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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 406

~ MARCO ~

Quando nos viramos, uma mulher estava parada ali, apoiada casualmente contra uma coluna próxima. Não a conhecia, mas havia algo na sua postura que me fez ficar imediatamente alerta. Ela usava um vestido ajustado, maquiagem impecável apesar do calor da tarde de São Paulo, e um sorriso que não chegava aos olhos.

Seus olhos me avaliaram de cima a baixo de uma forma calculada, como se eu fosse um objeto em uma vitrine que ela estava considerando comprar. A sensação me fez querer dar um passo atrás.

— Marco Bellucci — disse, como se estivesse experimentando meu nome na língua, saboreando cada sílaba. — Finalmente nos conhecemos pessoalmente.

— E você é quem? — perguntei, mantendo minha voz neutra mas sentindo uma tensão crescente no ar.

— Viviane — ela respondeu, estendendo uma mão em direção à minha.

O nome me atingiu como um soco. Viviane. A suposta melhor amiga de Maitê. A mulher que, segundo Maitê, havia sido cúmplice de Dominic em todo o esquema de manipulação. E agora ela estava aqui, sorrindo para mim como se fôssemos velhos conhecidos.

Não apertei sua mão.

— O que você está fazendo aqui? — Lívia perguntou com uma voz gelada que cortou o ar.

— Visitando a Maitê, é claro — Viviane respondeu com aquela falsa inocência que provavelmente funcionava com pessoas menos espertas. — Diferente de vocês, eu posso entrar e vê-la sempre que quiser.

A provocação era óbvia e dolorosamente eficaz. Senti minha mandíbula se contrair automaticamente.

— Como assim você pode entrar? — perguntei, lutando para manter minha voz controlada quando cada instinto gritava para confrontá-la mais agressivamente.

Viviane deu alguns passos calculados na nossa direção, um movimento que pareceu coreografado para chamar atenção para sua figura. Havia algo predatório na forma como se movia, como uma cobra se aproximando de sua presa.

— Bem, eu sou a melhor amiga dela — disse, como se fosse a explicação mais óbvia do mundo. — Estou ajudando a mantê-la calma durante esse período tão difícil para todos nós. É claro que a administração me deixaria entrar para apoiá-la em um momento como este.

A forma como ela falava, como se realmente se importasse com Maitê, me deixou nauseado. Lívia e eu trocamos um olhar carregado de entendimento mútuo. Era exatamente isso - eles estavam bloqueando deliberadamente as pessoas que realmente se importavam com Maitê, permitindo acesso apenas àqueles que faziam parte do esquema de controle e manipulação.

— E como ela está? — Lívia perguntou, tentando manter a voz casual enquanto claramente tentava extrair o máximo de informações possível.

— Oh, querida — Viviane suspirou dramaticamente, levando uma mão ao peito em um gesto teatral de preocupação —, ela está tão mal. Completamente fora de si, sabe? Tendo alucinações terríveis, falando coisas completamente sem sentido. Os médicos precisaram aumentar significativamente a medicação para mantê-la minimamente estável.

Cada palavra era como uma punhalada direta no meu coração. Saber que Maitê estava sendo drogada contra sua vontade, que estava sofrendo enquanto eu ficava do lado de fora sem poder fazer absolutamente nada para protegê-la, me fazia querer quebrar alguma coisa.

Ela mordeu os lábios de forma que claramente pretendia ser sedutora, e eu senti meu estômago revirar de nojo.

— Se ficar muito sozinho durante essas longas noites de espera... você sempre pode me procurar.

A sugestão era tão descarada, tão completamente inapropriada considerando as circunstâncias, que por um momento fiquei literalmente sem palavras. Essa mulher estava flertando descaradamente comigo enquanto minha esposa estava sendo drogada contra sua vontade a poucos metros de distância? O nível de psicopatia necessário para esse tipo de comportamento era assustador.

— Não, obrigado — consegui dizer, minha voz saindo mais fria que o gelo siberiano.

Viviane deu de ombros com uma elegância estudada, como se fosse apenas uma oferta casual de jantar que havia sido educadamente recusada.

— A oferta fica permanentemente em pé — disse, começando a se afastar com passos medidos. — Quando você finalmente cansar de lutar por alguém que provavelmente nem se lembra mais do seu nome, você sabe onde me encontrar.

E com isso, rebolando exageradamente como se soubesse que estávamos observando e quisesse nos dar um último show de sua total falta de classe.

Lívia se virou para mim assim que Viviane desapareceu completamente de vista, seus olhos brilhando com uma mistura de fúria absoluta e desespero crescente.

— Vão destruí-la se a gente não agir logo!

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