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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 133

Capítulo 132 – O quarto que guarda verdades

A estrada até o quarto foi feita em silêncio.

Mariana caminhava à frente com passos lentos, firmes, quase solenes. Aurora vinha atrás, ainda com a bolsa pesada nas mãos — e o coração mais pesado ainda. A cabeça era um caos: Janete, Andrews e essas pilhas de segredos... e agora Mariana, que parecia estar prestes a abrir a caixa de Pandora para ela.

Quando a porta do quarto se abriu, Aurora sentiu um arrepio na nuca.

O cheiro era doce, suave, de talco infantil misturado com o tempo. As paredes, de um tom suave de rosa, estavam repletas de prateleiras com ursos, brinquedos, livros ilustrados. Um berço no canto. Uma cadeira de balanço ao lado da janela. Luzes delicadas penduradas no teto como pequenas estrelas. Ela já tinha entrado ali, mas havia ignorado totalmente esse lugar em suas memórias.

— Você conhece esse quarto? — Mariana perguntou em voz baixa.

Aurora olhou ao redor, tentando recordar.

— No meu primeiro dia aqui... eu me escondi nesse quarto. De Andrews. Mas... nunca voltei. Nunca senti vontade de explorar mais.

Mariana sorriu, deslizando os dedos por uma das prateleiras, acariciando um ursinho de pelúcia de orelhas gastas.

— É um quarto especial. Fui eu quem o fiz. — Ela virou-se lentamente para Aurora. — Era meu quarto, quando Andrews se mudou para esse lugar. Mas depois… eu decidi fazer algo especial com ele. Para Andrews. E para a esposa dele... a futura esposa dele. Para que um dia as coisas pudessem ser consertadas.

Aurora franziu o cenho, desconcertada.

— Mas por quê? — a pergunta escapou antes que conseguisse conter.

Mariana se aproximou de uma pequena cômoda, puxou uma gaveta e retirou de dentro um diário antigo com capa de couro desbotada.

— Porque ele precisava de algo para acreditar de novo. Em família. Em um novo futuro, um recomeço.

Aurora deu um passo para trás, tentando compreender o que estava ouvindo, enquanto ela mantinha a expressão séria.

— Você... você sabia de tudo? Desde o início? Sobre mim e ele?

— Do que está falando?

— Nada... Supostamente parece que só eu ando no escuro. É como se não pudesse confiar em ninguém... — ela comentou, abaixando a cabeça, enquanto Mariana folheava o diário.

— Eu só soube de você quando Andrews já estava casado. Sem aviso prévio, por uma coluna de fofoca. Eu soube que ele ia se casar com Janete, e eu estava quase voltando... sabendo que Janete só estava voltando por interesse. Ela passou meses insistindo, ligando para Andrews e implorando para voltar. Mas fiquei surpresa quando vi que a esposa dele não era quem eu temia.

— Pois é... se você soubesse a metade da história... — Aurora comprimiu os lábios, formando uma linha.

Mariana não respondeu. Apenas a encarou por um instante... e então mudou de assunto.

— Você sabe por que Andrews foi parar numa cadeira de rodas? — ela perguntou. — O que causou a prisão dele naquela cadeira até que ele se recuperasse?

Aurora ficou imóvel.

— Ele já foi aleijado de verdade? — perguntou, sentindo a garganta secar. — Porque quando eu o conheci, ele... estava fingindo.

Mariana se virou, foi até o fundo do berço e puxou um envelope amarelado. Entregou a ela.

— Esse é o ultrassom. O único que restou. Entregue a ele. Peça a verdade. Ele vai entender. E... por favor, Aurora. — Mariana tocou o ombro dela com gentileza. — Não deixe que os segredos destruam vocês, está bem? É que Andrews tem motivações com base nisso. Ele não confia em ninguém — e eu sei, mesmo que você não saiba — que ele ainda não confia em você. Não porque desconfie de você, mas porque tem medo. Só que ele não admite.

Aurora apenas assentiu, com um movimento quase automático. Saiu do quarto sem dizer palavra.

Os corredores pareciam infinitos, como se o tempo tivesse parado. As mãos tremiam. Os olhos ardiam. Cada passo era um peso novo em seu peito. Parou diante da porta do escritório de Andrews.

O envelope estava firme entre os dedos, a mão se ergueu... mas ela hesitou.

E então, a porta se abriu sozinha.

E Andrews apareceu do outro lado. Olhos fixos nela. Como se já soubesse que ela viria.

— Você foi até o quarto, não foi? — ele perguntou, encarando-a nos olhos com um ar sério, mas calmo, e ela confirmou com a cabeça, mantendo-a baixa, sem conseguir encará-lo.

Ele olhou para o envelope nas mãos dela... e ficou pálido.

— Quem te deu isso? Eu ouvi a voz de Mariana... ela foi se meter nas minhas coisas de novo?

Ela deu um passo à frente, encarando-o com os olhos marejados.

— Estamos juntos... mas podemos mesmo confiar um no outro? Será que eu poderia perguntar e saber tudo sobre isso? — ela perguntou, com o olhar fixo no dele, enquanto os olhos pareciam querer explodir em lágrimas.

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