Depois de todos os eventos dramáticos das últimas semanas - a prisão de Alessandra, a tentativa de envenenamento, o susto com Ginger - finalmente chegou o dia que havíamos esperado há meses: a transferência do embrião. Era estranho como a vida conseguia mesclar momentos de terror absoluto com esperanças tão puras e luminosas.
A clínica de fertilidade nunca me pareceu tão acolhedora quanto naquela manhã de terça-feira. Nate estava ao meu lado na sala de espera, segurando minha mão com aquela pressão reconfortante que sempre me acalmava, enquanto eu tentava controlar os nervos que pareciam estar fazendo acrobacias dentro do meu estômago.
— Como está se sentindo? — perguntou pela décima vez em meia hora, seus olhos verdes cheios de preocupação carinhosa.
— Nervosa, ansiosa, empolgada, apavorada — respondi honestamente. — Basicamente todos os sentimentos possíveis ao mesmo tempo.
Quando Dra. Whitmore nos chamou para a sala de procedimentos, senti meu coração acelerar ainda mais. O ambiente era calmo e profissional, mas havia uma energia especial no ar - como se todos soubessem que estavam participando de algo potencialmente mágico.
— Como estão se sentindo sobre o grande dia? — perguntou a médica enquanto eu me acomodava na maca, vestindo a roupa hospitalar que me fazia sentir simultaneamente vulnerável e esperançosa.
— Ansiosos — respondeu Nate, puxando uma cadeira para ficar ao meu lado. — Mas prontos.
— Perfeito — disse Dra. Whitmore, lavando cuidadosamente as mãos. — Vamos revisar rapidamente o que vai acontecer hoje e o que esperar nos próximos dias.
Enquanto ela preparava os instrumentos necessários, começou a explicar o processo com aquela paciência reconfortante que me fazia sentir em boas mãos.
— O procedimento em si é relativamente simples e indolor — disse, mostrando um tubo fino que usaria para a transferência. — Vamos inserir o cateter através do colo do útero e depositar o blastocisto - o embrião de cinco dias - diretamente no útero. Todo o processo leva cerca de dez minutos.
— E depois? — perguntei, minha curiosidade científica misturada com ansiedade maternal.
— Depois começa o período de espera mais importante das suas vidas — respondeu com um sorriso gentil. — Entre os dias cinco e sete após a transferência, se o embrião conseguir se implantar na parede uterina, ele começará a liberar o hormônio hCG - gonadotrofina coriônica humana. É esse hormônio que detectamos nos testes de gravidez.
Apertei a mão de Nate enquanto absorvia cada palavra, tentando memorizar todos os detalhes desse cronograma que poderia mudar nossas vidas para sempre.
— No dia doze a catorze após a transferência, pedimos que vocês venham para o exame de sangue oficial — continuou Dra. Whitmore. — É o teste beta-hCG quantitativo, que nos dá resultados precisos e confiáveis sobre os níveis hormonais. Esse é o resultado que realmente importa.
— Na verdade — interrompi hesitantemente —, temos uma pequena complicação de timing. Nosso casamento está marcado para o décimo segundo dia, no Brasil. Mas voltamos a tempo para o exame do décimo quarto dia.
Dra. Whitmore franziu ligeiramente as sobrancelhas, calculando mentalmente as datas.
— Vocês não podem adiar o casamento por alguns dias?
— Infelizmente não — respondeu Nate. — Já temos mais de duzentos convidados confirmados, família vindo de três países diferentes, toda a estrutura montada. Seria impossível mudar agora.
— Entendo perfeitamente — disse a médica, assentindo com compreensão. — Bem, a partir do nono ou décimo dia, um teste de farmácia comum pode detectar o hCG se os níveis estiverem suficientemente altos. Não é tão preciso quanto nosso exame laboratorial, mas pode dar uma indicação.
— Mas o ideal mesmo seria estarmos aqui para o teste oficial? — perguntei.
— O ideal seria estar aqui no décimo segundo dia para termos certeza absoluta e podermos monitorar os níveis adequadamente — confirmou. — Mas entendo que às vezes a vida não permite o timing perfeito. Se vocês fizerem um teste de farmácia no décimo primeiro dia e der positivo, podem considerar isso um bom sinal. Se der negativo, ainda há possibilidade de ser cedo demais.
— Acha que ela vai saber se eu estiver grávida? — perguntei, coçando atrás das orelhas dela enquanto nos sentávamos no sofá.
— Tenho certeza de que sim — respondeu Nate. — Cachorros sentem mudanças hormonais antes mesmo dos exames detectarem. Ela provavelmente será nossa primeira indicação.
Passamos o resto do dia num misto de normalidade forçada e expectativa contida. Nate trabalhou em casa para ficar perto de mim, mesmo eu insistindo que estava perfeitamente bem. Pedimos comida japonesa para o jantar - "última vez que posso comer sushi por um tempo, se tudo der certo", como justifiquei.
À noite, deitados na cama, Nate colocou a mão cuidadosamente sobre meu ventre.
— Acha que consegue sentir alguma coisa? — perguntou baixinho.
— É cedo demais para sentir qualquer coisa — respondi, mas coloquei minha mão sobre a dele mesmo assim. — Mas gosto de imaginar que há uma pequena vida começando ali dentro.
— Seja o que for que aconteça — disse Nate, beijando minha têmpora —, já estou orgulhoso de você por ter passado por tudo isso. Pelo tratamento, pelas injeções, por ter esperança mesmo quando era difícil.
— Estamos fazendo isso juntos — corrigi. — Somos uma equipe, lembra?
— A melhor equipe do mundo — concordou.
Enquanto adormecia naquela noite, senti uma paz estranha me envolver. Independentemente do que os próximos dias trouxessem, sabíamos que havíamos feito tudo que estava ao nosso alcance. O resto estava fora do nosso controle, nas mãos de Deus, do destino, da natureza, do universo - ou como quer que queiram chamar a força que decide quando duas pessoas estão prontas para se tornarem três.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...