Capítulo 128 – Ele está de volta?
Aurora acordou com o corpo inteiro dolorido, como se tivesse sido atropelada por um furacão de carne, suor e tensão. Sentou-se na cama com esforço, as pernas pareciam não obedecer aos seus comandos.
Andrews havia ido embora há poucas horas, depois de fazê-la esquecer até o próprio nome. Não houve declarações, nem promessas. Apenas aquele olhar dele no final… como se segurasse algo dentro do peito prestes a explodir.
Alice estava sentada na própria cama, braços cruzados, encarando o vazio com a testa levemente franzida. Um silêncio desconfortável preenchia o quarto.
— Eu não sabia que ele era... assim — disse, sem tirar os olhos do nada. — Tão descuidado. Na verdade, vocês dois são. Já pensou se a diretora aparece? Eu tive que ficar de vigia, de vela...
— Ele... mudou — respondeu Aurora, massageando os ombros doloridos. — De um gole d’água para uma garrafa inteira de vinho tinto. É bom, mas impossível de lidar. Ele precisa entender o que são limites.
Alice não respondeu. Seus pensamentos estavam distantes demais para se prender àquilo.
— Aurora... eu sei que não tocamos muito nesse assunto, mas... eu passo sempre na pensão da sua tia. Ela anda dizendo que vai colocar sua família para fora.
— Imagino... — Aurora murmurou, os olhos marejando. — Estou com tanta saudade deles... Como estão?
— Estão bem. Maiara não para de perguntar por você. Está com saudades da mãe.
— Ah... eu preciso vê-la logo. Se ficar muito tempo longe, posso acabar perdendo a guarda. E eu não posso deixar isso acontecer. Não depois de tudo que enfrentei para que ele não a tirasse de mim.
Pegou o celular no criado-mudo. Assim que tocou o aparelho, ele vibrou com intensidade. Uma enxurrada de notificações. Todas de um número desconhecido.
Uma sensação gelada atravessou seu peito.
“Te espero sem falta.”
“Não se atreva a faltar, Você sabe o que acontece se tentar se aproveitar de novo.”
O estômago revirou. O ar fugiu dos pulmões. Seus dedos tremiam sobre a tela. Encolheu-se sem perceber.
Alice notou, mas Aurora forçou um sorriso, os olhos ainda fixos no celular.
Ao sair Era como se de repente aquele lugar a drenasse. O concreto, os carros imóveis, o eco dos próprios passos. Tudo parecia um labirinto sem saída, de repente sua vontade de encontrar Andrews entre aqueles carros ficou ainda mais desesperadora, não tinha ninguém ali em meio aquelas fileiras de carros, até então... quando seus olhos cruzaram com o vidro de um dos carros o reflexo de um homem estranho apareceu, ela adiantou os passos sem coragem de encarar quem fosse, e seus passos ecoavam com o da pessoa que estava te seguindo.
Um homem. Alto, com capuz, O rosto escondido nas sombras, mas os olhos... brilhavam. Fixos nela. Imóveis, que ela conseguia ver pelos reflexos, então acelerou o passo.
E ele também e dessa vez ela tinha certeza que ele não estava seguindo Andrews.
A visão embaçou. Um déjà-vu esmagador.
Ela já tinha vivido aquilo. A ameaça silenciosa misturada com o aviso que trazia medo.
Olhou desesperadamente ao redor, tentando localizar Andrews, qualquer sinal dele. Mas o estacionamento parecia um espelho quebrado. Tudo se repetia. Tudo a levava para o mesmo lugar de repente sua cabeça parecia ter tornado aquele lugar uma gaiola não importa onde ela fosse, era um beco sem saída.
— Aurora? — uma voz ecoou à distância.
Mas ela não soube dizer se era real… Virou-se para correr sentindo que era inútil e aquele corpo ainda mais próximo dela prestes a captura-la

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