Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 367

~ MARCO ~

Observei Afrodite na manhã seguinte ao nosso jantar de confissões, notando algo diferente em sua postura. Ela parecia mais leve, como se tivesse tirado um peso enorme dos ombros ao dividir sua dor comigo. Mas ao mesmo tempo havia uma fragilidade nova ali, como se no lugar do peso antigo tivesse colocado outro - talvez o medo de ter se exposto demais, de ter confiado em um estranho com seus segredos mais profundos.

Estava na varanda tomando café, observando o mar cristalino, mas seus ombros estavam ligeiramente curvados, como se ela ainda carregasse a sombra da noite anterior. Decidi naquele momento que este dia precisava ser sobre leveza. Sobre tirar Afrodite completamente da órbita sombria de seu passado e trazê-la de volta para nosso paraíso particular.

— Que tal um passeio de barco hoje? — sugeri, me aproximando por trás dela e beijando levemente seu pescoço. — Podemos encontrar uma praia deserta, nadar um pouco, fingir que somos as únicas duas pessoas no mundo.

— Isso soa perfeito — ela respondeu, se virando para me encarar com um sorriso que ainda carregava traços da vulnerabilidade da noite anterior.

Também precisava dessa distração, admiti para mim mesmo. Ouvir a história dela, reconhecer tanto da minha própria experiência em suas palavras sobre sobrenomes que engoliam identidades, havia mexido com coisas que eu preferia manter enterradas. Às vezes era mais fácil focar em cuidar dela do que enfrentar meus próprios demônios familiares.

Uma hora depois estávamos no pier privativo do resort, sendo recebidos por um funcionário sorridente que nos guiou até um barco elegante equipado para um dia perfeito no mar. O clima estava ideal - céu azul sem uma nuvem, brisa suave, água tão transparente que conseguíamos ver o fundo arenoso metros abaixo de nós.

— Então — disse Afrodite quando já estávamos navegando para longe do resort, o vento bagunçando seus cabelos e um sorriso genuíno finalmente voltando ao seu rosto — aposto que você nunca foi CLT um dia na vida.

Ri, feliz por ver nosso jogo de suposições ressurgindo em sua versão mais divertida.

— Aposto que você sempre foi a filha rebelde da família — rebati.

— Rebelde? — ela fingiu indignação. — Eu era a filha perfeita até... bem, até deixar de ser.

— E agora?

— Agora sou uma mulher de vinte e sete anos que fugiu do próprio casamento para ir às Maldivas com um completo estranho — ela riu. — Acho que o navio da filha perfeita já partiu.

— Para lugares muito mais interessantes — completei.

Passamos horas assim, navegando entre ilhas pequenas e desertas, parando para mergulhar em águas tão claras que parecia que estávamos flutuando no ar. Afrodite ficou cada vez mais relaxada, rindo abertamente, provocando, sendo exatamente a mulher fascinante que me fez aceitar essa loucura toda.

Quando paramos em uma praia particular para o almoço, o funcionário que nos acompanhava organizou tudo perfeitamente - uma mesa na areia, champanhe gelado, frutas tropicais frescas. Dei a ele uma gorjeta generosa, como sempre fazia, sem pensar duas vezes.

— O senhor é sempre tão generoso — ele comentou com um sorriso caloroso. — É um prazer recebê-lo de novo nas Maldivas, senhor...

— Cronos! — É Afrodite quem o interrompe antes que ele fale demais. — É senhor Cronos, lembra?

Senti meu sangue gelar instantaneamente. Meus músculos se tensionaram e por um momento esqueci completamente como respirar. O funcionário continuou organizando a mesa, completamente alheio à bomba que quase acabara de soltar, mas eu podia sentir os olhos de Afrodite em mim, processando, registrando.

— Obrigado — consegui responder, tentando manter o tom casual. — Vocês sempre fazem um trabalho excelente aqui.

Capítulo 367 1

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