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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 399

~ MAITÊ ~

As malas estavam arrumadas no hall principal da mansão, organizadas com a eficiência típica de Carmem, que havia insistido em preparar pessoalmente tudo que eu pudesse precisar nos primeiros dias na Itália.

— Podemos comprar qualquer coisa que precise lá — explicou Marco.

Era surreal ver minha vida condensada em apenas duas bagagens, como se todo meu passado coubesse naquele espaço limitado.

— Não vai ser para sempre — disse para Lívia pela décima vez enquanto caminhávamos pelos jardins da propriedade, aproveitando os últimos minutos juntas antes da partida. — Só até o bebê nascer e conseguirmos resolver toda essa confusão legal.

Lívia me olhou com aquela expressão que conhecia desde criança, a mesma que usava quando duvidava das minhas tentativas de minimizar situações complicadas.

— Maitê, você está falando de pelo menos sete meses — disse, parando próxima à fonte de pedra que decorava o centro do jardim. — E isso presumindo que tudo corra perfeitamente.

— Eu sei — admiti, sentindo um aperto no peito. — Mas você pode nos visitar quando quiser. Marco disse que seria até bom ter você lá por um tempo, que a Toscana é linda na primavera.

— A Toscana — ela repetiu, balançando a cabeça com uma mistura de admiração e preocupação. — Minha prima casou com um Bellucci e agora vai morar na Toscana. Se alguém me contasse isso três meses, eu teria rido.

Sorri, tentando aliviar a tensão do momento.

— É, eu tinha planos completamente diferentes... — as palavras saíram com um tom mais amargo do que eu pretendia.

Lívia me abraçou espontaneamente, um abraço apertado que carregava todas as preocupações que ela não estava verbalizando.

— Promete que vai me ligar assim que chegar? — sussurrou. — E que vai me contar se alguma coisa der errado?

— Prometo — murmurei contra seus cabelos, sentindo lágrimas queimando meus olhos.

Quando voltamos para a mansão, encontramos a família Bellucci reunida no hall, todos prontos para as despedidas finais. Giuseppe estava visivelmente emocionado, segurando uma pequena caixa de sapato antiga que claramente continha algo especial.

— Cara Maitê — disse, se aproximando de mim com passos cuidadosos — quero que leve isso com você.

Abriu a caixa, revelando um par de sapatinhos de bebê em couro macio, claramente antigos mas bem conservados. Eram pequenos e delicados, com pequenos botões dourados nas laterais.

— Eram do Marco quando era bebê — explicou, seus olhos brilhando. — Guardei todos esses anos. Agora que um novo pequeno Bellucci está a caminho...

Fiquei sem palavras por alguns segundos, tocada pela generosidade e pelo significado do gesto. Era algo simples, mas carregado de história familiar e esperança para o futuro.

— Grazie, Giuseppe — consegui dizer, segurando a caixa cuidadosamente.

— Para o nosso bambino — ele disse, beijando minha testa com ternura.

Assenti, embora meu estômago estivesse revirado de nervosismo. Não era apenas a viagem que me deixava ansiosa, mas toda a mudança que ela representava. Estava deixando para trás tudo que conhecia para construir uma vida completamente nova.

Caminhamos em direção ao carro que nos levaria ao aeroporto, seguidos por Carmem que carregava uma bolsa térmica com comidas para a viagem e por Giuseppe que insistiu em nos acompanhar.

— O piloto já confirmou que o plano de voo está aprovado — Marco disse, verificando o relógio. — Devemos chegar em Florença por volta das dez da manhã, horário local.

Era estranho como ele conseguia soar tão calmo e prático em um momento que para mim parecia tão carregado de emoção e incerteza.

Estávamos quase chegando ao carro quando ouvimos o som de veículos se aproximando pela estrada principal da propriedade.

Todos paramos instintivamente, olhando em direção ao portão da propriedade. O som ficou mais alto, mais próximo, até que finalmente pudemos ver os veículos emergirem através das árvores.

Dois carros pretos seguidos por uma viatura policial com as luzes piscando.

Senti meu coração parar completamente por um segundo antes de disparar em um ritmo descontrolado. Marco se posicionou instintivamente na minha frente, como se quisesse me proteger de qualquer coisa que viesse daqueles carros.

— O que diabos...? — Giuseppe murmurou, sua voz carregada de indignação e confusão.

A comitiva parou em frente à mansão com uma precisão quase militar. Policiais saíram das viaturas primeiro, seguidos por homens de terno que claramente não eram agentes da lei. E então, do segundo carro preto, saíram duas figuras que fizeram meu mundo inteiro tremer.

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