Antônio Bellucci estava parado a poucos passos de mim, sua figura elegante destacando-se entre os convidados. Com um sorriso calculado que não alcançava seus olhos, ele estendeu um dos dois copos de champanhe que segurava em minha direção.
— Uma mulher como você não deveria estar sozinha em uma festa como esta — comentou ele, sua voz suave como veludo, mas com uma nota que me fez sentir um arrepio desconfortável na espinha.
— Obrigada, mas prefiro água esta noite — recusei educadamente, erguendo minha taça quase vazia.
— Não está bebendo? — Seu olhar percorreu meu corpo lentamente, detendo-se por tempo demais em áreas específicas antes de retornar ao meu rosto. — Interessante.
Havia algo na forma como ele disse aquela simples palavra que me fez sentir como se estivesse nua.
— Apenas não estou com vontade — respondi, mantendo minha voz firme apesar do desconforto crescente.
— Christian sempre teve sorte — comentou Antônio, ignorando completamente minha resposta e dando um passo mais próximo. — Mesmo suas decisões mais... precipitadas parecem funcionar a seu favor.
— Não considero nosso casamento precipitado — menti, dando instintivamente um pequeno passo para trás. — Foi exatamente no momento certo.
O sorriso de Antônio se alargou, revelando dentes perfeitamente brancos e alinhados.
— Claro que sim. — Ele tomou um gole do champanhe, seus olhos nunca deixando os meus. — Sabe, não pude deixar de notar como você transformou completamente meu primo. Ele parece mais... relaxado. Você deve ter talentos especiais.
A insinuação era impossível de ignorar, mas decidi não dar a ele a satisfação de me ver desconfortável.
— Christian é um homem extraordinário — respondi com uma calma que não sentia. — Talvez você simplesmente não o conhecesse tão bem quanto pensava.
Antônio riu, um som baixo e controlado que não expressava humor genuíno.
— Crescemos juntos, Zoey. — A familiaridade com que usou meu nome me irritou. — Conheço Christian melhor do que a maioria. Seus pontos fortes, suas fraquezas... suas ambições.
— Então deve saber que ele é um homem de integridade — retruquei, segurando a taça de água com mais força. — Algo raro nos dias de hoje.
— Integridade. — Antônio saboreou a palavra como se fosse o champanhe em sua taça. — É assim que se chama agora? Casar-se de repente com uma completa desconhecida logo quando nosso avô fica à beira da morte? Muito... conveniente.
Senti meu coração acelerar.
— Nosso relacionamento não é da sua conta — respondi, minha voz mais fria agora.
Ele inclinou levemente a cabeça, como em reconhecimento ao golpe.
— Mas você deve admitir que foi tudo muito rápido. Da desconhecida à Sra. Bellucci em, quanto? Algumas semanas?
— Às vezes, você simplesmente sabe. — Forcei um sorriso. — Quando é certo, é certo.
— Certamente. — Seu olhar deslizou pelo meu corpo novamente, descaradamente avaliativo. — E Christian sempre soube escolher bem. Primeiro Francesca, agora você. Ele tem um gosto... consistente.
A menção de Francesca foi como um soco no estômago. Tentei não demonstrar reação, mas algo deve ter passado pelo meu rosto, porque o sorriso de Antônio se alargou.
— Oh, vocês já discutiram sobre ela? Fascinante. — Ele deu outro passo em minha direção, invadindo meu espaço pessoal deliberadamente. — Sabe, Francesca e eu sempre tivemos uma... compreensão mútua. Ela me conta tudo. Absolutamente tudo.
O tom insinuava que havia muito mais na história do que eu sabia. Senti um calafrio, mas mantive a compostura.
— Se você está tentando me deixar insegura, Antônio, está perdendo seu tempo. O passado de Christian é exatamente isso — minha voz estava firme apesar da náusea que começava a se formar — passado.
Antes que pudesse formular uma resposta, uma voz familiar interrompeu o momento.
— Com licença, senhora. — A voz educada de Carmem, a governanta, soou ao meu lado. — O senhor Bellucci está procurando pela senhora. Ele pediu que a encontrasse urgentemente na biblioteca.
Senti um alívio imediato percorrer meu corpo.
— Obrigada, Carmem. — Voltei-me para Antônio com um sorriso educado, mas distante. — Se me der licença, Antônio. Meu marido precisa de mim.
Antônio recuou com um movimento fluido, sua expressão inalterada, mas algo em seus olhos indicava frustração.
— Certamente. Não devemos fazer Christian esperar. — Ele fez um gesto leve com a taça. — Continuaremos nossa conversa em outra oportunidade. Tenho muitas... histórias interessantes para compartilhar.
Virei-me e segui Carmem, que manteve um passo rápido e eficiente até virarmos em um corredor lateral, afastando-nos do salão principal.
— Na verdade, senhora, o senhor Bellucci não está na biblioteca — confessou ela, parando e ajustando nervosamente o uniforme. — Ele ainda está com os investidores no salão. Apenas achei que a senhora poderia precisar de... uma saída.
Olhei para a governanta com surpresa. Seu rosto geralmente impassível mostrava uma expressão de ligeira preocupação.
— Carmem, isso foi... — Não encontrei palavras por um momento. — Muito atencioso da sua parte.
— Trabalho nesta casa há trinta anos, senhora. — Ela endireitou a postura, como se para justificar sua ação. — Reconheço quando um convidado está sendo... inapropriado.
Sorri, genuinamente tocada.
— O senhor Antônio sempre foi assim. Desde jovem. — Ela olhou para os lados, como se verificando se estávamos realmente sozinhas, e então acrescentou em voz baixa: — A senhora não ouviu isso de mim, mas deveria ficar atenta. Ele sempre desejou tudo o que era do senhor Christian. E não estou falando apenas da herança aqui.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...