Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 402

~ MARCO ~

Depois da conversa no escritório, sabia que precisava falar com Maitê. Ela merecia saber a verdade sobre nossa situação, por mais difícil que fosse. O peso dessa conversa me acompanhou enquanto caminhava pelos corredores da mansão, cada passo me lembrando de como nossos planos haviam mudado drasticamente em questão de horas.

Ainda esta manhã estávamos nos preparando para partir para a Itália, para começar uma nova vida juntos longe de toda essa confusão. Agora, eu estava indo contar para minha esposa que ela provavelmente seria forçada a ir embora com pessoas que a estavam usando como peça em um jogo sujo que eu mal conseguia compreender completamente.

Encontrei-a no quarto que havia sido dela antes do casamento, sentada na poltrona próxima à janela com Lívia ao seu lado. As duas estavam conversando em voz baixa, mas havia uma tensão no ar que podia ser sentida mesmo do corredor. Maitê tinha aquela postura rígida que eu estava aprendendo a reconhecer como sinal de que ela estava se preparando mentalmente para más notícias.

Pude ver que Maitê havia estado chorando - seus olhos estavam ligeiramente vermelhos, embora ela estivesse claramente tentando manter a compostura.

Quando entrei, Lívia imediatamente se levantou:

— Vou deixar vocês conversarem — disse simplesmente, mas não antes de apertar o ombro de Maitê em um gesto de apoio silencioso.

Maitê nem esperou Lívia sair completamente do quarto antes de falar, como se as palavras estivessem queimando sua garganta e precisassem ser ditas imediatamente.

— Eu vou ter que ir com eles, não vou? — perguntou, sua voz saindo mais calma do que eu esperava, mas com uma resignação que me partiu o coração.

— Como você sabe? — perguntei, embora já suspeitasse da resposta e admirasse sua capacidade de ler nas entrelinhas.

Um pequeno sorriso triste brincou nos cantos da sua boca, uma expressão que misturava afeição e melancolia.

— Você é bem transparente às vezes — disse. — Especialmente quando está tentando me proteger. Fica com aquela expressão de quem está carregando o peso do mundo nos ombros.

Caminhei até ela e segurei sua mão, sentindo como seus dedos estavam frios apesar do calor do dia. Sentei-me ao seu lado.

— Vai ser só temporário — disse, tentando colocar mais convicção na voz do que realmente sentia. — Christian e eu já estamos revirando a vida de Dominic de ponta a cabeça. Temos investigadores particulares sendo mobilizados, contatos sendo acionados. Vamos encontrar algo que prove que toda essa documentação é falsa.

Maitê ficou em silêncio por alguns segundos, olhando para nossas mãos entrelaçadas como se estivesse memorizando o momento.

— Ele não vai ceder facilmente — murmurou finalmente. — Tem muito a perder.

Havia algo na forma como ela disse isso, uma certeza que ia além do que ela havia me contado anteriormente, que me fez perceber que havia camadas na situação que eu ainda não conhecia completamente.

— Você sabe mais do que me contou nas Maldivas, não sabe? — perguntei, me virando para encará-la diretamente, tentando ler em seus olhos todos os segredos que ela ainda carregava.

— Então é isso — disse com resignação que me quebrou por dentro. — Acho que não vou mais para a Itália. Não vou conhecer a propriedade dos seus pais, não vou ver Florença, não vou começar nossa vida nova.

— Vai ser no máximo uma semana — garanti, embora não tivesse certeza absoluta se era verdade. — Uma semana e você vai estar de volta aqui. Ou melhor ainda, vai estar em Florença comigo, longe de toda essa confusão.

Maitê ficou em silêncio por um longo momento, processando tudo que havíamos discutido, pesando suas opções limitadas. Quando falou novamente, sua voz estava mais firme, carregada de uma determinação que me encheu de orgulho.

— Promete que não vai parar de lutar por mim? — perguntou, me encarando com uma intensidade que me fez perceber o quanto ela precisava ouvir essa promessa, o quanto dependia dela para manter sua própria força.

— Só se você prometer que não vai parar de lutar — respondi, apertando sua mão entre as minhas.

Um sorriso genuíno iluminou seu rosto como um raio de sol atravessando nuvens escuras.

— Prometo.

— Não vou parar de lutar nem por você — disse, puxando-a para mais perto — nem pelo nosso filho.