Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 397

~ VIVIANE ~

A tela do meu celular brilhava com dezenas de notificações enquanto tomava meu café da manhã em um canto discreto do pequeno café no centro de São Paulo. Cada perfil de fofoca, cada coluna social, cada blog de celebridades estava cobrindo a mesma história bombástica: o casamento relâmpago de Maitê Salvani com Marco Bellucci, um dos herdeiros de uma das famílias mais influentes e poderosas do mundo.

Rolei pelos posts obsessivamente, absorvendo cada detalhe sórdido, cada foto roubada por paparazzi, cada especulação maliciosa e venenosa dos comentários. Havia imagens da cerimônia realizada na propriedade da família na Serra Gaúcha, fotos da festa luxuosa nos jardins da mansão, close-ups do vestido elegante mas relativamente simples que Maitê usava. Ela sorria nas fotos como se fosse a mulher mais feliz do mundo.

— Bellucci... — murmurei para mim mesma, a palavra saindo como uma blasfêmia amarga na minha língua.

Como diabos era possível? Como aquela insignificante sem-graça havia conseguido não apenas escapar completamente das consequências de suas ações irresponsáveis, mas ainda por cima se casar com um dos solteiros mais cobiçados e inacessíveis do país? E tão rapidamente, como se fosse a coisa mais natural do mundo?

Na última notícia que tinha de Maitê, ela estava fugindo desesperadamente de uma clínica médica como uma criminosa. E agora, menos de uma semana depois, ela estava posando para fotos de casamento como uma princesa de conto de fadas, protegida pelo nome e pela influência de uma das famílias mais poderosas do mundo.

Era revoltante. Era injusto. Era impossível de entender.

Estava tão completamente absorta na leitura compulsiva das notícias que me assustei violentamente quando alguém arrastou bruscamente a cadeira de frente para mim na pequena mesa onde havia me refugiado. O som áspero do metal contra o piso do café ecoou como um tiro, fazendo-me sobressaltar e quase derrubar minha xícara.

Meu corpo inteiro se enrijeceu automaticamente, todos os músculos se contraindo como se esperasse mais uma explosão de raiva destrutiva, mais um momento de violência descontrolada. Meu rosto ainda carregava a marca vívida e humilhante do tapa que Dominic havia me dado - uma mancha roxa e amarelada que se espalhava desde a bochecha até a têmpora, que nenhuma quantidade de base ou corretivo conseguia esconder completamente.

Mas quando forcei meus olhos a se erguerem do celular, Dominic estava surpreendentemente calmo. Não havia aquela fúria assassina nos seus olhos escuros, nem aquela tensão perigosa e predatória que havia se tornado sua marca registrada nos últimos dias terríveis. Em vez disso, havia algo quase... satisfeito na sua expressão, como se tivesse acabado de receber uma notícia excelente.

— Já viu? — perguntou com voz controlada, acenando discretamente para o meu celular que ainda exibia as fotos do casamento de Maitê.

Concordei com a cabeça automaticamente, não confiando na minha voz para não soar trêmula e patética.

— Por que você não está furioso? — consegui perguntar finalmente, a curiosidade vencendo meu medo instintivo. Era literalmente a última reação que eu esperava dele diante daquela situação.

Dominic se recostou tranquilamente na cadeira, um sorriso frio e calculista brincando nos cantos da sua boca como se soubesse de algum segredo delicioso.