~ MAITÊ ~
A mansão dos Bellucci na Serra Gaúcha se erguia diante de nós como algo saído de um conto de fadas. Quando o carro finalmente parou no topo da colina, entendi exatamente o que Bianca quis dizer com "paraíso particular". Não era apenas a arquitetura imponente, com suas paredes claras contrastando com o telhado escuro, nem os jardins exuberantes que se estendiam em todas as direções. Era algo mais - uma sensação de que ali o tempo transcorria de forma diferente, como se estivéssemos fora do mundo real onde Dominic e Viviane poderiam me encontrar.
— Aqueles são os vinhedos principais — Bianca apontava animadamente enquanto saíamos do carro, sua voz carregada de orgulho familiar. — Christian modernizou todo o sistema de irrigação no ano passado. E lá ao fundo, bem lá embaixo, os vinhedos Zoey. São a obsessão dele.
Tentei acompanhar seus comentários, mas minha mente estava sobrecarregada demais. Era como se estivesse vendo tudo através de uma bruma, conseguindo captar apenas fragmentos: a vastidão dos vinhedos que se perdiam no horizonte, o perfume de uvas maduras misturado com o ar fresco da serra, o som distante de trabalhadores que cuidavam das plantas com a precisão de quem fazia aquilo há gerações.
— Se quiser, depois podemos dar uma volta.
Fomos recebidas na entrada principal por uma funcionária que irradiava aquela eficiência calorosa típica de quem administrava uma casa há décadas. Seus cabelos estavam presos em um coque impecável, e seus olhos gentis me avaliaram discretamente antes de se iluminarem com um sorriso genuíno.
— Senhorita Maitê — ela disse, estendendo as mãos com uma naturalidade que sugeria que receber fugitivas grávidas era parte de sua rotina diária. — Sou Carmem, a governanta. Seja muito bem-vinda à nossa casa.
Nossa casa. Como se eu já pertencesse ali, como se não fosse uma estranha que havia desembarcado de um jato particular carregando apenas os problemas que conseguiu carregar consigo.
— Vou levá-la ao seu quarto para que possa se instalar — Carmem continuou, me guiando através de corredores decorados com bom gosto, onde quadros de paisagens toscanas se alternavam com fotografias da família em momentos casuais. — O senhor Marco fez questão de deixar tudo equipado para sua chegada. Mas se precisar de qualquer coisa adicional, é só pedir.
Bianca se despediu no hall principal, prometendo que nos encontraríamos para o jantar e me assegurando mais uma vez que eu estava segura ali. Segura. A palavra ecoou na minha mente enquanto seguia Carmem pelas escadas de madeira que rangiam suavemente sob nossos passos.
O quarto que ela me mostrou ficava no segundo andar, com janelas amplas que ofereciam uma vista deslumbrante dos vinhedos. Era espaçoso mas acolhedor, decorado em tons neutros que transmitiam tranquilidade. Uma cama king size dominava o centro do ambiente, coberta por lençóis que pareciam ter saído de uma revista de decoração.
— O banheiro fica ali — Carmem indicou uma porta à direita. — E este é o closet que o senhor Marco organizou especialmente para a senhora.
Quando ela se retirou, deixando-me finalmente sozinha, caminhei até o closet com uma curiosidade mista de apreensão e fascínio. O que encontrei lá dentro me deixou momentaneamente sem palavras.
Não eram apenas roupas do meu tamanho - eram roupas do meu estilo. Vestidos casuais em tecidos fluidos, blusas em cores que eu realmente usaria, calças com elástico discreto na cintura. Havia até lingerie, em tons suaves e cortes confortáveis que demonstravam um nível de atenção aos detalhes que me fez corar.
Na penteadeira, encontrei uma seleção de maquiagens organizadas como em uma loja de departamento cara. Na estante próxima à janela, havia livros - não decoração genérica, mas títulos que eu reconhecia, autores que eu admirava, alguns até com marcações que sugeriam que alguém havia realmente os lido.
Como Marco sabia de tudo isso? Durante nossa semana nas Maldivas, havíamos conversado sobre muitas coisas, mas eu não me lembrava de ter mencionado detalhes tão específicos sobre minhas preferências. A menos que ele fosse o tipo de homem que prestava atenção em detalhes que a maioria das pessoas consideraria insignificantes.
O pensamento me aqueceu por dentro e me assustou ao mesmo tempo.
Decidi tomar um banho rápido para lavar a tensão das últimas horas. A água quente foi como um abraço, relaxando músculos que eu nem sabia que estavam tensos. Por alguns minutos preciosos, consegui fingir que era apenas uma hóspede em uma casa de campo luxuosa, sem fugas dramáticas ou decisões que poderiam determinar o futuro do meu filho.
Quando finalmente saí do banheiro, enrolada em um roupão macio que encontrei pendurado na porta, alguém bateu discretamente na porta do quarto. Meu coração disparou imediatamente - seria Marco?
Corri até a porta e a abri, mas quem estava do outro lado não era Marco.
— Onde ele está? — perguntei, não conseguindo esconder a ansiedade na voz.
— Cuidando de algumas coisas, algumas questões de segurança — Zoey respondeu com naturalidade. — Você sabe como é, precisa garantir que tudo esteja em ordem.
Senti uma pontada de culpa atravessar meu peito.
— Não queria causar toda essa confusão...
Zoey riu, um som genuíno e reconfortante.
— Bobagem! — ela disse, baixando a voz em tom conspiratório. — Essa família funciona movida à confusão. Eu até acho que eles gostam disso, senão sentiriam tudo monótono demais.
A observação me fez rir pela primeira vez em horas, e Matteo pareceu aprovar o som, batendo palminhas animado.
— Só queria me apresentar e dizer que estou à disposição caso precise de alguma coisa — Zoey continuou.
Olhei para ela, para o bebê em seus braços, para a realidade tangível que eles representavam em meio a toda a surreal luxuosa que me cercava.
— Na verdade... preciso — admiti finalmente. — Não consigo tirar da cabeça: o que eu estou fazendo aqui? E qual é exatamente o plano do Marco?

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...