~ Christian ~
Tentei manter uma expressão neutra enquanto ouvia o interminável monólogo do investidor japonês sobre taxas de exportação e regulamentações aduaneiras. Em circunstâncias normais, esse tipo de conversa teria toda a minha atenção – afinal, a expansão para o mercado asiático era um dos pilares do meu plano para a Bellucci. Mas meus olhos não paravam de vasculhar o salão, procurando o vestido bordô de Zoey.
— Então, Sr. Bellucci, o que acha da nossa proposta sobre os portos alternativos? — perguntou Tanaka, o mais velho dos investidores.
Forcei minha mente a voltar para a conversa.
— É uma sugestão interessante. Podemos explorar melhor os detalhes amanhã, na reunião formal. — Sorri educadamente, esperando que minha resposta genérica fosse suficiente.
Por sorte, Tanaka pareceu satisfeito, assentindo solenemente antes de tomar um gole de seu whisky. Aproveitei a pausa para escanear o salão novamente.
Finalmente a avistei, perto de uma das janelas. Não estava sozinha. Antônio gesticulava animadamente enquanto falava, seu corpo inclinado em direção a ela de uma forma que, mesmo à distância, parecia invasiva. A linguagem corporal de Zoey era claramente defensiva – ombros tensos, postura rígida, aquele leve franzir de sobrancelhas que eu já havia aprendido a reconhecer como sinal de desconforto.
Uma onda de irritação percorreu meu corpo. Antônio sempre teve dificuldade em respeitar limites, especialmente quando se tratava de mulheres bonitas. O fato de Zoey ser minha esposa provavelmente tornava a situação ainda mais tentadora para ele.
— Sr. Bellucci, está tudo bem? — perguntou Yamamoto, o mais jovem dos investidores, notando minha distração.
— Perfeitamente. — Ajeitei a gravata, um gesto que havia desenvolvido para ganhar tempo quando precisava organizar meus pensamentos. — Apenas observando como o evento está fluindo. Primeira grande recepção de Zoey como anfitriã.
Tanaka sorriu, virando-se para observar o salão.
— Sua esposa é encantadora. Jovem, mas com uma presença notável.
— Sim, ela é. — Minha resposta foi automática, mas sincera.
Quando voltei a olhar na direção em que Zoey estava, ela havia desaparecido, deixando Antônio ligeiramente irritada.
— Se me derem licença, cavalheiros. — Inclinei a cabeça em um pedido de desculpas. — Há um assunto que preciso verificar rapidamente.
— Marco — chamei, aproximando-me. — Viu Zoey?
— Ela estava com Carmem há pouco. — Ele deu de ombros, servindo-se de mais uma dose de whisky. — Acho que ela não estava se sentindo bem. Talvez tenha se retirado.
Franzi o cenho, preocupado. Zoey não era do tipo que abandonaria um evento sem se despedir, a menos que estivesse realmente mal.
— Vou procurá-la.
— Quer que eu assuma as despedidas? — ofereceu Marco, surpreendendo-me com a prontidão.
— Seria útil. — Assenti, grato. — Apenas certifique-se de que Nonno não se exceda. Ele deveria ter ido para a cama há horas.
Marco ergueu o copo em um brinde silencioso.
— Pode deixar. Vai lá ver como ela está.
Zoey estava ajoelhada em frente ao vaso, o rosto pálido e os cabelos desgrenhados.
— Eu estou... — ela começou, mas outra onda de náusea a interrompeu, fazendo-a se curvar sobre o vaso novamente.
Aproximei-me, segurando seus cabelos para trás e acariciando suas costas em círculos lentos. Ela tremia levemente, uma fina camada de suor cobrindo sua testa.
— Vou chamar um médico — ofereci quando os espasmos finalmente pareceram cessar.
— Não é necessário — murmurou ela, aceitando a toalha úmida que lhe ofereci. — Deve ser apenas um mal-estar passageiro. Ou algo que comi.
Olhei ao redor, procurando um copo para lhe dar água, quando meus olhos captaram algo na bancada do banheiro. Algo pequeno e retangular, com instruções impressas em letras minúsculas.
Um teste de gravidez.
Meu mundo pareceu congelar por um instante. Um teste de gravidez. Fechado, ainda não utilizado – mas sua mera presença ali era como um terremoto silencioso, redesenhando completamente o terreno sob meus pés.
Zoey seguiu meu olhar, seus olhos se arregalando ligeiramente ao perceber o que eu havia visto.
— Christian, eu...
Mas eu não conseguia desviar o olhar daquela pequena caixa. Tão pequena. Tão monumental.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...