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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 108

Cap. 107: Resolvidos.

Me assustei de verdade quando ele me jogou na cama daquela forma bruta e, de repente, estava por cima do meu corpo. Prendi a respiração com seu peso, enquanto suas mãos prendiam as minhas como se fossem algemas. Meus olhos se fixaram nos dele, sem conseguir dizer uma palavra. Eu nem sabia que ele poderia ser tão ágil. Mas Andrews… parecia até que sabia exatamente como me conter.

De repente, ele soltou minhas mãos assim que me acalmei. Seus braços me envolveram com força, como se quisesse me manter ali, segurar com ele, como se eu fosse fugir. Por um instante, achei que era mais uma de suas reações absurdas… até perceber a forma como ele me apertava. Não com brutalidade, mas com uma necessidade urgente. Era um abraço denso, cheio de camadas. Um pedido mudo que me fazia querer ficar.

Não resisti. Apenas deslizei os dedos, tocando o couro cabeludo dele, passando suavemente entre os fios. Senti seu corpo enrijecer por um segundo em resposta ao meu gesto. E então, devagar, ele ergueu o rosto. Os olhos nos meus, como se pedissem permissão. E mesmo assim… eu sentia como se mil borboletas lutassem na minha barriga. Ele estava mesmo acordado?

O beijo veio sem aviso, mas cheio de cuidado. Seus lábios nos meus, quentes, firmes, mas incrivelmente suaves, como se buscasse permissão. Algo que fez meu coração bater fora de ritmo.

Fechei os olhos e senti minhas defesas ruírem, uma a uma, enquanto seus lábios exploravam os meus e meu corpo respondia a cada toque. Seus dedos começaram a deslizar pelo meu corpo, como se quisessem decorar cada curva, cada centímetro de mim. Lentamente, subiram pela minha cintura, contornaram meu quadril, pressionando minha pele por baixo do tecido fino da camisola. Um toque quase como uma prece, que me arrancou um suspiro entre o beijo.

A intensidade crescia. Nossos corpos colados, a respiração entrecortada. Ele sentia exatamente o mesmo que eu: aquela loucura doce, o calor insuportável que nascia do toque, do cheiro, da proximidade. E, mesmo assim, havia algo cuidadoso em Andrews. Algo que me fazia confiar nele. Mesmo agora, que ele estava ciente do que fazia.

— Andrews... — murmurei, ao sentir as mãos dele descerem além do esperado.

Ele afastou o rosto do meu, me encarando nos olhos com um sorriso sutil.

— Tudo bem... — suspirou com a voz suave.

Eu me sentia como se estivesse sendo hipnotizada. Involuntariamente, segurei sua nuca e aproximei seu rosto do meu. Ele correspondeu. Suas mãos voltaram a descer e tremiam quando seguraram o elástico da minha peça íntima. Ele parou ali, como se o próprio corpo travasse uma guerra com a razão. Seus lábios ainda estavam nos meus, sua respiração entrecortada contra minha boca. Era como se aquele momento estivesse suspenso no tempo… e eu não conseguia pensar em mais nada. Estava em um encantamento, sem vontade nenhuma de impedi-lo — mesmo depois dos conflitos e dos momentos em que ele esteve sonâmbulo.

Eu o queria. Queria esquecer todas as brigas, os traumas, os medos. Deve ser assim que o gosto do primeiro amor é.

Seu toque foi hesitante. Apertei os lábios enquanto ele brincava com o elástico da minha peça, como se ainda pensasse se devia ou não… como se algo o impedisse.

Então veio o som seco da batida na porta.

Três batidas. Rápidas. Intrometidas.

Andrews soltou um suspiro frustrado, pesado, como um protesto engolido à força. Ainda com o rosto colado ao meu, sussurrou, a voz rouca de desejo e raiva contida:

— Droga...

Deslizou o rosto até meu pescoço e ficou ali por um segundo, respirando fundo, tentando se recompor. Seu corpo ainda sobre o meu, rígido. Mesmo insinuando algo além, eu ainda não me sentia confortável em ir tão rápido. Mas... não sei se me arrependeria se tivesse acontecido agora.

— Isso não acabou — murmurou contra minha pele, antes de rolar para o lado, lutando contra o impulso de mandar o mundo inteiro se calar só pra poder continuar o que fazia.

— Meu Deus… — sussurrei, quase rindo de mim mesma. — Eu pareço um pimentão com peruca.

Levei as mãos às bochechas, tentando esfriar a pele. Em vão.

Mas aí… o sorriso veio. Sozinho, quente e bobo.

— Ele me ama — falei baixinho, como quem conta um segredo só pra si mesma. — Ele me ama!

E, como uma adolescente de filme clichê, pulei da cadeira e fiquei girando no meio do quarto, rindo, abafando o som com as mãos. A vergonha ainda existia, claro, mas agora era acompanhada por uma felicidade boba, quase surreal.

Mesmo assim, demorei mais do que o necessário pra criar coragem de sair. Meus passos ainda estavam receosos quando abri a porta.

E lá estava ele. No corredor. Me esperando. Impecável e perfeito. Andrews, miseravelmente perturbador. É incrível o que roupas de grife e joias caras fazem com um homem que já é bonito o suficiente. A vida foi generosa com Andrews… ou talvez cruel.

Não sei por que me lembrei da mãe dele. Nem consigo acreditar que o homem ali, me esperando com as mãos nos bolsos e o olhar absorto, já passou por dificuldades sérias. Foi negligenciado por ela. É fato: nunca vamos saber tudo sobre quem está do nosso lado. Quem dera eu conseguisse desvendar Andrews de alguma forma, nessas paredes da mansão.

Talvez eu devesse começar a investigar agora.

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