Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 100

Cap: 99 Por que ela está do meu lado?

Ela estava encolhida ao meu lado, como se tivesse se esquecido de ir embora… ou como se tivesse voltado sem nem perceber. Dormia profundamente. A respiração serena, os lábios entreabertos.

Eu não consegui me mover.

Fiquei ali, imóvel, olhando. Confuso. Perdido. Ela invadiu meu quarto mais uma vez? Ela está louca? Pensei em acordá-la, mas a realidade veio como um choque. Olhei ao redor, focando nos detalhes ao meu redor, e arregalei os olhos.

Aquele não era o meu quarto.

Eu tinha invadido o quarto dela. E como ela não acordou com alguém a abraçando de forma tão íntima? Me afastei um pouco sem conseguir tirar meu braço de debaixo dela.

O lençol mal cobria seu corpo. Meu braço a envolvia com uma naturalidade que me deixou sem ar, como se sempre tivesse feito aquilo, como se o corpo dela pertencesse àquele espaço… ao espaço que, até então, eu pensava ser só meu.

Meus olhos desceram, seguindo a linha de suas pernas expostas sob a luz tímida da manhã. Um arrepio atravessou meus ombros — não de frio. Era desconforto. Era confusão. Era… reconhecimento. Usava uma camisola tão curta que deixava à mostra praticamente toda a extensão das pernas e, além, me permitia ver a curva de seu quadril e sua peça íntima. E o lençol mal cobria suas costas nuas. Era sensual sem esforço. Natural. Intoleravelmente linda.

Por um instante, desejei estar sonhando. Praguejei mentalmente, apertando os olhos com força, implorando para acordar em algum lugar onde aquilo não estivesse acontecendo. Mas não era um sonho.

Ela se mexeu levemente, soltando um suspiro. Meus músculos se tensionaram, a mandíbula travada, lutando contra a imagem dela dormindo ali, tão entregue. Tão errada e, ao mesmo tempo, absurdamente certa.

Mas era real.

Por um momento, não consegui me mover. Só fiquei ali, olhando para ela como um homem perdido no deserto encontra água.

Mas a água era doce demais. E perigosa demais.

A garganta apertou, seca. Cada célula parecia reconhecer a presença dela, como se já a tivesse tocado antes, mesmo que minha mente gritasse que não podia. Não devia.

Mas eu queria. De um jeito visceral.

Afastei-a com o maior cuidado do mundo, como se o toque pudesse desfazer a imagem que, por algum milagre, estava viva na minha cama. Ela se virou, sonolenta, mas não acordou. Meus dedos estremeceram ao soltar o lençol e me levantar.

Saí do quarto como um ladrão. Atordoado. Desnorteado. Cada passo era um golpe contra minha sanidade.

O que diabos está acontecendo comigo?

Fui direto atrás de alguns seres trapaceiros que vivem na minha casa. Com certeza eles sabem algo, mas estão escondendo de mim. Não me lembro de jeito nenhum de como fui parar no quarto da Aurora, mas algo me diz que ela não é sonâmbula. Afinal, eu já teria descoberto pelos meses que está em minha casa.

Encontrei! Eles estavam na cozinha tomando café: Donovan. Jacy. Rodrigo.

Eles estavam conversando sobre algo na sala de monitoramento quando entrei, transtornado.

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