~ MAITÊ ~
O carro deslizava suavemente pelas ruas de São Paulo enquanto a cidade se transformava ao nosso redor. As luzes dos arranha-céus criavam uma constelação urbana que parecia piscar em um ritmo próprio, como se a metrópole tivesse um coração pulsante. O trânsito da noite era menos caótico que durante o dia, mas ainda havia movimento suficiente para criar aquela sinfonia típica da cidade: buzinas distantes, motores roncando, o ruído constante de uma cidade que nunca verdadeiramente dorme.
Bianca estava relaxada ao meu lado, mexendo distraidamente no celular, como se estivéssemos simplesmente indo para um jantar casual ao invés de fugindo de uma situação que poderia determinar se meu filho viveria ou morreria. Sua tranquilidade era quase contagiante, mas eu ainda sentia a adrenalina correndo pelas minhas veias, cada músculo do meu corpo tenso como se esperasse que Dominic aparecesse a qualquer momento.
Olhei pela janela novamente, observando os prédios que passavam como fantasmas iluminados. Estava deixando tudo para trás. Minha vida, minha família, meu apartamento, minhas roupas, meus livros, minhas memórias. Tudo que definia quem eu era ficaria nesta cidade, e eu estava partindo para um destino completamente desconhecido com pessoas que conheci há poucos dias.
A sensação era simultaneamente libertadora e aterrorizante.
— Bianca — quebrei o silêncio, minha voz saindo mais fraca do que eu pretendia — preciso ligar para minha prima.
Ela olhou para cima do celular, uma expressão de curiosidade misturada com preocupação.
— Lívia — expliquei rapidamente. — Deixei meu celular para trás na clínica. Sem notícias minhas, ela vai ficar desesperada. Vai tentar me procurar, vai ligar para meus pais, pode até chamar a polícia.
Bianca suspirou e guardou o telefone na bolsa, me dando atenção total.
— Maitê — disse com firmeza, mas não sem gentileza —, não é seguro.
— Como assim?
— Se Lívia estiver sendo monitorada, qualquer contato pode entregar nosso paradeiro. Você fugiu há poucas horas. Dominic e sua família provavelmente já descobriram e estão mobilizando recursos para te encontrar.
Senti meu estômago se contrair. A lógica de Bianca era impecável, mas a culpa que sentia por deixar Lívia no escuro era quase insuportável.
— Mas ela vai ficar preocupada — insisti. — Ela foi a única pessoa que me apoiou quando descobri sobre Dominic. A única que me incentivou a fugir. Não posso simplesmente desaparecer da vida dela sem uma explicação.
— Lívia é adulta — Bianca respondeu, sua voz mantendo aquele tom pragmático que estava começando a reconhecer como característico dela. — Ela sabe se cuidar. Agora a prioridade é o bebê.
As palavras atingiram como um soco no estômago, não porque fossem cruéis, mas porque eram absolutamente corretas. Carreguei a mão instintivamente para o ventre, onde meu filho crescia alheio a toda essa turbulência. Cada decisão que eu tomasse a partir de agora teria que considerar primeiro e principalmente a segurança dele.
Mas isso não tornava a situação menos dolorosa.
Enquanto nos dirigíamos através de uma área restrita que eu nem sabia que existia, não pude evitar uma reflexão incômoda. Apesar de minha família ser rica e influente, os Salvani jamais teriam esse nível de acesso imediato e sem burocracia. Os parques de diversões nos davam prestígio social, mas não esse tipo de poder político e econômico que abria portas sem sequer precisar tocá-las.
Um pensamento perturbador começou a se formar na minha mente: será que trocar a prisão de Dominic não significaria cair em outra prisão, apenas com guardiões diferentes? Os Bellucci claramente tinham recursos e influência que faziam minha situação anterior parecer amadora. E eu estava me entregando completamente a eles, sem questionar, sem conhecer verdadeiramente suas motivações.
Mas rapidamente engoli esse pensamento. Não podia me dar ao luxo de ser paranoica agora. Precisava confiar, porque a alternativa era voltar para Dominic e aceitar que meu filho se tornasse refém de um jogo que eu não conseguia ganhar.
O carro parou em frente a um hangar privativo. Saímos e caminhamos por um corredor iluminado que parecia saído de um filme de ficção científica - tudo limpo, moderno, eficiente. No final do corredor, através de portas de vidro, pude ver nosso destino.
— Para onde estamos indo? — perguntei, finalmente fazendo a pergunta que havia evitado desde que Bianca mencionou a viagem.
Bianca segurou minha mão com firmeza, seus olhos azuis brilhando com uma mistura de animação e determinação.
— Para o paraíso particular dos Bellucci — respondeu com um sorriso que conseguiu ser ao mesmo tempo misterioso e reconfortante.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Poxa,que dificuldade pra liberar os capítulos. Vc perde até o interesse de ler 🤨...
Comprei os últimos capítulos e não consigo acessar....
Cansativo liberar somente 2 capítulos por noite.... Poderia liberar pelo menos 5, né?...
Bianca e Nico ... tão bons ou melhores que Christian e Zoeh!!! Tão lindos! Mas vamos garantir pelo menos 3 capitulos por noite para deixar as leitoras felizes?...
Quando terá novos capítulos? Ansiosa...
Já tem uns 3 dias que não disponibiliza os capítulos. Parou no capítulo 557. PS. Esse livro que não acaba.... 🤔...
Queria saber o que está acontecendo, que os capítulos não estão mais disponíveis....
Poxa vida, ja era ruim liberar 2 ou 3 capitulos por noite a conta gotas, agora falhar na liberacao diaria é pèssimo ... oq tem acontecidoncom frequencia. Desanimador....
Alguém sabe me dizer, quando sai mais capítulos?...
Oq esta acontecendo com os capitulos 566 e 567? Liberei as moedas mas nenhum dos dois foi liberado. E ontem tbem nao houve liberacao de capitulos novos ......