~ MAITÊ ~
— Que tal jantarmos no restaurante principal hoje? — Apolo sugere enquanto ainda estamos terminando de nos arrumar depois do episódio da piscina. — Cansei de serviço de quarto.
— Você cansou de serviço de quarto? — rio, ajustando o vestido e observando-o pelo espelho. — Quem é você e o que fez com o homem que pediu vinho Bellucci como se fosse água?
— Touché — ele sorri, se aproximando por trás de mim no espelho para ajustar o colar que estou usando. Seus dedos roçam levemente minha nuca, e sinto um arrepio percorrer minha espinha. — Mas às vezes é bom ver outras pessoas, não acha? Interagir com o mundo real.
— Mundo real? — repito, me virando para encará-lo. — Pensei que tínhamos concordado que este lugar era nossa realidade alternativa.
— Talvez seja hora de testarmos como nossa realidade alternativa se comporta perto de outras pessoas — ele responde, e há algo em seu tom que não consigo identificar completamente.
O restaurante principal é elegante sem ser pretensioso, com mesas dispostas estrategicamente em diferentes níveis para oferecer privacidade enquanto ainda permitem uma vista espetacular do oceano. As luzes são suaves, criando uma atmosfera romântica mas não opressiva, e posso ouvir o som discreto de música instrumental misturado com o barulho das ondas.
Estamos sendo conduzidos à nossa mesa quando ouço uma voz animada:
— Ei! Vocês são o casal que vimos no snorkel hoje!
Viro a cabeça e vejo um casal brasileiro que reconheço da atividade da manhã. Eles estão em uma mesa para quatro pessoas. São jovens, ela loira e sorridente, ele moreno e descontraído, ambos com aquela energia contagiante de recém-casados que ainda estão na fase de querer dividir sua felicidade com o mundo inteiro.
— São vocês sim! — a mulher acena animadamente. — Que coincidência incrível! Vocês não querem dividir a mesa conosco? Não queremos atrapalhar o romance de vocês, mas seria maravilhoso ter companhia brasileira.
Olho para Apolo, esperando que ele decline educadamente. Mas ele me surpreende dando de ombros com um sorriso genuíno.
— Por que não? — ele concorda. — Seria um prazer.
Descobrimos que eles são Júlia e Rafael, ambos de São Paulo, em lua de mel após dois anos de namoro e seis meses de noivado. Ela trabalha em marketing digital, ele é engenheiro civil, e eles têm aquela simplicidade genuína de pessoas que se conhecem bem e se amam sem complicações.
— E vocês? — Júlia pergunta depois que pedimos os pratos principais, seus olhos brilhando de curiosidade. — Como vocês se conheceram? Vocês têm uma química absolutamente incrível! Dá para ver de longe que vocês são completamente apaixonados um pelo outro.
Sinto uma pontada de pânico. Como explicar nossa situação sem soar como se tivéssemos acabado de escapar de um hospital psiquiátrico?
— Bem... — começo, meu cérebro travando completamente, mas Apolo me salva com uma naturalidade impressionante.
— Nós nos conhecemos na Grécia — ele diz sem hesitar, como se tivesse a história toda planejada há meses. — É daí que vem os apelidos, caso estejam se perguntando. Só nos chamamos assim, desde então. Afrodite estava fazendo um tour pelos templos antigos, fotografando ruínas, sabe como é, e eu... bem, eu estava tentando impressionar uma turista linda que tinha acabado de ver discutindo mitologia com o guia local.
Olho para ele surpresa, mas sua expressão é tão convincente que por um momento quase acredito na história. Rapidamente entro no jogo.
— Ele apareceu do nada oferecendo para ser meu guia pessoal — complemento, me aquecendo com a fantasia. — Disse que conhecia todas as histórias dos deuses gregos melhor do que qualquer guia oficial.
— E conhecia mesmo? — Rafael pergunta, claramente divertido e já investido em nossa história.
— Algumas — Apolo ri, e o som é tão genuíno que até eu me convence. — Mas inventei a maioria no caminho. Sorte que ela é péssima em mitologia grega, então não me pegou mentindo descaradamente.
— Ei! — protesto, rindo e dando um tapinha leve no braço dele. — Eu não sou péssima em mitologia. Sou péssima é em matemática. Sempre fui.
É tão... normal. Tão saudável.
Quando finalmente se despedem para voltar ao chalé deles - não sem antes trocarmos contatos e prometermos encontros quando voltarmos ao Brasil - fico mexendo distraidamente na taça de vinho meio cheia, perdida em pensamentos sobre como foi fácil fingir ser outra pessoa, criar uma história diferente, um passado sem trauma.
— É bom poder fingir ser outra pessoa — murmuro, mais para mim mesma do que para ele. — Às vezes queria poder ser uma pessoa completamente diferente todos os dias.
— Por quê? — Apolo pergunta, e sua voz perdeu completamente o tom brincalhão e descontraído de momentos atrás.
— Sei lá — dou de ombros, ainda mexendo no vinho. — Ser alguém sem passado complicado. Simples assim.
Ele me observa em silêncio por um longo momento, e posso ver pelos seus olhos que o jogo acabou. Não há mais sorrisos travessos ou provocações inteligentes. Há apenas seriedade e algo que parece perigosamente próximo da preocupação genuína.
— Quero usar minha pergunta — ele diz finalmente, sua voz baixa mas firme.
Meu estômago despenca. A pergunta que ele havia guardado, a informação pessoal que eu devia a ele.
— Vai em frente — respondo, tentando soar mais corajosa do que realmente me sinto.
Ele se inclina ligeiramente para frente, apoiando os cotovelos na mesa, seus olhos azuis me encarando com uma intensidade que faz meu coração acelerar e minha boca ficar seca.
— O que aconteceu para você fugir do seu casamento?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...