Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 396

~ MAITÊ ~

As mãos de Marco eram cuidadosas enquanto trabalhavam nas camadas complexas do vestido. Primeiro o zíper, depois os pequenos botões cobertos de tecido na parte de trás, cada movimento deliberado e paciente. Sentia seus dedos roçarem minha pele enquanto ele afastava o tecido, mandando pequenos arrepios por toda minha coluna.

— Este vestido tem mais camadas que uma cebola — ele murmurou contra meu pescoço, sua respiração quente fazendo minha pele formigar.

Ri baixinho, tentando relaxar enquanto sentia o vestido sendo cuidadosamente removido. Havia algo íntimo naquele processo, mais íntimo até do que simplesmente tirar a roupa. Era como se ele estivesse literalmente me despindo do papel de noiva, revelando apenas Maitê por baixo de toda aquela performance.

Quando o vestido finalmente deslizou pelo meu corpo e se acomodou no chão como uma nuvem de seda e tule, fiquei ali parada apenas com a lingerie sexy que tinha sido escolhida pra mim: um conjunto de renda francesa delicado e elegante em tons de marfim.

Marco me olhou por um momento que pareceu eterno, seus olhos percorrendo meu corpo com uma intensidade que fez minha respiração acelerar.

— Você é linda — disse simplesmente, suas mãos vindo descansar na minha cintura.

Antes que eu pudesse responder, ele me girou, me puxou para mais perto e me beijou. Dessa vez não foi o beijo cuidadoso da cerimônia. Foi intenso, urgente, carregado de toda a tensão sexual que havia se acumulado entre nós ao longo do dia. Suas mãos exploraram as curvas do meu corpo através da renda, e eu me perdi na sensação familiar do seu toque.

Por alguns minutos, me permiti simplesmente sentir. O calor do seu corpo contra o meu, o sabor dos seus lábios, a forma como ele murmurava meu nome entre os beijos. Era fácil me deixar levar, fácil esquecer todas as complicações e incertezas que cercavam nossa situação.

Mas então, quando senti suas mãos se movendo para o fecho do meu sutiã, algo dentro de mim travou.

Me afastei abruptamente, ofegante, uma mão automaticamente indo para o peito como se quisesse me proteger.

— Eu... — comecei, tentando organizar os pensamentos confusos. — Não sei se quero fazer isso.

Marco parou imediatamente, suas mãos se afastando do meu corpo, mas permaneceu perto o suficiente para que eu pudesse sentir o calor irradiando dele.

— Não sabe? — perguntou, um sorriso travesso brincando nos seus lábios apesar da respiração ainda acelerada.

— Eu sei — corrigi rapidamente, sentindo o rubor subir pelas minhas bochechas. — Eu quero. Fisicamente eu quero muito, mas... não sei se me sinto confortável ainda.

A honestidade das palavras me surpreendeu. Era mais fácil admitir o desejo físico do que confrontar as questões emocionais mais complicadas.

Ri, um som que misturava nervosismo e autodepreciação.

— Sei que é ridículo. Já nos reviramos do avesso nas Maldivas, mas... éramos Apolo e Afrodite. Agora somos Marco e Maitê.

A diferença parecia enorme na minha mente. Nas Maldivas, éramos duas pessoas fugindo da realidade, brincando de ser outras pessoas. Aqui, éramos nós mesmos, com todas as expectativas e responsabilidades que vinham com nossos nomes verdadeiros.

— Tenho — respondi, mais confiante do que realmente me sentia.

Marco hesitou por mais alguns segundos antes de abandonar o sofá e se dirigir para a cama. Deslizamos sob as cobertas mantendo uma distância respeitosa, cada um ocupando seu lado da cama king size como se houvesse uma linha invisível nos separando.

Ficamos deitados no escuro, e tinha certeza de que ele estava tão acordado quanto eu. Podia sentir a tensão no seu corpo, a forma como sua respiração não tinha o ritmo regular do sono. O quarto estava silencioso exceto pelo som distante de grilos lá fora e o ocasional estalar da madeira da mansão antiga.

Encarei o teto, tentando não pensar no homem deitado ao meu lado. As perguntas giravam na minha mente sem encontrar respostas, criando um ciclo ansioso que me mantinha rigidamente acordada enquanto eu tentava imagina o que o futuro reservava pra mim.

Foi então que senti algo se mover ao meu lado. Os dedos de Marco se entrelaçaram cuidadosamente nos meus, um toque tão suave que quase pensei ter imaginado.

Fechei meus dedos ao redor da mão dele, apertando levemente para que soubesse que era bem-vindo. Seu polegar fez um movimento suave sobre minha pele, um gesto reconfortante que não pedia nada em troca.

Senti meus músculos relaxarem. A presença dele ao meu lado, a simplicidade daquele toque conectado, criou uma sensação de segurança que eu não esperava.

Meus pensamentos ansiosos começaram a diminuir, substituídos por uma quietude que vinha não de respostas encontradas, mas da aceitação de que algumas coisas poderiam permanecer incertas por enquanto.

O sono me pegou antes que eu pudesse me dar conta, levando-me suavemente enquanto ainda segurava a mão do homem que havia se tornado meu marido.