Cap. 117 Frustração de Andrews.
A manhã se arrastava como se o tempo fizesse questão de provocar Andrews. No escritório, ele encarava a tela do computador, mas seus dedos estavam imóveis sobre o teclado.
A mandíbula travada, os olhos escuros semicerrados. Seu mau-humor era evidente, denso o suficiente para deixar o ambiente mais frio que o ar-condicionado.
Rodrigo, recostado na porta com uma xícara de café, não demorou a notar.
— Você está assim por causa dela, né? — disse, casualmente, tomando um gole. — Aurora ainda se sente deslocada nessa casa. Você devia tirar ela daqui. Mostrar o mundo lá fora, sei lá. Vai que ajuda. — Seu conselho parecia mais debochado do que amigável.
— O que é? Anda vigiando a casa agora?
— Eu não, mas foi desconfortável ver ela saindo correndo enrolada na toalha como se tivesse fugindo de alguém. Você deve ter aprontado. Não tentou forçar ela a nada, certo?
— Acha que sou esse tipo de homem? Além disso, minha intimidade com Aurora não lhe diz respeito.
— Só estou tentando te ajudar. Afinal, vocês se amam, e isso é evidente. Mas a tensão do passado não vai se dissolver de uma hora pra outra. Você podia seguir o conselho de um cara que consegue ficar com qualquer mulher que quiser.
— Quer dizer então que você conseguiu ficar com a amiga de Aurora? — Andrews perguntou, o analisando, e Rodrigo desviou o olhar.
— Bom... eu ainda não tentei nada de verdade.
— Ah, é verdade. Afinal, você está sempre envolvendo Aurora no assunto com ela, porque é sua única forma de conseguir falar com ela?
— Dá pra perceber? — ele perguntou, desconcertado.
— Mas você não é bonito? Tem todas que quiser. Por que não consegue?
— Não sei... é diferente, sabe? Desde que conheci ela naquela boate, e ela te enfrentou sem nem saber o demônio que você é, que eu tô meio gamado naquela morena. Acho que me ferrei dobrado, porque não consigo ficar com ninguém sem recriar ela na minha mente. — Ele suspirou, incomodado.
— Você já conheceu ela?
— Bom... além do passado? Sei que ela parece mais solta que a Aurora, mas também evita qualquer homem. Ela não dá brecha pra se apaixonar por ninguém, mesmo que sua língua diga outras coisas.
— Outras coisas como?
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.