~ MAITÊ ~
A primeira coisa que noto quando me acomodo na poltrona da primeira classe é como Apolo parece completamente à vontade com todo aquele luxo. Enquanto eu ainda estou tentando descobrir como funciona o controle do assento, ele já pediu um vinho caro para a comissária de bordo — não qualquer vinho, mas algo específico que pronuncia com um sotaque perfeito.
— Champanhe? — Ele oferece quando a comissária retorna com uma garrafa que eu nem sabia que existia.
— Por favor — respondo, observando a naturalidade com que ele manuseia a taça, como se beber champanhe Dom Pérignon a dez mil metros de altitude fosse parte de sua rotina diária.
Achei que ele fosse só um motoqueiro qualquer que apareceu no lugar certo na hora certa. Mas a forma como ele se movimenta neste ambiente, como se pertencesse a ele, me faz questionar se não subestimei completamente quem é esse homem.
— Então... — deixo escapar enquanto observo ele dar uma risada genuína para alguma coisa que está lendo na revista da companhia aérea. — Aposto que você está acostumado a viajar desse jeito.
Ele levanta os olhos na minha direção, e há um brilho divertido ali.
— Não combinamos nada de perguntas pessoais? — rebate, mas seu tom é provocativo, não defensivo.
— Não é pergunta — insisto, inclinando o corpo ligeiramente na direção dele. — É uma suposição. Estou certa?
Ele me observa por um momento, como se estivesse calculando exatamente o que responder. Depois, simplesmente sorri de um jeito enigmático e toma outro gole do vinho.
— Talvez — diz, e não é uma resposta, é uma provocação.
— Talvez? — repito. — Isso é praticamente uma confissão.
— É? — Ele se vira completamente para mim. — E o que mais você está "supondo"?
Aceito o desafio. Se ele quer jogar, vamos jogar.
— Estou supondo que você não trabalha de segunda a sexta, das nove às cinco.
— Interessante teoria.
— Estou supondo que você tem um passaporte cheio de carimbos.
— Continue.
— E estou supondo que você não vive em um apartamento de dois quartos no subúrbio.
Desta vez ele dá uma risada genuína, e o som é mais atrativo do que deveria ser.
— Você é boa nisso — admite.
— No quê?
— Em criar teorias sem fazer perguntas diretas.
— E você é bom em não responder sem rejeitar completamente o jogo — rebato.
— Touché.
O voo continua assim: eu soltando suposições, ele respondendo com meia-palavras e sorrisos misteriosos. É frustrante e emocionante ao mesmo tempo. A cada "talvez" e "pode ser" que ele me dá, mais curiosa fico. E pela forma como ele conduz a conversa, tenho certeza de que essa é exatamente a reação que ele quer provocar.
Quando o avião finalmente pousa no nosso destino final, meu coração está acelerado — não pela viagem, mas pela expectativa do que vem pela frente. Sete dias com um homem que é um enigma ambulante, em um dos lugares mais paradisíacos do mundo.
A transferência para o resort acontece de hidroavião, e mais uma vez noto como Apolo parece perfeitamente confortável com a situação. Enquanto eu me agarro no assento durante a decolagem, ele está observando a paisagem pela janela como se fizesse aquele trajeto toda semana.
— Primeira vez? — Ele pergunta, notando minha tensão.
— É tão óbvio assim?
— Seus dedos estão quase atravessando o assento de couro.
Relaxo as mãos, não percebendo que estava tão nervosa. Apesar da tradição familiar com os parques, já fazia anos que não viajávamos com o mesmo luxo de antes. Os negócios tinham começado a declinar bem antes de eu sair de casa para morar com Lívia, minha prima quase irmã, e desde então eu havia me acostumado com uma vida mais simples. Ainda éramos bem de vida, claro, mas nada ostentoso como aquilo.
— E você? Primeira vez?
— Não é pergunta pessoal?
Ele aperta levemente minha cintura e me puxa para mais perto, respondendo algo sobre como mal pode esperar para aproveitar todos os momentos com sua "esposa". A intimidade forçada me deixa tonta, e não é pela brisa marinha.
Quem diabos é esse homem?
A pergunta ecoa na minha mente enquanto ele continua representando o papel perfeito do marido apaixonado. Não há hesitação, não há desconforto. É como se ele tivesse nascido para aquilo.
Quando finalmente chegamos ao nosso chalé — e é realmente impressionante, com vista panorâmica para o oceano, uma piscina privativa e uma cama que poderia acomodar uma família inteira — o funcionário se despede com um sorriso caloroso.
— Bem-vindos às Maldivas. Esperamos que tenham uma lua de mel inesquecível.
Ficamos sozinhos na varanda, e por um momento apenas observamos a paisagem em silêncio. O sol está começando a se por, pintando o céu com tons de laranja e rosa que se refletem na água cristalina.
— Então... — começo, mas sou interrompida pela chegada de dois funcionários carregando nossas bagagens.
— Senhor e senhora Cronos — um deles sorri. — Gostariam que organizássemos as bagagens agora ou preferem um momento de privacidade primeiro?
— Um momento de privacidade seria perfeito — Apolo responde, e há algo em sua voz que faz meu estômago se revirar.
Quando eles deixam as bagagens na entrada e se afastam, ficamos novamente sozinhos. Mas desta vez há algo diferente no ar, uma expectativa que não existia no avião.
— Bem — digo, tentando quebrar a tensão. — Acho que devíamos... — não termino a frase porque ele está caminhando na minha direção.
Antes que eu possa perguntar o que isso significa, ele simplesmente me pega no colo. Literalmente me tira do chão e me segura como um noivo carregaria sua esposa para atravessar a soleira.
— Apolo! — protesto, mas estou rindo. — O que você está fazendo?
— Representando — ele responde, caminhando em direção à porta do chalé. — Somos um casal em lua de mel, lembra?
— Isso é ridículo — digo, mas meu coração está disparado, e não é pelo susto.
— É tradição — ele rebate, atravessando a soleira e me depositando suavemente na cama.
Quando nossos olhares se encontram, estamos perigosamente próximos. Posso sentir o calor do corpo dele, o cheiro do perfume que usei durante o voo ainda impregnado em suas roupas. Por um momento, o mundo ao nosso redor desaparece.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...