Título 129 – O que ele ainda não sabe
Meus pés batiam contra o chão como se voassem. Mas não era o suficiente,
Os passos atrás de mim eram reais. Claros. Rápidos. E a risada… aquela risada ecoava como um fantasma dentro do estacionamento vazio. Um som grave, provocador e cruel, que cortava minha mente me privando de qualquer raciocínio.
As lágrimas turvavam minha visão. Eu não sabia mais onde estava. Corria sem direção, com o peito arfando, a garganta queimando. Meu corpo queria cair. Mas o pavor me empurrava para frente, mesmo sem saber para onde.
Até que uma voz me chamou. Forte. Familiar.
— Aurora!
E então, colidi contra algo quente e sólido. Braços me envolveram num segundo, Mas meu corpo não respondeu. Eu estava rígida. Congelada.
— Sou eu. Calma. Está tudo bem. Eu tô aqui — Andrews murmurou, segurando meu rosto com as mãos quentes. Limpando as lágrimas com os polegares.
Ele me encarou com os olhos arregalados. Como se não me reconhecesse. Como se eu fosse um vulto na neblina. Minha pele estava fria, como se o sangue tivesse fugido do meu corpo. Eu devia estar pálida como um lençol.
— Meu Deus... o que aconteceu? — ele sussurrou, mais para ele do que para mim agora me apertando em seus braços enquanto olhava ao redor sem ver nada.
Mas eu não consegui responder. Só deixei que ele me levasse até o carro, ainda com as pernas quase falhando com o medo instalado em meu peito.
— Você está bem? Quer que eu te leve ao médico? — ele perguntou enquanto eu olhava do lado de fora.
— Você... você não viu ninguém? — minha voz tremeu olhando atenta o lado de fora.
— Não sei do que está falando, só tinha nos dois ali, você estava correndo de alguém? — ele perguntou confuso.
— Quando você chegou?
— Eu tinha estacionado em frente a saída, sai do carro e fiquei esperando a distância, você sai do elevador, tinha acenado para você, mas você estava olhando para os lados como se alguém tivesse te seguindo.
— Mas tinha! — disse de forma histérica como eu nem mesmo esperava, ele apenas suspirou com preocupam e sua mão descansando sobre minha perna, como se quisesse me manter calma.
— Quem estava te seguindo? Eu vou pedir para averiguarem todas as câmeras.
— Não consegui ir... não estou muito bem.
— Isso não me interessa, preciso conversar com você e tem algumas coisas que você precisa saber.
— Por que continuar com isso, Janete, por que você está me incomodando você já não tinha pegado o dinheiro que ele tinha prometido?
— Você vai fazer o que eu estou te pedindo, além disso, ele está em suas mãos, como de se esperar vocês realmente se deram bem, não é? Então está na hora de você me trazer os benefícios disso. Ou ele vai descobrir tudo. E você sabe o que acontece se Andrews souber o que você andou escondendo dele, não sabe? Mas... como eu não sou tão cruel assim, tenho algo de Andrews para te contar. — ela avisou com um certo peso... o que mais eu precisava saber?
Minha boca secou. As palavras não saíram. A única coisa que consegui fazer foi apertar o celular com força, enquanto minha alma descia mais um degrau rumo ao inferno pessoal que eu mesma cavei.
— Então trate de aparecer. E sem drama amanhã de manhã, é sua última chance.
A ligação caiu.
— Mas o que ela tem para revelar sobre Andrews? — murmurei para mim mesma.
Depois do que ela disse, eu estou determinada a encontrá-la bem cedo amanha, mesmo que me sinta incomodada de descobrir as coisas sempre dessa forma complicada.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.