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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 375

~ MARCO ~

Sozinho no meu apartamento em São Paulo, caminhei de um lado para outro da sala como um animal enjaulado. Desde a conversa com Christian e Zoey, minha cabeça estava fervendo com as informações que descobri. Maitê Salvani. Dominic Sforza. Casamento em um mês.

Um mês. Trinta dias para impedir que a mulher que me fez sentir vivo novamente fosse engolida por um casamento que poderia destrui-la.

Me servi de outro copo de uísque e me posicionei diante da janela, observando as luzes de São Paulo piscando na noite. Cada minuto que passava sem ação era tempo perdido. Cada hora que eu desperdiçava tentando processar a situação era uma hora a menos para encontrar uma solução.

Não era só sobre ela, percebi. Era sobre alguém que me deu a primeira semana da minha vida em que fui apenas Marco, não um Bellucci. Onde minhas decisões foram minhas, onde eu pude ser exatamente quem eu escolhi ser. E agora queriam arrancar isso dela também - a liberdade de escolher sua própria vida.

Peguei meu celular e comecei a fazer ligações. Acontece que meu sobrenome também tem suas vantagens, não vou mentir. Quando você é um Bellucci, tem acesso a certas redes de contato que a maioria das pessoas jamais sonharia ter. Advogados especializados em inteligência coorporativa, consultores que sabiam onde encontrar informações que não apareciam em relatórios públicos, analistas do mercado financeiro que tinham acesso a dados que poucos conheciam.

A primeira ligação foi para Roberto Marques, um advogado corporativo que já havia trabalhado para nossa família em situações... delicadas.

— Marco? — sua voz soou surpresa. — Que prazer ouvir de você. O que posso fazer por você?

— Preciso de informações discretas sobre duas empresas — fui direto ao ponto. — Salvani Entretenimento e qualquer coisa relacionada a Dominic Sforza.

— Posso perguntar o motivo?

— Pode perguntar, mas eu não vou responder — disse, mantendo o tom amigável mas firme. — Quanto tempo você precisa?

— Para um Bellucci? Até amanhã de manhã.

A segunda ligação foi para Helena Castro, uma consultora financeira que conhecia os bastidores do mercado brasileiro melhor do que qualquer analista oficial.

— Helena, preciso que você me conte tudo que sabe sobre aquisições e fusões envolvendo entretenimento familiar e Dominic Sforza.

— Isso é específico — ela riu. — Posso supor que há interesse comercial da sua família?

— Pode supor o que quiser, contanto que me dê as informações que preciso.

— Te envio um relatório até amanhã.

As informações começaram a chegar já no final da noite. Eu estava no escritório do apartamento, cercado de papéis e telas de computador, quando meu telefone começou a vibrar com mensagens e e-mails.

Salvani Entretenimento: Tradicional rede de parques de diversão, fundada há sessenta anos, responsável por criar gerações inteiras de memórias familiares. Na última década, enfrentaram declínio acentuado devido à concorrência com parques temáticos internacionais e mudanças no comportamento do consumidor. Dívidas acumuladas, tentativas de se manter através de eventos privados e alianças estratégicas. Patrimônio imobiliário valioso, mas operação deficitária.

Dominic Sforza: Empresário respeitado no setor de aquisições e fusões, especializado em "salvar" empresas familiares em dificuldade. Reputação sólida nos círculos oficiais, mas havia sussurros no mercado. Roberto foi direto: "Oficialmente, impecável. Extraoficialmente, suas reestruturações são rápidas demais e eficientes demais. Há quem diga que dinheiro que entra não é sempre dinheiro que deveria estar entrando, se você me entende."

Helena foi ainda mais específica: "Sforza é inteligente. Compra empresas com estrutura física sólida mas operação problemática. Depois, magicamente, elas se tornam extremamente lucrativas da noite para o dia. Como? Ninguém pergunta, contanto que os lucros apareçam nos relatórios."

Li e reli as informações até que padrões começaram a emergir. Dominic não estava apenas interessado em casar com Maitê por amor - estava interessado nos parques Salvani como operação de lavagem de dinheiro. A localização, a estrutura já estabelecida, o fluxo constante de pessoas, a reputação familiar respeitada. Era perfeito para transformar dinheiro sujo em receita limpa.

E Maitê era a chave que abria essa porta.

Quarenta minutos depois, tinha a resposta: Lívia Salvani. Prima de Maitê, vinte e sete anos, formada em terapia ocupacional, trabalhava em um estúdio de yoga. Dividiam um apartamento em Jardins há três anos. Roberto havia até conseguido o endereço.

Olhei para o relógio. Duas da manhã. Ainda cedo demais para agir. Passei o resto da madrugada planejando, organizando informações, traçando estratégias.

Quando o sol nasceu, eu já sabia exatamente o que fazer.

Me vesti cuidadosamente e peguei as chaves da moto. Mas não me dirigi diretamente para o endereço que Roberto havia conseguido. Seria arriscado demais aparecer no apartamento onde Maitê morava.

Em vez disso, liguei novamente para Roberto.

— Preciso de mais uma informação sobre Lívia Salvani — disse. — Onde ela trabalha? Rotina diária, lugares que frequenta.

— Marco, você tem certeza de que...

— Roberto, só me dê as informações.

Quinze minutos depois, tinha o que precisava. Lívia dava aulas de yoga cinco vezes por semana. Também frequentava uma cafeteria específica depois das aulas matinais.

Perfeito. Um encontro "casual" seria muito mais seguro.

Enquanto dirigia em direção ao estúdio de yoga, um pensamento martelava na minha mente: "Se não posso chegar até Maitê agora, vou chegar até quem ela confiaria sua vida."

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