Cap. 105 Aurora golpeia Andrews.
Meu mundo parou. Meus pulmões travaram, como se o ar tivesse desaparecido do quarto.
— O quê…? — murmurei, paralisada, a alma se fragmentando.
— Eu descobri há dois dias que isso estava acontecendo. Por que apenas aceitou? — ele perguntou com calma, enquanto eu ainda estava petrificada sobre a cama.
E então, o choque explodiu dentro de mim com a força de uma tempestade. O medo, a vergonha… me atingiram todos de uma vez, numa onda avassaladora. Sem pensar, reagi. Meus braços se moveram por impulso e acertei ele com força no peito, bem no momento em que ele tentava se afastar. O golpe o pegou de surpresa. Andrews tropeçou, cambaleando, e… caiu da cama de vez. O som da cabeça dele batendo contra a mesa e no chão foi seco. Cruel. Insuportável.
— ANDREWS?! — me levantei num pulo, tomada pelo pânico, o coração disparando em desespero.
Ele não se mexia.
— Não… não, não, não… — sussurrei, ajoelhando ao lado dele com as mãos trêmulas. — Me responde... por favor... Andrews…
As lágrimas começaram a cair antes mesmo que eu percebesse.
— ANDREWS!!
— O que está acontecendo aqui?! — a voz de Rodrigo explodiu na porta, e ele entrou com os olhos arregalados, travando ao me ver ajoelhada, em pânico, ao lado do corpo caído.
— Aurora?!
— Eu... eu matei ele! — gritei, entre soluços, a voz embargada de desespero. — Eu juro que não foi de propósito! Ele caiu da cama! Ele caiu e... — minha voz falhou, afogada em lágrimas. — Ele não se mexe, Rodrigo… ele não se mexe!
Rodrigo correu até nós, se ajoelhou ao lado de Andrews e imediatamente checou o pulso dele.
— Ele está vivo — disse, firme, tentando me ancorar. — Mas desmaiado. Aurora, olha pra mim.
Ele segurou meu rosto entre as mãos, seus olhos fixos nos meus como se tentasse me puxar de volta do abismo.
— Está dizendo que estava tudo sendo gravado?
— Nós não vimos nada! — ele jurou, tentando se defender.
— Não viram?
— Nós não. Mas ele viu tudo que aconteceu dentro de todos os quartos. Afinal, ele tinha instalado câmeras em quase tudo por causa de uma situação.
— Por que vocês não me contaram nada? — resmunguei, batendo o pé com raiva.
— Bom... não precisamos. Agora... vamos esperar a reação dele amanhã. Além da sua, quanto a tudo isso. Espero que vocês possam se acertar, sabe... espero realmente. Não acha? — ele perguntou, sorrindo de forma apreensiva. Em seguida, se retirou para seu quarto, assim como os outros. E eu fiquei sozinha ali, perdida em meus pensamentos.
— Nos acertar? Será que seria possível? Naquele momento, não estou considerando mais nada. — murmurei para mim mesma, entrando no quarto dele. Puxei uma das poltronas e me sentei ali, o observando dormir, com uma marca na lateral da cabeça. Céus... como ele vai reagir amanhã? Sabendo como ele tem um gênio diabólico, fico pensando em como ele pode ficar irritado por eu ter atacado ele assim.
Não sei. Mas, essa noite, eu não vou me afastar daqui até que ele acorde… e eu enfrente qual será sua reação.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.