, mas mesmo assim o ar estava carregado de umidade e calor. Coloquei Ginger cuidadosamente no chão e ela imediatamente trotou até a varanda, explorando os cantos e cheirando as plantas em vasos que decoravam o espaço.

Depois, enquanto descansávamos entrelaçados, suados e satisfeitos, notei Anne fazer aquele gesto novamente. Sem perceber, ela levou a mão ao ventre, os dedos repousando suavemente sobre o abdômen numa carícia inconsciente e esperançosa.

Suspirei baixinho, tentando não deixar transparecer o aperto no peito que sentia sempre que observava esse momento. Era um gesto que ela fazia quase todas as vezes depois que transávamos, tão natural e automático que eu duvidava que ela mesma percebesse. Como se, em algum nível profundo, ela estivesse desejando muito gerar uma vida ali.

Eu sabia que Anne estava genuinamente bem com a ideia de adoção. Havíamos conversado sobre isso extensivamente, e sua aceitação era real e sincera. Mas também começava a me incomodar profundamente o fato de estar privando-a dessa experiência, de não conseguir dar a ela algo que claramente desejava tanto, mesmo que inconscientemente.

Afastando esses pensamentos sombrios que não levariam a lugar nenhum útil, puxei-a para mais perto de mim, beijando sua têmpora suavemente e respirando o perfume familiar dos seus cabelos misturado com o aroma noturno das flores brasileiras que entravam pela varanda.

— Te amo — murmurei contra sua pele.

— Também te amo — respondeu sonolenta, se aconchegando ainda mais contra meu peito.

Logo sua respiração se tornou profunda e regular, e eu sabia que havia adormecido. Mas fiquei acordado por mais alguns minutos, olhando pela varanda onde Ginger dormia pacificamente sob as estrelas do hemisfério sul, refletindo sobre família, futuro e as complexidades silenciosas do amor verdadeiro.

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )