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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 120

Cap. 119 Mariana e Aurora.

Assim que Aurora saiu do quarto, seus passos hesitantes a levaram até o corredor, e ela parou ao ver Andrews entrando no quarto onde ambos dormiam… com Mariana logo atrás.

O ar ficou pesado em seu peito. Ela não ouviu o que diziam, apenas viu os dois juntos. Naquele momento, tudo em que pensou foi que realmente eles tinham algum caso.

Andrews, por sua vez, estava tão animado que arrastou uma cadeira, subiu nela e pegou uma caixa em cima do guarda-roupa.

Seu olhar se fixou em Mariana, que parecia à vontade demais naquele espaço.

Ela não sabia que Mariana apenas o ajudava a pegar caixas antigas com fotos e objetos pessoais que ele queria reorganizar.

— Acho meio inapropriado estar aqui dentro, sabia? Esse é o quarto que você divide com a sua esposa. Não vou passar muito tempo aqui dentro, mesmo sendo sua irmã. Aurora ainda não sabe quem eu sou, porque o senhorito é descuidado desse jeito.

Andrews desceu da cadeira com uma das caixas nos braços, sorrindo.

— É verdade. Tem razão. Vamos levar isso pra sala.

Ele entregou uma das caixas para a irmã e os dois saíram em direção ao corredor, rindo de algo que só eles entendiam.

Aurora já havia desaparecido antes disso, sentindo o peito latejar como se tivesse sido enganada. Mais uma vez.

Pouco depois, Jacy os encontrou no caminho da sala de lazer.

— Vocês dois parecem duas crianças — disse ela, sorrindo ao ver os irmãos rindo com as caixas na mão.

— Vou pra sala de jogos com a Mariana — respondeu Andrews, descontraído. — Vamos rever uns jogos antigos. Pode chamar o Rodrigo pra vir com a gente.

— E a Aurora? — Jacy perguntou, olhando na direção do quarto dela.

O sorriso de Andrews murchou um pouco. Ele passou a mão pela nuca e suspirou.

— Melhor não agora. Ela tá um pouco chateada comigo… Depois eu falo com ela. Quero apresentá-la à Mariana do jeito certo.

Jacy assentiu, mesmo notando algo estranho no clima.

Na sala de jogos, o tempo passou devagar entre risos nostálgicos, copos sendo enchidos e a descontração de um reencontro entre irmãos. Rodrigo chegou depois de um tempo, e os três mergulharam em lembranças antigas, zombarias, piadas internas e uma leve embriaguez. A tensão, por algumas horas, desapareceu.

Até que os dois homens acabaram adormecendo ali mesmo, largados no sofá, com as luzes baixas e os copos vazios sobre a mesa de vidro.

Foi quando Mariana, mais sóbria que eles, se levantou silenciosamente.

Ela saiu da sala, cruzou o corredor e, sem bater, empurrou levemente a porta do quarto de Aurora, que estava deitada na cama, encarando o vazio através da janela, os olhos ainda inchados.

— Posso entrar?

Aurora ergueu os olhos, surpresa. Seu corpo ficou tenso.

— O que você quer? Se tiver a fim de briga, já aviso que sou faixa preta em judô — ela disse com seriedade, mas sem se levantar da cama. Não tinha nem ânimo para isso, apenas se deitou, ignorando-a novamente.

— Uau... como a esposa do meu irmão é brilhante — Mariana brincou.

— Claro — respondeu, hesitante.

Mariana fechou a porta com cuidado, e seus passos ecoaram suaves no piso de madeira até parar diante dela.

— Olha, cunhadinha! — disse com um ar brincalhão, mas um olhar profundo.

— Cunhada? — Aurora perguntou, surpresa.

— Sim, você mesma.

— Eu achei que…

Aurora começou, mas a voz falhou.

Mariana sorriu com doçura, sentando-se na beirada da cama, mantendo certa distância.

— Achou que eu e ele...? Também tive essa impressão. Andrews continua sendo um zero à esquerda em tudo. O que seria dele sem mim?

— Não falamos dessa mulher, por favor... — Mariana pediu, quase como uma súplica silenciosa.

— Não! Eu queria não fazer isso, mas... mesmo que o passado magoe, o final de tudo é a morte. E a mãe de vocês parece bem debilitada. Além disso, eu nem mesmo sabia que Andrews tinha uma irmã.

— Não falamos muito sobre isso, nem sobre mim. Eu sou como a fraqueza do Andrews. Você já deve ter percebido que, mesmo que indiretamente, Andrews é um homem que muitos desejariam ver morto. E poderiam até me usar para atingi-lo. Nossa mãe... bom, ela é alguém que gosta de ferir Andrews constantemente. Por isso não gostamos de falar sobre ela, nem de nos aproximar.

— Vocês têm certeza disso? — ela perguntou, ansiosa.

— Na verdade, não faço ideia. Ela não pode falar com nenhum de nós dois. Regras do Andrews. Mas também... não sinto falta disso. Afinal... eu só não morri porque o Andrews me salvou. Ele até mesmo quase fechou um orfanato por minha causa, porque nossa mãe havia me mandado, doente, para um lugar precário, onde eu estava cada vez pior. Andrews me salvou e continuou trabalhando duro para cuidar de mim.

— Eu não fazia ideia... — Aurora suspirou, abaixando a cabeça.

— Fico surpresa que conheça essa mulher. Mas não se preocupe. Tudo o que ela quer é o dinheiro do Andrews. Não é como se eu não sentisse falta dela, mas... é como se ela aceitasse o dinheiro e fingisse que não somos filhos dela. Ela não entende como isso magoa o Andrews e o torna ainda mais distante... e assim, eu também me afasto.

— Espera... Andrews não vai excluí-la como mãe?

— Ela é nossa mãe. Acha que isso é possível? Ela nunca lutou por nós dois. No mínimo, Andrews só queria que ela reagisse, que dissesse algo, ao invés de querer apenas dinheiro — dinheiro que sua velhice e doença já não podem mais usufruir.

— Então ela fica em silêncio por medo de perder vocês... e vocês esperam que ela fale e lute por vocês? Isso é tão confuso... Eu pensei que minha família fosse complicada, mas, pelo menos, a minha é menos complexa do que parece.

— Todas as famílias têm seus defeitos. E na nossa não seria diferente. Andrews, com todo seu poder e perfeição na mídia, é só um homem quebrado, complexo, cheio de cicatrizes e obcecado com sua reputação. Por isso ele precisa de alguém como você para cuidar dele. Então acho bom você ir buscar seu marido antes que o Rodrigo tire ele de você.

— Mas... espero que você possa se dar uma oportunidade. Você deveria tomar a iniciativa e ir ver sua mãe por conta própria. Vocês estão sofrendo em vão.

— Brigada, Aurora... — ela murmurou repentinamente.

— Por quê?

— É que... sei que o Andrews voltou a tomar os remédios. Ele já esteve em estado grave e passou por uma quase morte uma vez. E eu consegui fazer ele parar de tomar os remédios. Só eu conseguia. Mas vendo você, percebo que você também pode cuidar bem dele.

— Então... você era o “especialista” que eles estavam tentando contactar?

— Digamos que sim. Mas eu também tenho meus problemas. Tive que resolvê-los antes, pra vir bem encontrar meu irmão — disse ela, mantendo o mistério. Em seguida, com um aceno, Aurora saiu do quarto.

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