~ MARCO ~
O primeiro raio de sol que entrou pela janela do quarto me despertou antes do despertador, como sempre acontecia quando eu tinha algo importante para resolver. Era um hábito que desenvolvera ao longo dos anos trabalhando em fusos horários diferentes - meu corpo simplesmente sabia quando havia decisões importantes esperando por mim.
Maitê ainda dormia ao meu lado, a respiração calma e regular, os cabelos escuros espalhados pelo travesseiro como uma auréola sedosa. Havia algo quase mágico em vê-la assim. Durante o sono, todas as linhas de preocupação desapareciam do seu rosto, deixando apenas a beleza natural que sempre me impressionava.
Observei-a por alguns minutos, aproveitando a quietude do momento. Era estranho como, depois de apenas uma semana, acordar ao lado dela já parecia natural. Como se meu corpo tivesse se ajustado instintivamente à presença dela, como se fosse assim que sempre deveria ter sido.
Me levantei cuidadosamente para não acordá-la, os pés descalços fazendo o mínimo de ruído possível no piso de madeira. A manhã estava fresca, típica da Serra Gaúcha, e podia ouvir o som distante dos trabalhadores já começando suas atividades nos vinhedos. A vida na propriedade começava cedo, seguindo ritmos que datavam de gerações.
Desci até a cozinha da mansão, onde encontrei Carmem já em plena atividade, como sempre. Ela estava preparando o café da manhã matinal com a eficiência silenciosa e carinhosa de quem administrava aquela casa há décadas, conhecendo os hábitos e preferências de cada membro da família como se fossem seus próprios filhos.
— Bom dia, senhor Marco — ela disse com um sorriso caloroso que sempre conseguia me fazer sentir em casa, não importa quantos anos eu passasse longe. — Posso preparar algo especial para a senhora Maitê?
— Bom dia, Carmem — respondi, observando enquanto ela já começava a arrumar uma bandeja com o capricho maternal que sempre demonstrava. — Acho que vou levar o café da manhã para ela no quarto hoje.
— A primeira manhã como casados merece um tratamento especial — ela disse com aquele brilho nos olhos que sempre tinha quando falava sobre tradições familiares, como se cada ritual fosse sagrado e precioso.
Observei-a preparar a bandeja com cuidado meticuloso: café recém passado, pães frescos que ela mesma havia assado antes do amanhecer, geleias, manteiga cremosa, frutas cortadas em pedaços perfeitos. Tudo arrumado em louça fina.
Subi as escadas carregando a bandeja cuidadosamente, tentando não fazer barulho e acordar outros membros da família que ainda dormiam. Quando entrei no quarto, Maitê estava se espreguiçando lentamente, os olhos ainda sonolentos mas já demonstrando aquela vigilância instintiva que eu estava aprendendo a reconhecer. Era impressionante como ela conseguia passar de completamente relaxada para completamente alerta em questão de segundos, como se alguma parte dela nunca realmente baixasse a guarda.
— Bom dia, senhora Bellucci — disse, colocando a bandeja na mesa ao lado da cama e tentando não sorrir demais ao ver sua reação ao novo nome.
Ela sorriu, um rubor leve e adorável subindo pelas suas bochechas delicadas.
— Acho que vou demorar para me acostumar com isso — admitiu, se sentando na cama e puxando os lençóis para cobrir o decote da camisola de seda que usava.
— Tem tempo — respondi, me sentando na beira da cama ao lado dela, sentindo o colchão afundar ligeiramente com meu peso. — Aliás, falando em tempo... conversei com Christian nos últimos dias sobre algumas mudanças que precisamos fazer.
Maitê parou com a xícara de café a meio caminho da boca, seus olhos me encontrando com uma expressão de curiosidade misturada com apreensão.
— E se não for? — perguntou, sua voz ficando visivelmente menor e mais vulnerável. — Você vai abandoná-lo? Vai me abandonar? Como a gente fica, Marco?
A pergunta me atingiu como um soco direto no estômago. Não pela pergunta em si, mas pela forma como ela a fez - com uma vulnerabilidade crua que mostrava que ela realmente acreditava que eu poderia simplesmente descartá-la e ao bebê se descobrisse que ele não era biologicamente meu.
Coloquei a bandeja de lado e segurei o rosto dela entre minhas mãos, forçando-a a me olhar diretamente nos olhos.
— Maitê — disse com toda a convicção que consegui reunir, cada palavra carregada de significado —, você é minha esposa, agora e sempre. Estou disposto a fazer isso dar certo, não importa o que descobrirmos. Essa criança... ela é minha. Já é um Bellucci, seja de sangue ou apenas de coração. Nós só precisamos de uma confirmação para saber exatamente como essa guerra vai ser lutada.
Ela me encarou por alguns segundos que pareceram eternos, como se estivesse tentando ler a verdade absoluta nos meus olhos, procurando por algum sinal de hesitação ou mentira escondida. Seus olhos percorreram meu rosto como se estivesse memorizando cada detalhe, cada expressão.
Finalmente, seus ombros relaxaram ligeiramente, mas ainda havia uma tensão residual na forma como segurava os lençóis.
— A médica disse que não posso fazer o exame durante a gravidez — explicou em voz baixa, quase sussurrando. — Tenho que esperar a criança nascer. Por causa do descolamento de placenta que ela detectou no ultrassom. Isso te incomoda? Ter que esperar todos esses meses sem saber?
— Nem um pouco — respondi imediatamente, sem hesitação. — Como eu disse, só precisamos saber as armas certas que vamos precisar para lutar essa guerra contra Dominic. Mas independente de qualquer coisa, já sei muito bem o que quero da vida: você e essa criança.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...