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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 365

~ 3 DIAS ATRÁS – MAITÊ ~

— Você viu aquilo? — Minha voz sai baixinha.

— Fica calma!

— VOCÊ VIU AQUILO? — Acho que grito dessa vez.

— FICA CALMA! — Minha mãe grita de volta.

Clarisse Salvani, sempre impecável em seu vestido azul marinho bordado à mão, me faz sentar no sofá e serve uma taça de champanhe. Mesmo em meio ao caos, ela mantém a postura aristocrática que a define.

— Você sabia? — Acho que estou tão em choque que volto a um estado de calmaria. — Sabia?

— Desconfiava — ela confirma, alisando uma dobra imaginária em sua saia. — Seu pai também.

— Por que me deixaram passar por isso?

Minha mãe se aproxima e se senta ao meu lado, suas mãos perfeitamente manicuradas segurando as minhas com firmeza.

— Sinceramente, Maitê... — ela suspira. — Porque precisamos desse casamento tanto quanto Dominic precisa de nós.

— Como assim? — Os parques, querida. Estamos falidos. Completamente falidos. Seu pai... — ela pausa, como se reunisse coragem. — Seu pai teve dois infartos nos últimos seis meses. O médico disse que outro episódio de estresse pode ser fatal.

Sinto o chão desabar sob meus pés.

— Mãe...

— Dominic ofereceu uma solução. Os cassinos precisam de um novo endereço, e os parques são perfeitos. Com o nosso nome como fachada, ninguém vai suspeitar. É arriscado, sim, mas é isso ou perdermos tudo.

— Cassinos ilegais, mãe! Isso é crime!

— É sobrevivência! — Pela primeira vez, vejo Clarisse Salvani perder a compostura. — Você prefere ver seu pai morrer? Ver nossa família na miséria? Perder tudo que os Salvani construíram em gerações?

Lágrimas quentes escorrem pelo meu rosto, estragando a maquiagem que havia sido retocada minutos antes.

— Mas você ouviu o que ele disse... Vai se separar de mim quando conseguir o que quer e ficar com a Viviane.

— Não se nós não deixarmos — minha mãe diz, e há algo perigoso em seus olhos. — Vamos nos livrar dela. De um jeito ou de outro, Viviane sairá de cena. E Dominic... bem, homens podem ser controlados quando se sabe onde apertar.

O friozinho que sinto na espinha não tem nada a ver com o ar-condicionado.

— Eu não posso me casar sabendo disso tudo...

— Pode e vai! — Ela se levanta, voltando à postura rígida. — Vou chama a maquiadora. Precisa consertar essa maquiagem. E Maitê... — ela me encara com dureza. — Pense no seu pai. Pense em nossa família. Algumas batalhas se vencem com estratégia, não com impulso.

Cerca de vinte minutos depois, com a maquiagem totalmente retocada e nenhum sinal de que estive chorando, estou parada diante de um tapete vermelho que me leva até o altar. Dominic Sforza me espera lá, em seu terno feito sob medida e em uma postura imponente.

— Maitê Salvani, é de livre e espontânea vontade que você aceita Dominic Sforza como seu companheiro em matrimônio?

Penso no meu pai doente. Na minha família falida. Nos cassinos ilegais. Na Viviane. No plano de me usar como fachada e depois me descartar.

— Não... — a palavra sai antes que eu consiga me conter.

— Como? — Dominic soa confuso.

— Não... — eu repito com segurança. — Não, eu não aceito.

E antes que eu me dê conta do que estou fazendo, meus pés correm por todo o caminho de volta daquele tapete vermelho. Ainda que eu estivesse de saltos, ainda que eu tivesse que segurar o vestido para cima, acho que nunca corri tão desesperada na minha vida.

— Maitê! Maitê! — Ouço algumas vozes gritando antes que passos comecem a vir atrás de mim.

Corro pelos jardins, na direção da qual eu me lembrava que ficava o portão de acesso ao casarão, e antes de chegar perto grito para que o abram. Passo veloz por ele, me vendo parada em uma calçada no meio da avenida.

Paro por um segundo. Apenas um segundo. Olho para um lado. Olho para o outro. Para onde?

Uma moto desliza na minha frente, estacionando a centímetros de mim. O motoqueiro me estende um capacete.

— Vai ficar aí parada?

E foi assim que conheci o homem misterioso com o qual eu embarquei para a minha lua de mel.

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