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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 358

~ MARCO ~

O som do celular vibrando me tira de um sono profundo e tranquilo. Por um momento, fico completamente desorientado — não lembro onde estou ou por que há o som constante de ondas do lado de fora. Então tudo volta: as Maldivas, Afrodite dormindo pacificamente ao meu lado, nossa primeira noite juntos neste paraíso tropical, a sensação surreal de estar vivendo a lua de mel de outra pessoa.

Olho para o despertador digital na mesa de cabeceira, piscando suavemente na escuridão. Três da manhã. Quem diabos liga nesse horário? Minha primeira reação é ignorar, mas quando vejo o nome na tela, sei que não posso.

Christian.

Pego o telefone rapidamente, tentando fazer o mínimo de barulho possível para não acordar Afrodite. Ela parece tão serena ali, cabelos castanhos espalhados pelo travesseiro como uma moldura suave ao redor do rosto, respiração regular e tranquila. A luz da lua que entra pela janela ilumina levemente seus traços delicados, e por um momento me sinto culpado por estar prestes a trazer o mundo real para dentro deste santuário que criamos.

Me levanto da cama com cuidado extremo, testando cada movimento para ter certeza de que não vou fazer o colchão balançar ou range. Caminho lentamente até a área externa do chalé, fechando a porta de correr suavemente atrás de mim. A brisa noturna é agradável contra minha pele, carregando o cheiro salgado do oceano misturado com o perfume tropical das flores que adornam todo o resort.

— Christian? — atendo em voz baixa, instintivamente olhando para trás para ter certeza de que não acordei ninguém.

— Marco, finalmente! Preciso falar com você sobre os contratos da Sherman, eles estão sendo difíceis com as cláusulas de exclusividade e... — a voz dele para abruptamente quando a chamada de vídeo se conecta e ele pode me ver. Posso observar a confusão se espalhando pelo rosto dele através da pequena tela. — Onde diabos você está?

Olho ao redor, como se estivesse vendo o cenário pelos olhos dele: a piscina privativa brilhando como um espelho sob o luar, as palafitas de madeira se estendendo graciosamente sobre a água cristalina que reflete as estrelas, o céu mais limpo e estrelado que já vi na vida.

— Maldivas — respondo, como se fosse a coisa mais normal do mundo. — Em uma lua de mel.

— Luna de mel? — Christian se sobressalta tanto que quase derruba o que parece ser uma xícara de café da mesa. Posso ver pelos fundos que ele está no escritório em casa, provavelmente trabalhando desde muito cedo. — Que porra você está falando? Você não...?

— Não é exatamente minha lua de mel — o interrompo, não conseguindo conter um sorriso diante da expressão de absoluto choque no rosto dele. — Mas eu meio que estou tendo um papel muito ativo nela.

— Em que confusão você se meteu desta vez? — Posso ver Christian passando a mão pelos cabelos.

— Conheci alguém.

— Alguém? — ele repete, como se a palavra fosse em uma língua estrangeira. — Quem?

— Eu não sei o nome dela.

— Como você conhece alguém e não sabe o nome dela? — A incredulidade na voz dele é quase cômica.

— Da mesma forma que você conheceu Zoey e ela não sabia seu nome — rebato, lembrando dos primórdios conturbados do relacionamento dele.

Christian ri, balançando a cabeça com uma expressão que mistura diversão e exasperação.

— Tecnicamente Zoey sabia meu nome, só não sabia que eu era eu mesmo — ele corrige. — Completamente diferente da sua situação maluca atual.

— Bem, então Giuseppe ganhou. Esse aí claramente vai seguir o legado da família.

Conversamos mais alguns minutos sobre Matteo, sobre como ele está crescendo incrivelmente rápido. É uma conversa normal, familiar, reconfortante até. Mas há algo completamente surreal em estar falando sobre vinhedos, negócios familiares e primeiras palavras de bebês enquanto estou em um chalé luxuoso sobre as águas cristalinas das Maldivas, com uma mulher misteriosa e fascinante dormindo na cama a poucos metros de mim.

— Preciso voltar pra cama — digo finalmente, olhando o relógio e percebendo como o tempo passou rápido. — Pode ser noite no Brasil, mas são três e tanta da manhã nas Maldivas.

— Maldivas? — Zoey repete, como se a informação estivesse chegando nela só agora, processando lentamente.

— Eu te explico depois — Christian diz para ela rapidamente, depois volta a me encarar através da tela com uma expressão séria. — Só não esquece da reunião do conselho amanhã, ok? Preciso de você mesmo que seja online.

— Vou dar um jeito — garanto, já calculando mentalmente os fusos horários.

Desligo a chamada e fico alguns minutos parado na varanda, respirando o ar puro e salgado, tentando processar a estranheza de estar dividido entre dois mundos completamente diferentes: minha vida real, com responsabilidades empresariais, reuniões de conselho, negócios familiares e obrigações, e esta realidade alternativa onde sou apenas Apolo, um homem sem passado definido em uma lua de mel roubada com uma mulher cujo nome verdadeiro não conheço.

Quando finalmente volto para dentro do chalé, caminhando o mais silenciosamente possível sobre o piso de madeira polida, vejo que Afrodite está acordada. Ela está deitada de lado, me observando com uma expressão que não consigo decifrar completamente. Seus olhos cor de mel brilham na penumbra do quarto, refletindo a pouca luz que entra pela janela, e há algo diferente em sua postura — mais alerta, mais tensa, mais... desconfiada.

— Você é casado?

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