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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 395

~ MAITÊ ~

Marco me encontrou novamente quando eu ainda estava processando a conversa com Mia, parada no bar com o drink sem álcool que Zoey havia pedido para o bartender. O líquido rosado estava intocado na minha frente, a condensação formando pequenas gotas no vidro.

— Fugindo da festa? — ele perguntou com um sorriso, se aproximando e apoiando o cotovelo no balcão ao meu lado.

— Apenas... respirando — respondi, forçando um sorriso. — São muitas pessoas novas de uma vez só.

— Desculpa por isso. Quando a família Bellucci se reúne, é sempre um espetáculo — ele disse, gesticulando para a festa que continuava animada ao redor de nós. — Quer dançar? Prometo que não vou te apresentar para mais ninguém.

Aceitei sua mão estendida e ele me conduziu até a área onde algumas pessoas dançavam sob as luzes douradas. A música era suave, algo italiano que eu não reconhecia, mas que criava uma atmosfera íntima apesar de estarmos cercados por dezenas de convidados.

Marco me puxou para perto, uma mão na minha cintura, a outra entrelaçada com a minha. Dançamos em silêncio por alguns minutos, e gradualmente senti a tensão nos meus ombros começar a diminuir.

— Aposto que você sempre imaginou que se casaria em uma vinícola na Serra Gaúcha — disse, retomando nosso jogo familiar das suposições. — Mas não com uma quase desconhecida.

Marco riu, aquele som baixo e genuíno que eu estava começando a associar com momentos de descontração entre nós.

— Já que agora somos casados — disse, me fazendo girar suavemente antes de me puxar de volta —, acho que ultrapassamos a regra do "sem informações pessoais". Pode perguntar o que quiser para mim. Sem suposições.

— Gosto do mistério — respondi, tentando manter o tom leve.

— Claro que gosta — ele disse, sorrindo.

— Aposto que você deixa a toalha molhada em cima da cama — continuei. — E que verifica os e-mails todos os dias antes de dormir.

— Aposto que você dorme abraçada com travesseiro e que sempre confere se a porta está trancada duas vezes.

Rimos e dançamos mais um pouco, e eu quase conseguia fingir que éramos apenas um casal normal celebrando seu casamento. Quase conseguia esquecer todas as circunstâncias complicadas que nos trouxeram até ali. Quase.

Mas as palavras de Mia ainda ecoavam na minha mente, e finalmente não consegui mais conter a pergunta que estava me corroendo.

— Por que está me ajudando? — perguntei, minha voz saindo mais baixa do que eu pretendia.

Marco continuou dançando, mas senti uma mudança sutil no seu abraço, como se ele estivesse pensando cuidadosamente na resposta.

— Quero dizer... — continuei — esse filho pode ser seu, mas você ofereceu ajuda mesmo antes de sabermos disso.

Ele riu, mas não era o som descontraído de antes. Havia algo mais profundo ali, quase melancólico.

— Não sei exatamente — admitiu. — Mas... fiz uma promessa para mim mesmo que não deixaria o amor escapar da minha vida quando a chance batesse na minha porta.

Senti meu estômago revirar, não como no enjoo matinal, mas de algo mais complicado.

— E depois de você aparecer vestida de noiva na minha frente e da semana incrível que tivemos nas Maldivas... — ele continuou, me olhando diretamente nos olhos — achei que o destino não podia ter sido mais claro.

As palavras dele me atingiram como um balde de água fria. Parei de dançar abruptamente, forçando-o a parar também.

— Mas não é isso, é? — disse, minha voz saindo mais áspera do que eu pretendia. — Não é sobre amor. Não dá tempo de ser.

Marco me estudou por um momento, como se estivesse tentando decidir o quão honesto deveria ser.

— Não quero parecer emocionado demais — disse finalmente. — Definitivamente não é meu estilo. Não é sobre amor, mas é sobre paixão, conexão, atração...

Ele fez uma pausa, passando o polegar sobre minha mão que ainda segurava.

— Então tentamos até conseguir — ele disse simplesmente. — Ou até descobrirmos que não vai funcionar. Mas pelo menos tentamos.

Quando a noite começou a avançar e os convidados começaram a se dispersar, gradualmente a festa foi perdendo sua energia. Pessoas se despediam, carros começavam a partir, e as luzes do jardim pareciam menos mágicas e mais cansadas.

Marco segurou minha mão.

— Vamos? — perguntou simplesmente.

Assenti, deixando que ele me guiasse para fora da área da festa e em direção à mansão. Brevemente me lembrei de como ele havia me pegado no colo para me levar para a cabana nas Maldivas naquela primeira noite. Dessa vez ele foi mais discreto, quase como se a realidade da nossa situação tornasse o gesto menos romântico, mais prático.

Ele apenas segurou minha mão e me puxou suavemente para dentro.

Subimos as escadas em silêncio, o som dos nossos passos ecoando pelos corredores da mansão. Quando chegamos ao quarto dele - nosso quarto agora, eu suponho -, ele fechou a porta atrás de nós com cuidado.

O quarto era maior que o que eu havia estado usando, com uma decoração mais masculina mas ainda elegante. A cama king size dominava boa parte do espaço, e havia uma área de estar próxima às janelas que davam para os vinhedos.

Marco se aproximou de mim devagar, como se estivesse me dando tempo para protestar ou recuar.

— Deixa eu te ajudar com isso — disse suavemente, suas mãos indo para o zíper nas costas do meu vestido.

Senti seus dedos trabalharem delicadamente com o fecho, e quando ele começou a baixar o zíper lentamente, seus lábios encontraram meu pescoço. O beijo foi suave, quase reverente, e senti um arrepio percorrer toda minha espinha.

— Marco... — comecei, mas não sabia como terminar a frase.

— Shh — ele murmurou contra minha pele. — Não precisa decidir nada agora. Só... fique comigo.

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