~ MARCO ~
Observei Afrodite na manhã seguinte ao nosso jantar de confissões, notando algo diferente em sua postura. Ela parecia mais leve, como se tivesse tirado um peso enorme dos ombros ao dividir sua dor comigo. Mas ao mesmo tempo havia uma fragilidade nova ali, como se no lugar do peso antigo tivesse colocado outro - talvez o medo de ter se exposto demais, de ter confiado em um estranho com seus segredos mais profundos.
Estava na varanda tomando café, observando o mar cristalino, mas seus ombros estavam ligeiramente curvados, como se ela ainda carregasse a sombra da noite anterior. Decidi naquele momento que este dia precisava ser sobre leveza. Sobre tirar Afrodite completamente da órbita sombria de seu passado e trazê-la de volta para nosso paraíso particular.
— Que tal um passeio de barco hoje? — sugeri, me aproximando por trás dela e beijando levemente seu pescoço. — Podemos encontrar uma praia deserta, nadar um pouco, fingir que somos as únicas duas pessoas no mundo.
— Isso soa perfeito — ela respondeu, se virando para me encarar com um sorriso que ainda carregava traços da vulnerabilidade da noite anterior.
Também precisava dessa distração, admiti para mim mesmo. Ouvir a história dela, reconhecer tanto da minha própria experiência em suas palavras sobre sobrenomes que engoliam identidades, havia mexido com coisas que eu preferia manter enterradas. Às vezes era mais fácil focar em cuidar dela do que enfrentar meus próprios demônios familiares.
Uma hora depois estávamos no pier privativo do resort, sendo recebidos por um funcionário sorridente que nos guiou até um barco elegante equipado para um dia perfeito no mar. O clima estava ideal - céu azul sem uma nuvem, brisa suave, água tão transparente que conseguíamos ver o fundo arenoso metros abaixo de nós.
— Então — disse Afrodite quando já estávamos navegando para longe do resort, o vento bagunçando seus cabelos e um sorriso genuíno finalmente voltando ao seu rosto — aposto que você nunca foi CLT um dia na vida.
Ri, feliz por ver nosso jogo de suposições ressurgindo em sua versão mais divertida.
— Aposto que você sempre foi a filha rebelde da família — rebati.
— Rebelde? — ela fingiu indignação. — Eu era a filha perfeita até... bem, até deixar de ser.
— E agora?
— Agora sou uma mulher de vinte e sete anos que fugiu do próprio casamento para ir às Maldivas com um completo estranho — ela riu. — Acho que o navio da filha perfeita já partiu.
— Para lugares muito mais interessantes — completei.
Passamos horas assim, navegando entre ilhas pequenas e desertas, parando para mergulhar em águas tão claras que parecia que estávamos flutuando no ar. Afrodite ficou cada vez mais relaxada, rindo abertamente, provocando, sendo exatamente a mulher fascinante que me fez aceitar essa loucura toda.
Quando paramos em uma praia particular para o almoço, o funcionário que nos acompanhava organizou tudo perfeitamente - uma mesa na areia, champanhe gelado, frutas tropicais frescas. Dei a ele uma gorjeta generosa, como sempre fazia, sem pensar duas vezes.
— O senhor é sempre tão generoso — ele comentou com um sorriso caloroso. — É um prazer recebê-lo de novo nas Maldivas, senhor...
— Cronos! — É Afrodite quem o interrompe antes que ele fale demais. — É senhor Cronos, lembra?
Senti meu sangue gelar instantaneamente. Meus músculos se tensionaram e por um momento esqueci completamente como respirar. O funcionário continuou organizando a mesa, completamente alheio à bomba que quase acabara de soltar, mas eu podia sentir os olhos de Afrodite em mim, processando, registrando.
— Obrigado — consegui responder, tentando manter o tom casual. — Vocês sempre fazem um trabalho excelente aqui.
E eu odiava isso. Odiava saber que aquele homem ainda tinha o poder de invadir nosso santuário, de mudar toda a atmosfera entre nós com simples vibrações de um aparelho celular. Odiava sentir que, por mais intimidade que tivéssemos construído, ainda havia espaço para ele entre nós.
Tomei uma decisão impulsiva.
Levantei-me da minha cadeira, atravessei o pequeno espaço entre nós e gentilmente tirei a taça de vinho da mão dela, colocando-a de lado na mesinha. Sem dar tempo para protestos ou perguntas, deitei-me ao seu lado e a puxei para o meu colo num movimento firme mas cuidadoso.
— Apolo, o que você está...
Não deixei que terminasse a pergunta. Capturei seus lábios com os meus em um beijo intenso, possessivo, carregado de toda a necessidade que sentia de tirá-la daquela espiral de tensão e trazê-la de volta para mim, para nós, para este momento que era só nosso.
Ela riu contra meus lábios, o som vibrando entre nós de uma forma que fez meu coração acelerar.
— Aposto que você sabe exatamente como fazer uma mulher esquecer seus problemas — ela provocou, seus olhos cor de mel brilhando com diversão e desejo.
— Isso não é uma aposta — respondi, minha voz saindo mais rouca do que pretendia. — Você já tem essa certeza.
Ela sorriu daquele jeito que me desarmava completamente e murmurou:
— Convencido.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...