~POV Zoey~
O estacionamento estava quase vazio, o que me deu alguns minutos preciosos para respirar e tentar organizar meus pensamentos. Eduardo provavelmente já estava espalhando pelo evento que eu havia pedido demissão. Alguns minutos e meu celular começaria a vibrar com mensagens de Lisa e do restante da equipe, surpresos, confusos, talvez até decepcionados.
Mas antes que pudesse lidar com qualquer uma dessas consequências, tinha algo mais importante a fazer.
Dei meia-volta e entrei novamente no complexo, desta vez evitando o salão principal. Precisava encontrar Christian, e rapidamente.
Avistei Marco primeiro, coordenando alguns ajustes finais em um display interativo. Quando me viu, suas sobrancelhas se ergueram em surpresa.
— Zoey Aguilar. — Ele sorriu, polido mas distante. — Ouvi dizer que você teve uma... tarde interessante.
— As notícias voam. — Mantive meu tom neutro. — Preciso falar com Christian. É urgente.
Marco hesitou, claramente avaliando se deveria ajudar.
— Ele está em uma reunião rápida com a equipe técnica.
Agradeci com um aceno e me dirigi para onde Marco havia indicado. Christian estava de costas para mim, conversando com dois homens que gesticulavam em direção a um notebook aberto. Respirei fundo e dei alguns passos em sua direção.
— Christian?
Ele se virou, a surpresa evidente em seu rosto. Por um instante, algo mais passou por seus olhos – preocupação? alívio? – mas logo foi substituído pela máscara de CEO que eu conhecia bem.
— Zoey. — Ele se voltou para os técnicos. — Me deem um minuto, por favor.
Quando os homens se afastaram, Christian me conduziu para um canto ainda mais isolado, longe de ouvidos curiosos.
— Você está bem? — Ele perguntou, sua voz mais suave. — Soube do que aconteceu com Elise.
— Estou. — Descartei o assunto com um gesto. — Não é sobre isso que vim falar.
Ele esperou, atento.
— A Vale do Sol está planejando sabotar a apresentação da Bellucci amanhã. — Falei de uma vez, mantendo a voz baixa. — Algo sobre um contrato importante com importadores asiáticos que vocês estão disputando.
Os olhos de Christian se estreitaram.
—Tem certeza disso?
— Absoluta. — Engoli em seco, consciente de que estava possivelmente violando cláusulas de confidencialidade. — Tecnicamente, eu posso ser processada só por estar te contando isso. Mas não podia deixar acontecer.
— Por quê?
A pergunta me pegou desprevenida.
— Como assim, por quê?
— Por que você está me contando? — O olhar dele era intenso, inquisitivo. — Isso pode prejudicar sua carreira.
— Não tenho mais carreira na Vale do Sol. — Ergui o queixo, mantendo seu olhar. — Pedi demissão assim que Eduardo sugeriu que eu deveria participar da sabotagem.
Uma sombra passou pelo rosto de Christian.
— Eduardo Mendez. — O nome saiu quase como um rosnado. — Sempre suspeitei das táticas dele.
— Bem, você tinha razão sobre ele desde o início. — Olhei para os lados, nervosa. — Só fiquei sabendo hoje que ele só me contratou por causa da minha... conexão com você.
Christian assentiu lentamente.
Quando o evento do dia finalmente encerrou, dirigi até o hotel, um estabelecimento elegante a poucos quilômetros do complexo.
O lobby estava quase vazio quando entrei. E lá estava ela, parada perto da recepção, uma mala média ao seu lado, o celular grudado na orelha. Sua expressão passava de frustrada para desanimada enquanto falava.
— Entendo que a passagem continua válida para a data marcada, mas preciso verificar se há possibilidade de antecipar... — Ela suspirou. — Sim, eu sei que a taxa de remarcação é alta. Não, não tenho como arcar com esse valor agora... tudo bem. Manterei a reserva original então.
Ela desligou, claramente irritada, passando a mão pelo rosto em um gesto de exaustão.
Quando ela se virou, aconteceu tão rápido que nenhum de nós teve tempo de evitar. Colidimos, seu ombro batendo contra meu peito.
— Desculpe, eu... — Ela ergueu o olhar, seus olhos se arregalando ao me reconhecer. — Christian? O que você está fazendo aqui?
— Vim ver como você estava. — Mantive o tom casual, apesar da tensão óbvia entre nós. — Ouvi sem querer sua conversa. Algum problema com a passagem?
Ela suspirou novamente, a irritação ainda evidente.
— Nada demais. Só estava tentando antecipar meu voo, mas a taxa é praticamente o preço de uma passagem nova. — Ela olhou em volta, desconfortável. — E pelo visto, vou ter que encontrar outro lugar para ficar até sábado. A Vale do Sol cancelou minha reserva no momento em que pedi demissão.
— Posso ajudar de alguma forma?
Ela me lançou um olhar que misturava incredulidade e orgulho ferido.
— A menos que conheça algum hotel realmente barato por aqui, acho que não.
Hesitei por um momento, considerando o que estava prestes a sugerir. Era provavelmente uma má ideia. Definitivamente complicaria as coisas. Mas a ideia de Zoey sem ter para onde ir, especialmente depois de ter sido honesta comigo sobre a sabotagem, era insuportável.
— Você pode ficar na mansão.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
O que mais me surpreende, é o fato dela subestimar o velho que viu o Christian crescer, não era óbvio que ele entendia os sentimentos do neto??...
Aiai , qdo sai novo capítulo, ansiosa por ler...
Aguardando ansiosamente as próximas páginas...
Não sei como conseguir moedas. Alguém pode me explicar?...
Pq está dando erro nos capítulos 346, 347 e 348?...
Affs santa paciência, além de demorar disponibilizar os capítulos ainda some as moedas que tinha . Affs. Livro é bom , mas a paciência já deu ....
Um porre não poder ler tudo de uma vez!...
O livro é composto de 2 histórias, a primeira acaba no capítulo 193. O segundo livro é sobre Anne, que vai morar em Londres....
Ué! E cadê o capítulo 85?...
Concordo, adorando esta estória, uma pena os capítulos serem bloqueados, deveríamos pagar e desbloquear todos os capítulos. Só não desisti de ler pq é mto envolvente, adorei......