Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 457

~ MAITÊ ~

A euforia da competição ainda corria nas minhas veias enquanto caminhava de volta para nossa cabana. Havíamos conseguido completar o escape room em uma hora e oito minutos, um tempo que parecia respeitável considerando a complexidade dos desafios. Independente do resultado final, estávamos prestes a deixar esse acampamento e voltar para casa, e essa perspectiva me enchia de um alívio profundo.

Finalmente poderia sair desse ambiente gelado e estressante, longe das sabotagens constantes da Vivianne e da tensão de estar sempre olhando por cima do ombro. Poderia voltar para a segurança do nosso apartamento, onde o maior perigo que eu poderia enfrentar era brigar com o pote de conserva que se recusava teimosamente a abrir, como se fosse uma caixa-forte protegendo os segredos do universo ao invés de simplesmente azeitonas.

Mas mesmo enquanto me permitia sentir essa alegria pela libertação iminente, uma preocupação sombria pesava no fundo da minha mente. Como eu conseguiria voltar a viver na mesma casa que Marco depois do que havia ouvido? Como poderia fingir normalidade, dividir refeições, dormir na mesma cama, quando sabia que ele não aguentava mais nossa situação?

A ideia de ter que representar o papel da esposa feliz quando ele secretamente desejava estar livre de mim era quase insuportável. Precisaria encontrar uma forma de criar distância emocional, de me proteger psicologicamente, até que pudéssemos encontrar uma solução que funcionasse para ambos.

Talvez eu devesse sugerir quartos separados. Poderia alegar desconforto da gravidez, necessidade de espaço para descansar adequadamente. Seria uma forma de dar a ele o espaço que claramente queria, sem que precisássemos ter conversas dolorosas sobre o estado real do nosso casamento.

Cheguei à cabana e me joguei na cama, deixando que a exaustão física e emocional do dia finalmente me atingisse. Por alguns minutos, permiti que a felicidade pelo fim da competição mascarasse a dor no meu peito. Logo estaríamos longe daqui, e eu poderia começar a processar tudo isso melhor.

Escutei passos se aproximando da porta e rapidamente me levantei, organizando as roupas que precisaria para o anúncio final. Quando Marco entrou na cabana, consegui manter uma expressão neutra, mas meu coração disparou automaticamente.

— Vou tomar um banho rápido — anunciei imediatamente, me dirigindo para o banheiro antes que ele tivesse chance de iniciar qualquer conversa.

— Maitê... — ele começou, mas eu já estava fechando a porta atrás de mim.

Mesmo rapidamente, pude ver que ele parecia genuinamente preocupado com alguma coisa. Havia uma tensão em sua postura, uma urgência em sua voz que sugeria que queria discutir algo importante. Mas eu não podia. Simplesmente não podia enfrentar uma conversa séria com ele agora.

Estava sensível demais, vulnerável demais. Sabia que se ele começasse a falar sobre nosso relacionamento, sobre suas preocupações, sobre qualquer coisa relacionada ao nosso futuro, eu acabaria caindo em lágrimas. E não queria dar a Marco o gostinho de saber que eu realmente havia me apaixonado por ele, que descobrir que ele não estava na mesma página que eu me machucava profundamente.

Seria humilhante demais. Ele já carregava o peso de um casamento que não havia escolhido verdadeiramente; não precisava também carregar a culpa de ter quebrado meu coração inadvertidamente.

Liguei o chuveiro e me permiti ficar ali mais tempo que o necessário, deixando a água quente aliviar a tensão dos meus músculos. Era um alívio temporário, uma pausa na realidade que eu sabia que não podia durar para sempre, mas por enquanto era o que eu tinha.

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