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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 99

Cap: 98 acusada de assédio.

— Aurora... o que você estava pensando em fazer? — Andrews perguntou, incrédulo, apontando o dedo para ela como se fosse a criminosa da história. — Você?!

— Não é o que você está pensando! — ela ergueu as mãos instintivamente, apertando o robe contra o corpo como se aquilo pudesse protegê-la da vergonha. Estava exposta em todos os sentidos — de corpo, de alma, de desculpas.

— Aurora... você fez algo comigo?

— Não! — respondeu de imediato, balançando a cabeça com força. — Claro que não!

Mas nem ela mesma sabia exatamente o que havia acontecido ali. Como explicar que, no fundo, havia acabado de entregar que não era sonâmbula? Como justificar aquela situação sem parecer ainda mais culpada?

Ele se aproximou devagar. Os olhos cravados nela queimavam como uma lâmina morna, carregados de dúvida, choque... e algo mais. Curiosidade? Um resquício do que ele sentira enquanto ainda dormia?

Seus dedos tocaram devagar a gola do roupão dela. E, com um gesto lento, ele puxou o tecido apenas o suficiente para revelar o começo do decote.

— Você está sem... nada por baixo? — murmurou, a voz rouca, tensa, como se cada palavra pesasse. — O que, exatamente, você achou que estava fazendo entrando no meu quarto assim?

Foi demais.

O rosto de Aurora pegou fogo. Antes que ele dissesse qualquer outra coisa, ela recuou num impulso, puxando o robe contra o peito como se fosse sua única defesa, e saiu correndo do quarto, o coração disparado, como se pudesse fugir da própria vergonha.

Ouviu ele chamá-la atrás, mas já estava no corredor, cada passo afastando-a daquela cena que gostaria de apagar da existência.

Naquela noite, dormiu trancada no próprio quarto, o rosto enfiado no travesseiro, como se pudesse esconder de si mesma a memória do que havia acontecido.

Na manhã seguinte, permaneceu imóvel quando ouviu passos do lado de fora. Jacy bateu suavemente na porta, avisando que Andrews já tinha saído para a empresa.

Graças a Deus.

Aurora esperou mais um pouco antes de se levantar. Trocou de roupa devagar, em silêncio, e desceu com passos leves, pegando carona com o motorista da mansão até a empresa. Evitar Andrews era sua prioridade. A última coisa que queria era encarar aqueles olhos de novo.

Ou lembrar da vergonha miserável que havia passado.

O que ele devia estar pensando? Que ela entrou ali para se despir? Que estava tentando seduzi-lo? Ou pior... que ia aproveitar-se dele dormindo?

Ela quase riu — amarga e furiosa.

Pensava: Talvez devesse jogar na cara dele que quem andava tentando violá-la era ele. Sonâmbulo. Se ele tentasse qualquer uma daquelas coisas acordado, ela o apagaria com um golpe só — assim pensava em meio à fúria.

Independente do tamanho dele.

A voz rouca. Baixa. Fraca. Mas real.

Ela engoliu em seco, acariciou de leve os cabelos dele e, com paciência, o conduziu de volta ao quarto dele. Ainda que quisesse afastá-lo, não conseguia deixá-lo ali, perdido. Jogou a coberta sobre o corpo dele e se manteve próxima, o observando. E, antes de sair, ele a puxou de volta e a beijou.

Foi um beijo profundo, lento, cheio de uma intimidade que não era nova. Aurora respondeu, como se seu corpo já soubesse o ritmo. Mas seus olhos estavam tristes. Ela queria que ele se lembrasse.

— Eu sinto muito... não quero construir memórias sozinha — disse, interrompendo o beijo com mágoa, fechando os punhos, determinada a despertá-lo à força.

— Eu juro que vou te acordar com um soco!

Mas não fez isso. Só ficou ali, olhando para ele por um momento, antes de virar as costas e voltar ao seu quarto, frustrada.

Quando o primeiro raio de sol atravessou a cortina do quarto de Andrews, ele abriu os olhos lentamente.

Por um instante, tudo parecia calmo. Havia calor em seus braços.

Algo macio, suave... vivo.

— Aurora... — ele suspirou, sentindo o perfume vindo de seus fios.

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