Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 346

O Rio de Janeiro em maio era exatamente como eu me lembrava: o outono carioca ainda mantinha dias quentes, mas com uma brisa mais suave que tornava as caminhadas muito mais agradáveis. O céu azul infinito e aquela energia vibrante que só a cidade maravilhosa conseguia ter continuavam intactos. Zoey e eu havíamos chegado na noite anterior, e acordamos cedo para resolver a questão mais importante da viagem: a prova final do meu vestido de noiva.

A loja era o mesmo lugar onde Zoey havia trabalhado por anos antes de conhecer Christian. Vitrines impecáveis, manequins posicionados como obras de arte, e aquele ar de sofisticação que sempre caracterizou o estabelecimento.

— Preparada para ver como te tratam agora? — perguntei para Zoey, curiosa para presenciar a diferença.

— Vai ser interessante — ela respondeu com um sorriso travesso.

Mal pisamos na loja e a transformação foi imediata. As mesmas funcionárias que antes viam Zoey como colega de trabalho agora praticamente se curvavam diante dela. Ofereceram água, champagne, cafés especiais, e a tratavam como se ela fosse realeza. O sobrenome Bellucci tinha um peso que eu ainda estava aprendendo a dimensionar.

— Como você se sente sendo tratada assim? — sussurrei enquanto éramos conduzidas para uma área reservada da loja, completa com sofás de veludo e espelhos de corpo inteiro posicionados estrategicamente.

Zoey deu uma risadinha baixa.

— Sabe aquela sensação de funcionária que rasga a carteira de trabalho na cara do chefe? — murmurou de volta. — É exatamente isso. Só que melhor.

Não consegui conter o riso. Zoey tinha sido tão exigida ali, champanhe era o mínimo que merecia em retorno.

Estávamos ali para a prova final do meu vestido - aquele momento que toda noiva espera, quando finalmente veste a peça que foi ajustada especialmente para ela depois de semanas de trabalho. O vestido havia ficado pronto na semana anterior, e hoje era o grande dia de ver se todos os ajustes tinham dado certo.

— Pode trazer a reserva em Annelise Aguilar, por favor? — disse Zoey para uma das funcionárias, que imediatamente desapareceu nos fundos da loja para buscar minha peça.

Quando ela trouxe o vestido, protegido por uma capa de tecido, senti meu coração acelerar. Era como se estivesse prestes a ver uma obra de arte criada especialmente para mim.

— Vamos ver como ficou — disse a costureira, ajudando-me a vestir a peça com cuidado.

O vestido era exatamente como eu havia sonhado: cetim com bordados delicados e uma cauda que parecia flutuar. Cada ajuste havia sido feito com precisão, cada detalhe pensado para valorizar minha silhueta.

Quando me olhei no espelho, tudo parou.

Sem qualquer aviso, comecei a chorar.

Não era um choro discreto ou elegante. Era aquele tipo de choro que vem do fundo da alma, com soluços e lágrimas que simplesmente não paravam de escorrer.

— Anne! — Zoey correu até mim, alarmada. — O que aconteceu? O vestido não ficou bom?

— Não — consegui dizer entre os soluços, olhando para meu reflexo. — Ficou perfeito. É que... eu vou me casar, Zoey. Vou me casar com o Nate.

Era como se a realidade tivesse me atingido de forma completamente inesperada naquele momento. Vendo-me no espelho, vestida de noiva, tudo se tornou real de uma forma que ainda não havia sentido antes.

— Seu emocional está uma loucura — comentou Zoey, me abraçando com cuidado para não manchar o vestido de maquiagem. — Você está bem?

— Estou ótima — respondi, ainda chorando mas agora sorrindo também. — É que tudo parece muito intenso ultimamente.

Realmente estava. Havia algo diferente nos últimos dias que eu não conseguia explicar completamente. Me sentia mais sensível a tudo - cheiros, emoções, até a luz do sol parecia mais intensa. E estava indo ao banheiro com uma frequência que começava a ficar embaraçosa.

— Desculpa — disse para as funcionárias que nos observavam com expressões entre preocupadas e tocadas. — É que preciso ir ao banheiro de novo.

Era a quinta vez em duas horas.

Quando voltei, Zoey estava conversando baixinho com a costureira sobre os últimos detalhes. O vestido havia ficado perfeito - não precisava de mais nenhum ajuste.

Passamos o resto da tarde caminhando pelo Rio, visitando alguns lugares da nossa infância e matando a saudade da cidade. Mas conforme as horas passavam, eu me sentia cada vez mais cansada. Era uma fadiga estranha, como se meu corpo estivesse trabalhando em dobro sem eu saber por quê.

Voltamos para o hotel no final da tarde, e eu praticamente desabei na cama.

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